REPONTANDO DATAS 

No dia 30 de setembro do ano de 2017 morria o gaiteiro serrano Adelar Bertussi, considerado um dos melhores acordeonistas do Rio Grande do Sul e que formou dupla com seu Irmão Honeyde Bertussi sendo precursores da música galponeira que até hoje presenciamos nos bailes querência a fora. 

Seu velório, em São Jorge da Mulada, além dos inúmeros fãs, teve a presença de dezenas de gaiteiros que tocaram na derradeira despedida. 

 

PAJADA DAS PRIMAVERAS 

Jayme Caetano Braun

 

A POESIA REGIONALISTA GAÚCHA

 

A POESIA REGIONALISTA GAÚCHA

1ª PARTE 

A constituição de idealismos alicerçados em condutas inspiradas nos feitos heróicos das batalhas campestres, durante as demarcações de fronteiras e da afirmação de identidades nacionais, evidenciou a presença de uma produção literária engajada com essa imagem. 

A poesia, principalmente, contribuiu durante esse período de ocupação do território com a consolidação de certas estruturas sociais e políticas associadas aos interesses das classes dominantes de cada país. No Rio Grande do Sul não foi diferente. Muito do que vemos hoje como fator identitário do gaúcho deve-se a este estilo. Embora o ufanismo seja um elemento intrínseco neste modo de versejar não podemos negar que o retrato escrito dos feitos de nossos antepassados chegaram até os dias de hoje em virtude do fazer poético.

BONS TEMPOS

 

BONS TEMPOS

 

Venda, armazém, budega, secos e molhados... Não importava o nome. Ali a gente sabia que nossas necessidades de mantimentos seriam supridas. A foto acima não mostra mas ainda havia fazendas em metro expostas junto com penicos, panelas, ração de animais, queijo, vinho em garrafão, banha de porco, ferramentas... E todas as compras eram anotadas em um caderno para pagamento posterior, quando o bolso da bombacha estivesse mais folgado.  

Aliás, sobre essa forma de crediário, lá na minha terra tem uma alameda que passa por detrás do antigo armazém dos Klippel. Começou com um carreirinho e virou uma rua. Seu nome? Não sei. Seu apelido? Rua dos "Veiacos". É porque os devedores do citado armazém desviavam sua rota para não passarem na frente e serem cobrados pelos proprietários. 

Ah. E nestes idos anos os produtos não traziam prazo de validade e nunca se soube de alguém que morreu por ingerir algum alimento vencido. 

Bons tempos. 

 

SETE MARAVILHAS NATURAIS DO RS

Ontem, aqui em nosso blog, falamos que o Cânion Itaimbezinho era uma das sete maravilhas naturais do Rio Grande do Sul. 

Alguns leitores que nos acompanham queriam saber quais eram as outras seis. Então, lá vai.

Esclarecendo que tais escolhas são pessoais e cada um pode acrescentar ou tirar a sua maneira.  

Itaimbezinho


Por do Sol no Guaiba


Praia da Guarita


Banhado do Taim


Cascata do Caracol


Salto de Yucuman


Neve na Serra Gaúcha

CONCESSÃO É A SOLUÇÃO?

Cânion Itaimbezinho

 

As vezes sim, por outras não. 

Uma das sete maravilhas naturais do Rio Grande do Sul corre o risco de fechar para visitantes. Os Cânions dos Aparados da Serra que tiveram suas atividades terceirizadas tendo como vencedora da licitação a empresa Urbia Cânios Verdes, que já encerrou a recém instalada tirolesa no Cânion Fortaleza, também em Cambará do Sul, fala em cerrar as porteiras de entrada ao Itaimbezinho.

Tudo isso em função de um projeto mal elaborado pois a estimativa da concessionária era atingir 600 mil visitantes nos cinco primeiros anos, algo que não chegou nem perto muito em função ao alto custo dos ingressos e o baixo investimento em estrutura e acessibilidade. 

De roldão a economia do município de Cambará do Sul vê suas receitas com turismo despencarem.  

 

ENTRA SETEMBRO E SAI SETEMBRO...

...e o monumento a Bento Gonçalves, o grande líder da Revolução Farroupilha continua uma imundície. Completamente pichado e suas placas laterais que foram roubadas há anos ainda não foram recolocadas. 

Não voto em Porto Alegre mas, se votasse, seria pra o candidato que prometesse (e cumprisse) revitalizar e manter nossos memoriais. Eles retratam nossa história. 

 

 

NÃO É BAIRRISMO

MAS O RÁDIO É GAÚCHO

Padre Gaúcho Roberto Landel de Moura e sua invenção

 

Hoje, 25 de setembro, é considerado o dia do rádio e da radiodifusão. O rádio foi patenteado pelo cientista e inventor italiano Guglielmo (Guilherme) Marconi, no início do século 20.

No entanto, o rádio tem mais razões para ser considerado brasileiro. 

Roberto Landell de Moura (1861-1928), padre e cientista gaúcho, também havia realizado experiências semelhantes às de Marconi - antes do italiano. Entre 1901 e 1904, Landell de Moura esteve nos Estados Unidos, onde patenteou inventos, entre os quais um "transmissor de ondas" ou "transmissor fonético a distância" que seria exatamente o rádio. Sua patente, porém, era limitada e perdeu a validade. Marconi ficou com a fama. Trata-se de uma situação semelhante àquela que ocorreu com Santos Dumont o qual consideramos o Pai da Aviação mas os irmãos Wright é que são reconhecidos mundo afora como os reais inventores do aeroplano. 

A primeira transmissão radiofônica no Brasil aconteceu no dia 7 de setembro de 1922, por ocasião do centenário da independência.

Uma estação de rádio foi instalada no Corcovado e, além de música, emitiu o discurso do presidente da República, Epitácio Pessoa. No ano seguinte foi fundada por Roquete Pinto a primeira emissora de rádio do país: a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro.

Como não somos fãs de carteiraços, consideramos o rádio como gaúcho (de quatro costados).

 

QUAL SUA OPINIÃO? 

Patrícia Poeta no programa Encontro

A jornalista e apresentadora Patrícia Poeta, em seu programa Encontro com Patrícia Poeta, da Rede Globo de televisão, homenageou o 20 de setembro aparecendo com trajes que lembram a roupa típica do gaúcho. 

É aí que criou-se a polêmica pois tal indumentária da apresentadora não tinha muito de autenticidade. Muitos a compararam com a "Boiadeira" Ana Castela, cantora do gênero agronejo. Segundo estes, por ter origens gaúchas e o consequente conhecimento de nossa cultura, Poeta deveria ser mais fiel aos nossos costumes.

Outros ignoraram suas vestes e valorizam o espaço dado ao Dia do Gaúcho num programa com tanta visibilidade.  

Qual sua opinião?  

Patrícia Poeta desfilando em São Jerônimo, RS. 

LUÍSA SONZA LEVA O CTG PARA O ROCK IN RIO  

Luísa Sonza se apresentou no Palco Mundo, do Rock in Rio

Globoplay - Reprodução

Caroline Tidra - ZH Música 

A Cidade do Rock, no Rio de Janeiro, homenageou os gaúchos neste domingo (22). Luísa Sonza levou bailarinos do CTG Rancho da Saudade, Os Provincianos, e Emilly Borghetti para compor uma parte do seu show. Foi a segunda vez da cantora gaúcha se apresentando no Rock in Rio, mas a primeira vez no Palco Mundo, o principal.

Na música Melhor Sozinha, ao som de gaita e violão, Emily, carregando o bumbo leguero, e as prendas entraram no palco. Na música Onde É Que Deu Errado?, foi a vez dos peões entrarem portando lanças e usando trajes tradicionalistas. Eles dançaram no ritmo que foi adaptado na coreografia. Por fim, Emily ganhou um protagonismo na música La Muerte, sapateando ao lado da cantora.

— Luísa e Flávio Verne, coreógrafo dela, entraram em contato comigo e falaram dessa ideia, que vinha de muito tempo, de inserir a cultura dela em algum show. No Rock in Rio, ela decidiu levar a dança gaúcha para dentro do evento. Os bailarinos gaúchos foram contratados. Eu e o Emerson Ribeiro (coreógrafo do Rancho) fizemos a direção desse trabalho com os dançarinos do Rancho e com a Emily. A coreografia foi criada e é 100% autêntica com movimentos gaúchos — conta Juarez Paiva, que é coreógrafo de danças tradicionais e criador de conteúdo na página O Mundo do CTG.

Juarez e Emerson estiveram em São Paulo durante os ensaios na semana passada.

— Estamos felizes em contribuir, mais uma vez, em levar a cultura gaúcha, as manifestações e a dança em um cenário brasileiro

 

NÃO VAMOS SER SETEMBRINOS

Setembrino é uma terminologia pejorativa que designa àquelas pessoas que só lembram da história do Rio Grande do Sul nos dias de Acampamento Farroupilha entre churrascadas e cantorias, ou seja, no mês de setembro. 

As pessoas não precisam andar de bombacha, tampouco exaltar seu gauchismo aos quatro ventos 365 dias do ano. Contudo o respeito as nossas simbologias, o cultivo, mesmo que velado, as nossas tradições e o conhecimento daquilo que nos trouxe até aqui forjando nossa identidade deve ir além da data magna do povo gaúcho.

Estamos num processo de revitalização da economia, da cultura, do turismo... que esse orgulho de ser rio-grandense permaneça entre nós com humildade, com agradecimento, em qualquer parte do mundo e para sempre.   

      

 

DESFILE FARROUPILHA 2024 DE PORTO ALEGRE

Presença do Cantor Pedro Ortaça, Patrono dos Festejos Farroupilhas 

foi o ponto alto do Desfile Temático

Aconteceu ontem, na Avenida Edvaldo Pereira Paiva, em Porto Alegre o desfile farroupilha alusivo aos festejos de 2024. A novidade deste ano foi o retorno dos carros temáticos que, por alguns anos, ficaram afastados do cortejo gaudério.

A chuva e o vento da noite anterior arrefeceram o ânimo de quem pretendia assistir presencialmente. Além disto o andamento demorado da parada que comemora o Dia do Gaúcho terminou por afastar o pouco público presente. Enquanto isso, no Acampamento, a poucos metros dali, saía gente pelo ladrão.  

Com mais de uma hora de atraso o desfile teve início com os integrantes cívicos-militares num desfile compacto, bonito, com muitas deferências aos voluntários que trabalharam nas inundações de maio. 

Após um longo e cansativo tempo, aonde a apresentadora Liliana Cardoso e o conjunto Alma Gaudéria se desdobravam para não deixar a peteca cair, apareceu o primeiro carro temático trazendo o cantor Pedro Ortaça, Patrono dos festejos que, mesmo debilitado, não afrouxou o garrão. Para mim foi o ponto alto do desfile. 

Há que se louvar, também, a participação de diversas entidades da Primeira Região Tradicionalista que, mesmo sob uma chuva fina, desfilaram com garbo e alegria honrando as nossas tradições. 

Quanto ao desfile tradicional, não opino porque não vi pois devido ao horário a TVE parou de transmitir. Inclusive a própria apresentadora teve que se retirar pois já havia agendado outros compromissos. 

Me falaram que tinha em torno de 260 cavalarianos, um número minúsculo para quem já assistiu desfiles de Porto Alegre com mais de 3 mil participantes. 

A exigência da GTA (Guia de Transporte Animal) com certeza foi a maior causadora deste enfraquecimento pois os cavaleiros preferiram desfilar em suas localidades na grande Porto Alegre. 

Participei da Comissão Estadual dos Festejos Farroupilhas e sei o quanto é difícil vencer todos os entraves para organizar um evento deste porte pois tudo se torna difícil quando a burocracia entra em campo. 

De toda forma, parabéns a todos por mais este evento que demarcou o 20 de Setembro.   

  

10 MOTIVOS PARA COMEMORAR

 

10 MOTIVOS PARA COMEMORAR

O 20 DE SETEMBRO

 

Por: Léo Ribeiro de Souza

1° - Comemoro a insubmissão de uma província a uma monarquia, chamando a atenção da Corte para um recanto só lembrado na hora de pelear com os castelhanos, esquecido e explorado nos confins da república. 

2º - Comemoro a bravura de quem, com menos homens, armas e cavalos, mas sobrando valentia, enfrentou por dez anos o Império deixando marcos históricos como a Batalha do Seival, a Travessia dos Lanchões de Garibaldi e a Fuga de Bento Gonçalves de sua prisão na Bahia.

3º - Comemoro o surgimento nesta terra de nomes como o General Antônio de Souza Netto mas também os heróis esquecidos como Coronel Teixeira Nunes, Tobias da Silva e os integrantes da 1ª Brigada de Cavalaria, os Lanceiros Negros.

4º - Comemoro o fato de, apesar dos esparsos recursos probatórios, não nos acomodarmos com as definições e rebuscarmos a veracidade histórica de passagens como a Batalha dos Porongos.

5 - Comemoro porque a "guerra que perdemos" nos deu uma identidade própria, diferenciada, no Sul do Brasil.

6º - Comemoro poder cantar a toda voz o hino da minha terra e ver fulgurar em milhares de eventos o pavilhão tricolor surgido naquele decênio heroico.

7° - Comemoro porque essa epopeia foi um dos motivos para o surgimento de um movimento cultural que fez avivar nosso folclore através da musicalidade, das danças, dos cinemas, dos rodeios, expandindo-se para o resto do mundo, aonde houver um gaúcho.

8º - Comemoro o orgulho que ainda nos resta, apesar dos desastres naturais, da pobreza educacional, dos problemas na área da saúde, enfim, na falência monetária desta outrora pujante Província de São Pedro.

9º - Comemoro porque, graças a "petulância" dos Farroupilhas, a cada mês de setembro eu posso rever meus amigos de causa e tradição e ver surgir nestas festividades pessoas que nunca botaram uma bombacha mas que começam a entender o motivo de estarmos comemorando. 

10° - Comemoro para saborear o desgosto de alguns escritores "rio-grandenses" (e seus asseclas) que se indignam com a minha comemoração.

 

SESSÃO MAÇÔNICA 

NO ACAMPAMENTO FARROUPILHA

Grão-mestre do Grande Oriente do Rio Grande do Sul,

Celito Cristófoli, se manifesta na Sessão.

No dia 17 o Piquete Fraternidade Gaúcha, com o apoio da Loja Gaúchos Templários, realizou a Sessão Maçônica em homenagem a epopeia farrapa diretamente do Acampamento Farroupilha de Porto Alegre 

Com a presença ilustre do Grão-mestrado do Grande Oriente do Rio Grande do Sul, inclusive com o Grão-mestre Celito Cristófoli comandando a Sessão, foi rememorado os tempos daquele decênio épico aonde grande número dos combatentes imperiais e republicanos eram maçons e faziam suas atividades conforme o entremeio das batalhas permitia.

Na oportunidade, como agradecimento ao incansável apoio para que o Piquete se fizesse presente com dois galpões e franca atividade cultural, benemerente e de acolhimento a visitantes e a Irmãos de diversas querências, o Grão-mestre e o Grão-mestre Adjunto (Marcus Vinícius Bortolotto) receberam facas personalizadas do Piquete.          

UMA FICÇÃO QUE VIROU "VERDADE"

 

UMA FICÇÃO QUE VIROU "VERDADE"

Não se nega a influência da maçonaria na Revolução Farroupilha/Guerra dos Farrapos, em ambos os lados do conflito. Contudo, com o bater na mesma tecla repetidamente ao passar do tempo, certas inverdades tornaram-se "fatos históricos". É o caso do Balaústre 67 que retrata uma Sessão Maçônica no dia 18 de setembro de 1835 e que teria ditado o início e os rumos da revolta que durou 10 anos.

Hoje chamaríamos tal acontecimento de fake news.

 

Quem realmente escreveu o Balaústre (ata da Sessão), de forma criativa e inteligente, foi o maçom Dante Bósio, que morreu em 2015. Tal peça de arquitetura maçônica não tem mais que 20 anos e foi apresentada em uma Loja na cidade de Camaquã. Quem assistiu gostou, publicaram em jornais da região, posteriormente na internet e a brincadeira viralizou.  

 

Ontem ainda, ouvi uma rádio atestando a presença de maçons na guerra através desta "prova irrefutável".

 

Este é o perigo de não buscar a veracidade daquilo que se divulga.

 

Vejam, na íntegra, esta peça ficcional que tornou-se "documento comprobatório".   

 

 

Balaústre nº 67 

Aos 18 dias do mês de setembro de 1835 E.’. V.’. e 5835 V.’. L.’., reunidos em sua sede, sito à Rua da Igreja, nº 67, em lugar Claríssimo, Forte e Terrível aos tiranos, situado abaixo da abóbada celeste do Zenith, aos 30º sul e 5º de latitude da América Brasileira, ao Vale de Porto Alegre, Província de São Pedro do Rio Grande, dependências do Gabinete de Leituras, onde, neste momento, funciona a Loj.’. Maç .’. Philantropia e Liberdade, com o fim de,especificamente, traçarem as metas finais para o início do movimento revolucionário, com que seus integrantes pretendem resgatar os brios, os direitos e a dignidade do povo Riograndense, se reuniram IIr.’. da LOJA.A sessão foi aberta pelo Ven.’. Mestre, Ir.’. Bento Gonçalves da Silva. Registre-se, a bem da verdade, ainda as presenças de nossos IIr.’. José Mariano de Mattos, nosso ex - Ven .’., Ir.’. José Gomes de Vasconcellos Jardim, Ir.’. Pedro Boticário, Ir.’. Vicente da Fontoura, Ir.’. Paulino da Fontoura, Ir.’. Antônio de Souza Neto e deste Ir.’. Domingos José de Almeida, que serviu como Secretário, lavrando o presente Balaústre. Logo de início, o Ven .’. Mestre, depois de tecer breves considerações sobre os motivos da presente reunião, de caráter extraordinário, informou que o nosso movimento revolucionário estava prestes a ser desencadeado. A data escolhida, é dia vinte de setembro do corrente, isto é, depois de amanhã. Nesta data, todos nós, em nome do nosso Rio Grande do Sul, nos levantaremos em luta contra o imperialismo que reina no País. Na ocasião, ficou acertada a tomada da Capital da Província pelas tropas dos IIr.’. Vasconcellos Jardim e Onofre Pires, que deverão se deslocar desde a localidade de Pedras Brancas, quando avisados. Tanto o Ir.’. Vasconcellos Jardim como o Ir.’. Onofre Pires, ao serem informados, responderam que estariam a postos, aguardando o momento para agirem. Também se fez ouvir o nobre Ir.’. Vicente da Fontoura, o qual sugeriu que tomássemos o máximo cuidado, pois que, certamente, Braga, o Presidente da Província, seria avisado do nosso movimento. O Tronco de Beneficência fez a sua circulação e rendeu a medalha cunhada de 421$000, contados pelo Ir.’. Tes.’. Pedro Boticário. Por proposição do Ir.’. José Mariano Mattos, o Tronco de Beneficência foi destinado à compra de uma Carta da Alforria de um escravo de meia idade,no valor de 350$000, proposta aceita por unanimidade. Foi depois realizada uma poderosa Cadeia de União, pela justiça e grandeza da causa, pois em nome do povo Riograndense, lutaríamos pela Liberdade, Igualdade e Humanidade, pedindo a força e proteção do G.’. A.’. D.’. U.’. para todos os IIr.’. e aos seus companheiros, que iriam participar das contendas. Já eram altas horas da madrugada quando os trabalhos foram encerrados, afirmando o Ven.’. Mestre que todos deveriam confiar nas LL .’. do G.’. A.’. D.’. U.’. e depois, como ninguém mais quisesse fazer uso da palavra, foram encerrados nossos trabalhos, do que eu, Ir.’. Domingos José de Almeida, como Secretário, tracei o presente Balaústre, a fim de que nossa História, através dos tempos, possa registrar que um grupo de maçons, homens “livres e de bons costumes”, empenhou-se com o risco da sua própria vida, para restabelecer o reconhecimento dos direitos desta abençoada terra, berço de grandes homens, localizada no extremo sul de nossa querida Pátria. 

Oriente de Porto Alegre, aos dezoito dias do mês de setembro de 1835 da E.’. V.’., 18º dia do sexto mês, Tirsi, da V.’. L.’. do ano de 5835. 

Ir .’. Domingos José de Almeida

 Secretário

 

NA CIDADE DO LÍDER FARRAPO

Cada um cruza o mês farroupilha a sua maneira. Trabalhando, festejando, fazendo campanha, reverenciando o decênio épico, outros contrapondo este marco histórico. E assim vai...

De minha parte, tenho levado aos meus Irmãos de Ordem o que pesquisei e escrevi sobre a participação da Maçonaria e suas influências neste conflito. Ontem, estive pelas bandas da cidade do líder republicano Bento Gonçalves palestrando para as Lojas do GOB (Grande Oriente do Brasil). 

Hoje tem mais, amanhã mais, depois de amanhã...vamos dar um descanso para a carcaça pois as minhas juntas já estão osso com osso. 

Obrigado a todos pelo carinho com que sou recebido.

        

 

HOJE A PEGADA É EM BENTO GONÇALVES 

 

REPONTANDO DATAS / 16 DE SETEMBRO

Figueira aonde, sob suas sombras, Anita teria dado a luz 

a seu primeiro e único filho em solo gaúcho

Camila Hermes / Agência RBS

Em um trecho do distrito de São Simão, em Mostardas, uma porteira na altura do quilômetro 238 da RSC-101 guarda as memórias do primeiro abrir de olhos de Domenico Menotti Garibaldi, primogênito de Giuseppe e Anita Garibaldi, que teria nascido ali em 16 de setembro de 1840, durante o confronto, aos pés de uma figueira ainda preservada.  

BOCHINCHO 

Gurilherme Suman - Diretor do filme Bochincho

Ontem, 15, vim direto do Baile do Bode, em Caxias do Sul, direto para o Parque da Harmonia para assistir no galpão do Piquete Fraternidade Gaúcha ao curta metragem Bochincho, produzido e dirigido pelo competente e abnegado Guilherme Suman, um dos grandes nomes do chamado Cinema de Bombacha. 

A promoção do evento partiu da Estância da Poesia Crioula através de seu presidente Cândido Brasil. Parabéns ao Patrão do Fraternidade Charles Zanchet por acolher este momento cultural tão significativo. 

O filme, de uma fotografia impressionante, é baseado no conhecido poema de mesmo nome (Bochincho) do saudoso Jayme Caetano Braun.

O engraçado é que tal filme foi premiado nos mais diversos rincões, inclusive no estrangeiro, e aqui pela terrinha... nenhum reconhecimento. Faz parte.      

 

VIKINGS DE BOMBACHA 

Foto Divulgação

Por: Kassiane Michel 

Um acampamento farroupilha ocorreu a mais de 11 mil quilômetros de Porto Alegre. O Acampamento Farroupilha Mais ao Norte do Mundo chega em sua quinta edição e reunio gaúchos neste sábado (14) em Oslo, capital da Noruega. A cidade do Ártico é conhecida pela frequência com que registra aurora boreal, fenômeno que colore o céu de verde à noite.

Foi durante a pandemia que uma pequena reunião entre amigos deu origem ao evento, no dia 20 de setembro de 2020. "Assamos um costelão 12 horas e celebramos essa data tão importante para nós gaúchos, fazendo um churrasco numa churrasqueira improvisada no pátio do condomínio do meu prédio", conta Herbert Meregali, que nasceu em Santo Antônio da Patrulha e mora em Oslo.

O nome do grupo (Vikings de Bombacha) surgiu a partir de um vídeo feito pelo músico gaúcho Jadir Filho.

O evento cresceu e contou com mais de 120 participantes de diferentes "querências", incluindo gaúchos que moram na Alemanha, em Portugal, na Itália, na Inglaterra e na Irlanda. "A gente teve a possibilidade de realizar essa abertura após a tamanha repercussão que a edição do ano passado tomou, em que a nossa história rodou o mundo. Então, agora gaúchos e gaúchas espalhados pela Europa queriam muito estar aqui conosco", destaca o organizador.

O acampamento teve tudo o que é típico de um festejo farroupilha: churrasco, chimarrão e fandango. "A gente faz o assado em fogo de chão, prepara a maionese, prepara saladas, sobremesas típicas como cuca e sagu. Realizamos diversas atividades durante o dia voltados à tradição e à cultura gaúcha."

A festa teve ainda o Campeonato Mundial de Rena Parada, que é uma adaptação da competição Vaca Parada, mas com uma rena, que é um animal típico do Ártico, de madeira para ser laçada. "A gente também incentivou o pessoal a aprender um pouquinho da cultura do laço, e várias outras atividades que a gente desenvolve durante todo o dia, tentando reproduzir muito da nossa essência, da nossa infância, dos nossos costumes e da tradição gaúcha."

A celebração farroupilha não se limita aos nascidos em solo rio-grandense. Herbert explica que há participantes de outros estados do Brasil e também noruegueses. "Há pessoas que estão aqui em Oslo já faz mais de uma década. Então já constituíram família, já casaram, por exemplo, com noruegueses, já tiveram filhos aqui."

Com a participação de pessoas de diferentes lugares, o grupo consegue compartilhar a cultura gaúcha. "Eles saem encantados e apaixonados pelo nosso amor ao Rio Grande do Sul. A forma como a gente trata carne, como a gente escuta as nossas músicas tradicionais e as nossas danças típicas", destaca.

Foto: Divulgação

 

OUTRO SENTIDO 

Venho do tempo em que a Semana Farroupilha tinha um outro sentido além do que vejo agora. Era trago, churrasqueada, cantoria e, de quando em vez, alguma peleia para não perder o treino. 

E o lado histórico e cultural? Eu nem sabia que isto existia.

Graças a Deus, ao menos para mim, as coisas mudaram. 

Além dos projetos culturais inclusive com a apresentação comentada do filme Bochincho, em memória a Jayme Caetano Braun, bombeio com orgulho o nosso galpão do Fraternidade Gaúcha no Acampamento Farroupilha lotado de crianças, velhos, mulheres, e sinto como é fundamental e bonito este lado social e filantrópico. 

Nas chapas batidas pelo Patrão Charles Zanchet, aparecem os alunos do Centro Social Marista Ir. Antônio Bortolini, que hoje atende 120 crianças e adolescentes entre 6 e 15 anos. Todos receberam alimentação por conta do Piquete. Além desta, outras instituições receberam o mesmo abrigo e carinho. 

E vou te contar. Nos dias atuais fico até incomodado quando alguém trata o mês farroupilha apenas como uma forma de divertimento. 

 

AINDA BEM QUE...

... com a perda de espaço no Correio do Povo e na Zero Hora, alguns jornalistas "gaúchos" que se consagraram criticando o mês farroupilha pararam com aquela ladainha de que somos o único Estado em que se comemora uma "guerra que perdemos".

Não lembram, propositadamente, e apenas como exemplo, da Revolução Constitucionalista de 1932 aonde os Estados de São Paulo e Mato Grosso foram derrotados pelas tropas de Getúlio Vargas em apenas 3 meses de luta. E qual é a maior data cívica do Estado de São Paulo? Justamente o 9 de julho que marca o início de tal revolução. 

Os paulistas, e os gaúchos, sabem que a derrota pode ser bélica mas a vitória está em atingir seus intentos logo ali adiante.  

Ainda bem que estes críticos estão perdidos nos emaranhados de sites da internet sem representação ou plateia alguma.

  

 

OS PERIGOS DO PROGRAMA AO VIVO

- Para começar o Sábado com bom humor -

Estava hoje (14) pela manhã tomando meu café e ouvindo o programa Super Sábado da rádio Gaúcha, direto do galpão da RBS no Acampamento Farroupilha. O tema era o chimarrão. Nisto a apresentadora começou a ler mensagens dos ouvintes: - Fulana de tal nos escreve dizendo que não gosta de chimarrão e nem de vestido de prenha. 

Engoli em seco e me questionei: - Será que ouvi direito? 

Aí a apresentadora, para meu apavoramento, repetiu a mensagem: - T'aí nossa ouvinte dizendo que não gosta de chimarrão nem de vestido de prenha. 

Claro que a condutora do programa deve ter imaginado "vestido de grávida" mas ficou muito mais evidente ainda que aquilo era mais uma das pegadinhas dos ouvintes e ela caiu... duas vezes.  

 

 

HOMENAGENS EM VIDA

Pedro Ortaça - Patrono dos Festejos Farroupilhas 2024

Tenho acompanhado, durante as festividades farroupilhas, a justas reverências a Jayme Caetano Braun em diversas localidades do Estado. Nota 10, total, devido ao seu centenário de nascimento, o pajador é o tema central das comemorações. Contudo, o Patrono dos festejos deste ano é outro Tronco Missioneiro que está entre nós e merece as mesmas deferências. Me refiro a Pedro Ortaça. 

- Ah... mas ele mora longe e, devido a idade, não pode acompanhar todos os eventos programados...

Tudo bem. Mas que se realize as homenagens e se faça chegar até ele toda a admiração que nossa terra nutre por esse grande artista. 

        

 

A QUESTÃO DOS ARTIGOS

Artigos definidos são palavras que antecedem os substantivos para individualizá-los de forma precisa. Dentre os artigos os principais são o, a , os e as. 

Quanto aos artigos indefinidos, são palavras que determinam de forma vaga, imprecisa, algum lugar, coisa ou pessoas e são: um, uma, uns, umas. 

No Jornal do Almoço, um dos apresentadores disse que na noite de hoje (12) haverá o espetáculo O Grande Encontro aonde OS principais artistas da música regional gaúcha estarão se apresentando. E a seguir relaciona OS principais artistas que, realmente, tem uma linda trajetória. 

E aí eu me tapo de indagações: - São OS principais para quem? Para o(a) apresentador(a)? Para quem escreveu o texto? O que pensarão dezenas de artistas que não estão incluídos neste show? Não seria mais sensato anunciar o evento como UNS ou ALGUNS dos principais artistas da música regional gaúcha?

Pode ser bobagem? Pode. Questão de semântica? Talvez. Mas aí damos rédeas no pingo para os perigosos rumos da generalização. Todos, nenhum...   

Uma coisa é eu, como pessoa, opinar. Outra é atestar em nome de uma rede de comunicação. 

 

REPONTANDO DATAS - 11 DE SETEMBRO

proclamação da República Rio-Grandense

Destacado por Bento Gonçalves da Silva, Antônio de Souza Netto desloca-se, no início de setembro de 1836 à região de Bagé, onde o imperial João da Silva Tavares (Joca Tavares), vindo do Uruguai, faz grande alarde. A Primeira Brigada de Netto, com 400 homens atravessa o Arroio Seival, hoje Candiota, e encontra as tropas de Silva Tavares (560 homens) sobre uma coxilha. Era a tarde de 10 de setembro de 1836. Observam-se por minutos, e Silva Tavares desce a coxilha em desabalada carga. Netto ordena também a carga de lança e espada, sem tiros. As forças se encontram em sangrento combate. Silva Tavares perde o controle de seu animal que sai em disparada. Seus homens, imaginando o chefe em fuga, são derrotados. Os farrapos ficam quase intactos, enquanto do outro lado há 180 mortos, 63 feridos e 100 prisioneiros.

Após a flamante vitória os revoltosos resolvem proclamar a República Rio-grandense centrada no povo, suas vontades e necessidades, e não na elite governativa. Passaram, então a redigir o documento da Proclamação que seria lida pelo General Antônio de Souza Netto, perante a tropa perfilada, em 11 de setembro.

Após a cerimônia de Proclamação, irrompem todos em gritos de euforia, liberdade, e vivas à República, com tiros para o alto e cantorias. Logo chega à galope o tenente Teixeira Nunes, empunhando pela primeira vez a bandeira tricolor, mandada fazer às pressas em Bagé. Passa então a desfilar por entre seus companheiros com a bandeira verde, vermelha e amarela da República Rio-grandense, comemorando sua independência. Foi conclamado que as demais províncias brasileiras a unirem-se como entes federados ao sistema republicano.

A partir deste momento temos a mudança de Revolução Farroupilha, ou seja de uma Província contra o Império, e passa a ser uma Guerra, ou seja, a Guerra dos Farrapos, de uma nação contra outra. 

Já não desejavam mais substituir o Presidente da Província de São Pedro do Rio Grande por outro, pois agora haveriam de ter um Presidente da República independente.

Os combatentes não era mais revoltosos farroupilhas, mas soldados do Exército Republicano Rio-Grandense.

O pavilhão que defendiam não era mais a bandeira imperial verde-amarela, mas a quadrada bandeira republicana verde, vermelha e amarela em diagonal (ainda sem o brasão).

Não lutavam mais por reconhecimento e atenção, mas pela defesa da independência e soberania de seu novo país.

 

REPONTANDO DATAS - 10 DE SETEMBRO

Num dia 10 de setembro, do ano de 1836, trava-se nos Campos dos Menezes, Bagé, a Batalha do Seival onde as tropas farroupilhas de Antônio de Souza Netto derrotam as legalistas de João da Silva Tavares. Foi a mais fulgurante vitória dos Republicanos sobre os Imperiais pois estavam em menor número e numa posição logística inferior (numa baixada de campo). Após esta grande conquista aonde o cavalo de Joca Tavares saiu em disparada e seus comandados acharam que seu chefe estava fugindo, foi proclamada a República Rio-grandense. Nesse local, na margem esquerda do Arroio Seival, ao norte da BR-293, o MTG mandou erguer um Marco Histórico.

Também num dia 10 de setembro, mas no ano de 1837, Bento Gonçalves da Silva chega de volta aos pampas, fugitivo do Forte São Marcelo, Salvador, após ser preso na derrota republicana na Ilha do Fanfa e ser levado ao Rio de Janeiro e, após uma fuga frustrada, ser transferido para a Bahia. 

No dia 10 de setembro do ano de 1899 João Cezimbra Jacques, patrono do tradicionalismo Gaúcho, juntamente com João Simões Lopes Neto, fundam em Pelotas a União Gaúcha, 3ª Sociedade no Gênero.

 

EMOCIONANTE 

Ontem nos referimos aqui no blog sobre as homenagens prestadas nos desfiles de sete de setembro, no Estado e fora dele, ao Rio Grande atingido pelas enchentes de maio bem como as deferências a todos que trabalharam no resgate e na ajuda de pessoas e animais. 

Pois na cidade de Tubarão, Santa Catarina, um jovem da banda marcial do Colégio Dehon viralizou sua imagem ao tocar seu instrumento de sopro com a boca já machucada pelo esforço desprendido. 

Os integrantes da banda, com seus lindos uniformes, traziam presos ao pescoço lenços brancos (Chimangos) ou  vermelhos (Maragatos).   

   

menino sangrou a boca mas não deixou de tocar Querência Amada

Texto do Jornal Razão - Tubarão SC

Durante o desfile de 7 de Setembro, em Tubarão, um jovem músico da Banda Marcial enfrentou um momento difícil ao machucar os lábios após longas horas tocando um instrumento de sopro. Mesmo com o ferimento, ele se manteve firme até o final da apresentação.

A música escolhida pela fanfarra foi "Querência Amada", uma das composições mais famosas de Teixeirinha, em homenagem ao povo gaúcho.

O momento foi especialmente emocionante para o público presente, que se lembrou das recentes enchentes que devastaram o Rio Grande do Sul entre o final de abril e maio deste ano. As fortes chuvas deixaram um saldo trágico de 182 vítimas fatais, de acordo com a Defesa Civil, marcando uma das maiores tragédias naturais da história do estado.

Santa Catarina foi um dos primeiros estados a oferecer ajuda aos gaúchos, com voluntários levando embarcações, aeronaves e alimentos para socorrer os atingidos naquele momento de tanta dor.

A homenagem prestada pelo Colégio Dehon no desfile reforçou o espírito de solidariedade entre os catarinenses, que não medem esforços para ajudar seus irmãos em tempos de necessidade.