MUSEU SOFRE COM A TEMPESTADE
Quadro Prisão de Tiradentes, de Antônio Parreiras,
pintado em 1914 em Paris, teve que ser coberto.
O Museu Julio de
Castilhos, situado no Centro Histórico de Porto Alegre, ainda convive com os
efeitos da tempestade de 16 de janeiro. Na ocasião, entrou água pelo telhado
tanto na Casa Julio quanto na Amarela, nesta última com menor gravidade. Porém,
o piso da sala Memória e Resistência ficou alagado.
— Na Casa Julio tivemos
um episódio inédito. Choveu no gabinete do Julio de Castilhos, coisa que nunca
tinha acontecido — revela a diretora do museu Doris Couto.
Nesta segunda-feira
(5), era possível ver diversas peças e quadros do acervo ainda cobertos por
lonas. Os itens só não foram atingidos pela água e sofreram danos em função do
uso dessa proteção.
As salas mais
prejudicadas pela entrada da chuva foram o gabinete e a peça adjacente
localizada à direita. Os dois espaços ficam situados de frente para a Rua Duque
de Caxias.
A água inclusive
atingiu a mesa, outra peça protegida preventivamente, de onde o ex-governador
do RS despachava no Palácio de Barro. As cadeiras do ano de 1772 e o relógio do
gabinete também escaparam da ação da tempestade.
— Como estamos
cadastrados preventivamente na Defesa Civil e recebemos os alertas, no dia
anterior cobrimos tudo — esclarece a museóloga, confirmando que não houve danos
ao acervo.
A força do vento
arrancou telhas da cumeeira e a água entrou no casarão. Cerca de 60 delas
precisaram ser trocadas em função da tempestade. O telhado foi consertado na
semana passada. Mas foi o "enlonamento" interno, que, de fato, salvou
o acervo do museu.
— Caiu uma árvore no
muro lateral da Casa Amarela, onde tínhamos uma grade na divisória com o
estacionamento — conta a diretora, mostrando uma rachadura em outro trecho do
muro causada ainda por queda de galhos de um robusto umbuzeiro.
Neste momento, a Casa Julio e o segundo andar da Casa Amarela estão fechados para a visitação do público. A estimativa da direção é de que a reabertura acontecerá no dia 14 de fevereiro. Os prejuízos ficaram em torno de R$ 3 mil.
Também no dia 14, será inaugurada no local uma exposição sobre as mulheres negras. Mais antigo do RS, o Museu Julio de Castilhos recebe cerca de 2 mil visitantes por mês.
Por: André Molinoski