RETRATO DA SEMANA

RETRATO DA SEMANA
A tomada da Ponte da Azenha, do pintor Augusto Luiz de Freitas (Instituto de Educação General Flores da Cunha, Porto Alegre/RS)

quarta-feira, 10 de janeiro de 2024

 

O PALA NO BRAÇO



Nos dias atuais voltou o costume da gauchada trotear por aí nos bailes, nas apresentações artísticas, nos rodeios, com um pala no braço ou nos ombros. Para quem sobe ao palco para cantar é uma forma de ocupar o braço esquerdo. O direito segura o microfone e está feito o carreto. Contudo, para quem toca animando bailongos penso que fica incômodo e até displicente.

O pala de lã, nos tempos de antanho, era a segunda casa do gaúcho gaudério. Parceiro dos índios vagos devido as frequentes e inesperadas mudanças de temperatura, servia de cobertor, de forro para as carpetas, para enrolar no braço durante uma peleia ou para abrigar do frio alguma chinoca. O pala de seda atado a meia espalda, servia mais como um enfeite, um adereço às vestes do gaúcho. Atualmente se usa muito o pala de fibra sintética.

Algumas pessoas confundem pala com o poncho. As diferenças fundamentais são que o pala tem gola em “V”, é franjado (nem todos os ponchos são franjados), normalmente possui um colorido acentuado, algumas listras e na região dos gauchos castelhanos traz lindos bordados.

Uma das composições que imortalizaram esta vestimenta foi Romance do Pala Velho, de Noel Guarany.