O VERBO NO PASSADO
No mês de outubro fui coordenador da Tertúlia Maçônica da Poesia Crioula aonde mais de 200 trabalhos se inscreveram. Agora em novembro, fui um dos avaliadores na triagem do festival de poemas inéditos promovido pela Câmara de Vereadores de Vacaria, evento que acontecerá junto ao Rodeio Internacional no mês de fevereiro. Da mesma forma um grande número de poesias concorreram para subir ao palco na data aprazada.
E qual a característica comum destas centenas de inscrições poéticas? O verbo no passado, ou seja, o tempo ido, o saudosismo, a saudade de uma época que não volta mais. Pouquíssimas obras retratando os tempos de hoje.
Noventa por cento dos concorrentes se reportam a sua infância, a vida que tiveram no campo, a lembrança dos avós...
Eu penso que os autores poderiam repensar um pouco essa temática que, embora linda, é muito usual.
A tradição é culto ao passado mas também é repasse de informações, atualizações, movimento. Quem contará para os nosso filhos e netos os acontecimentos do mundo que vivemos nos tempos de agora?
