RETRATO DA SEMANA

RETRATO DA SEMANA

quarta-feira, 6 de setembro de 2023

 

SEMPRE TORCI PELOS ÍNDIOS

PARTE II


Touro Sentado


Sábado, dia 02, fizemos uma postagem um tanto diferente intitulada "sempre torci pelos índios" em referência ao extermínio dos nativos dos Estados Unidos e relacionando com nossas tribos charruas, guaranis, caingangues...e, podíamos estender por toda a América Espanhola como os Incas, Astecas e Maias. Hoje vimos uma bela matéria do amigo Carlitos Dutra falando do chefe Sioux Touro Sentado. 

O guerreiro Touro Sentado comandou a resistência dos índios americanos Sioux contra a invasão do homem branco, e por toda sua coragem, destreza e sabedoria tornou-se o principal chefe de toda a nação Sioux.

Sua influência moral inspirou Crazy Horse (Cavalo Louco) e outros líderes militares indígenas a derrotarem o general George A. Custer e seu poderoso exército na Batalha de Little Bighorn.

Como o "homem branco" não desistia e tinha um poderio muito maior de armas e "leis" do que os índios, Crazy Horse foi assassinado e Touro Sentado, tentando evitar um novo sangrento conflito, fugiu para o Canadá, mas lá, após um tempo assistindo seu povo passar fome, retornou aos Estados Unidos e, pessoalmente, se rendeu.

Como último dos homens a entregar o seu rifle, sentiu-se humilhado ao ver, com muita dor, seus filhos e seu povo, sem escolhas, sendo obrigatoriamente adaptados aos costumes do "inimigo", deixando suas tradições cada vez mais distantes.

Ironicamente, ao final de sua vida, Touro trabalhou em shows ao lado de Buffalo Bill, o maior matador de búfalos que já existiu.

Na linguagem Sioux não há palavras que definam "posse de terra", pois esta não pertencia a ninguém, já que todos, mesmo sob uma hierarquia, viviam em harmonia dentro de seu mundo, de sua cultura...até o "homem branco" chegar.

É a velha história: Deus fez as terras, mas o diabo fez a cerca...

Com a palavra, o chefe Touro Sentado:

"Minha palavra é como as estrelas, elas não empalidecem. Como pode-se comprar ou vender o céu, o calor da terra? Tal ideia é estranha. Nós não somos donos da pureza do ar ou do brilho da água. Como pode então comprá-los de nós?

Decidimos apenas sobre as coisas do nosso tempo. Toda esta terra é sagrada para o meu povo. Cada folha reluzente, todas as praias de areia, cada véu de neblina nas florestas escuras, cada clareira e todos os insetos a zumbir são sagrados nas tradições e na crença do meu povo.

Sabemos que o homem branco não compreende o nosso modo de viver. Para ele um torrão de terra é igual ao outro. Porque ele é um estranho, que vem de noite e rouba da terra tudo quanto necessita. A terra não é sua irmã, nem sua amiga, e depois de exaurí-la ele vai embora. Deixa para trás o túmulo de seu pai sem remorsos. Rouba a terra de seus filhos, nada respeita. Esquece os antepassados e os direitos dos filhos. Sua ganância empobrece a terra e deixa atrás de si os desertos.

Suas cidades são um tormento para os olhos do homem vermelho, mas talvez seja assim por ser o homem vermelho um selvagem que nada compreende.

Uma coisa sabemos: o nosso Deus é o mesmo Deus. Esta terra é querida por Ele. Nem mesmo o homem branco pode evitar o nosso destino comum."