PEC DOS SÍMBOLOS GAÚCHOS
A PEC (Proposta de Emenda
a Constituição) que visa transformar os símbolos oficiais do Rio Grande do Sul
(a bandeira, o brasão de armas e o hino) em imutáveis em sua integralidade,
apresentada pelo deputado estadual Rodrigo Lorenzoni (PL-RS), foi a plenário
ontem, dia 27, mas, devido ao tumulto originado pelo grupo contrário a proposição, a sessão teve que ser interrompida e
transferida para terça-feira que vem.
Tal proposta surgiu em
reação às críticas que o movimento negro gaúcho tem feito nos últimos anos ao
hino estadual, que contém um trecho apontado como racista. "Povo que não
tem virtude acaba por ser escravo", diz o verso, que transmitiria a ideia
de que pessoas são escravizadas por não terem qualidades.
Não considero que o hino
tenha sido elaborado com essa intenção, ou seja, referindo-se ao povo negro e sim aos derrotados em combate
que, pelo insucesso nas batalhas, tornaríam-se escravizados dos vencedores. A
história nos mostra isto.
Um indício muito forte de
que o hino não foi constituído com essa conotação racista é que o autor da música (maestro Mendanha), era preto, e a mãe do autor da letra (Chiquinho da Vovó),
também era negra.
Alterar um hino a cada século desfigura a real intenção dos autores da época. Fosse assim o hino nacional brasileiro teria que ser amplamente mudado em sua concepção pois, nos tempos atuais, pare entende-lo temos que ter um dicionário ao lado.
A PEC necessita de 33 votos para ser aprovada.