OS FESTIVAIS PERDERAM O ENCANTO?
Não é de agora. Bem antes da pandemia se notava que os festivais nativistas vinha perdendo força. A coletividade local, com raras exceções, não vivencia mais o evento. Muitos preferem ficar no aconchego do rancho enquanto outros nem sabem o que está acontecendo em sua cidade.
Artistas de renome, talvez em função das baixas ajudas de custos, raramente participam. As músicas concorrentes, em sua grande maioria, são repetições do que já foi cantado (bem melhor) há décadas passadas. Os supostos apadrinhamentos nas avaliações também ajudaram a desacreditar muitos festivais.
As disputas pelos registros dos eventos (discos) não acontece mais. Ninguém, além dos poucos que comparecem, sabem das músicas vencedoras pois elas nascem e morrem no mesmo dia. Os clássicos que ouvimos hoje são os de quarenta anos atrás.
Fui testemunha presencial de Roncos do Bugio aonde concorriam em um ginásio lotado com 4 mil pessoas, artistas como Os Monarcas, Leonardo, Os Mirins, José Claudio Machado, Cezar Passarinho, João de Almeida Neto, Luis Carlos Borges, Rui Biriva, Porca Véia, Miguel Marques, Elton Saldanha e tantos outros.
Algo precisa ser feito para que o movimento nativista seja revigorado. Produtores, a turma da graxa, artistas, a rede hoteleira, o turismo, são elementos que fazem parte da cadeia produtiva destes encontros musicais.
Falando nisso veio a lembrança de que num dia 05 de março (de 1932) nascia em Porto Alegre Henrique Dias de Freitas Lima, um dos criadores da Califórnia da Canção Nativa de Uruguaiana, a mãe de todos os festivais.
