RETRATO DA SEMANA

RETRATO DA SEMANA
A tomada da Ponte da Azenha, do pintor Augusto Luiz de Freitas (Instituto de Educação General Flores da Cunha, Porto Alegre/RS)

terça-feira, 28 de fevereiro de 2023

 

REPONTANDO DATAS / 28 DE FEVEREIRO

O Tratado de Paz de Ponche Verde


Ilustração para o livro OS FARRAPOS E A MAÇONARIA
de Léo Ribeiro de Souza


No dia 28 de fevereiro de 1845, no local chamado Ponche Verde, hoje Dom Pedrito, o presidente da República Rio-grandense José Gomes de Vasconcelos Jardim assina o tratado de paz com o império brasileiro terminando a Guerra dos Farrapos.

Sobre esta questão a história não é clara pois há quem defenda que tal tratado foi assinado no dia 1º de março. Outros dizem que o documento chegou ás mãos dos farroupilhas no dia 25 de fevereiro. O documento original foi datado assim: "Campo de Alexandre Simões, 25 de fevereiro de 1845".

O certo é que o então Barão de Caxias, representante do império, ficou em Porto Alegre mandando seus subalternos discutirem o acordo visto que não considerava aquele documento um tratado pois tratado seria entre duas nações independentes e Caxias nunca considerou a Província como uma nação. Em nenhum dos artigos deste Tratado de Paz a independência da República Rio-Grandense é anulada ou extinta, permanecendo intacta e, por este detalhe, muitos consideram que o Rio Grande do Sul ainda é independente. 

Outro fato de grande relevância é o Tratado de Livre Comércio, através do qual a Inglaterra reconhece a independência gaúcha. Este Tratado é datado de 23 de Março de 1845, ou seja, um mês após a data da suposta assinatura do Tratado do Ponche Verde. Se os Farroupilhas continuavam buscando reconhecimento oficial internacional em Março de 1845, era porque não havia nenhum impedimento para tal, o que segundo muitos fundamenta a tese de que o Tratado do Ponche Verde jamais foi assinado, tendo sido apenas discutido, mas não formalizado. Isso também coaduna com o fato de que foram encontrados apenas rascunhos do Tratado do Ponche Verde; os originais nunca foram achados.

Os generais Bento Gonçalves da Silva e Antônio de Sousa Neto se recusaram a assinar este Tratado de Paz.