O RANÇO DO CONSELHO DE CULTURA
COM O M. T. G.
Entre 2020 e 2022 fui membro do Conselho
de Cultura do Estado do Rio Grande do Sul, órgão que analisa, aprova ou não, os
projetos culturais que buscam auxílio através da LIC (Lei de Incentivo a
Cultura).
Neste período pude atestar de
perto e constatar a veracidade de uma reclamação antiga do Movimento
Tradicionalista Gaúcho e de outras áreas com foco nos costumes gauchescos, principalmente
rodeios, qual seja a dificuldade de aprovar projetos neste setor. A
justificativa é semelhante. Os “gauchinhos” estancieiros não precisam de
dinheiro público. Os conselheiros, em maioria de outras áreas como teatro,
cinema, fotografia, dança, não se davam conta da função social que um CTG exerce nas comunidades mais pobres. Para tanto justificavam que “os locais não tinham acessibilidade, os eventos não atingiam
os objetivos da Lei, não tinha carta com intenção de patrocínio, o tal Cartão Tradicionalista era excludente...”, ou seja, tudo era motivo para negar.
Neste período havia três
conselheiros advogando em favor destes projetos “gauchescos”. A declamadora Liliana
Cardoso, a escritora Elma Santana e eu. Como nos relacionávamos bem com a
maioria dos 24 integrantes conseguimos aprovar quase tudo aquilo que defendíamos. Mas havia um grupo de oito ou nove conselheiros reticentes. Lembro
que relatei o ENART e vencemos por um voto. Até o presidente Manoelito Savaris convidei para
participar de uma reunião e ajudar no convencimento.
Neste biênio de 2022/2024 o Conselho
de Cultura foi renovado e as dificuldades aumentaram. Resultado: Na última
avaliação coletiva dois grandes eventos promovidos pelo MTG não tiveram seus
projetos aprovados. A Ciranda Estadual de Prendas e a Festa Campeira do Rio Grande
do Sul.