MUSEU JÚLIO DE CASTILHOS
REABRE AO PÚBLICO
Abriu ontem, terça-feira, dia 31, pela
enésima vez em face das dificuldades com que sobrevive, o Museu Júlio de
Castilhos, que funciona no mesmo local onde residiu um dos políticos mais
influentes do Estado. Júlio Prates de Castilhos comandou duas vezes o Rio Grande e liderou os Ximangos na
Revolução Federalista ainda colocando em seu lugar, seu afilhado Borges de Medeiros. O castilhismo positivista inspirado nas ideias do
filósofo francês Augusto Comte se impôs por quatro décadas como principal
corrente política do Estado.
Viveu neste casarão na rua Duque
de Caxias, na capital, pertinho do Palácio Piratini, desde o momento em que
deixou o governo, em 1898, até o dia em que o ar lhe faltou em 24 de outubro de
1903.
Até nas vésperas de sua morte ocasionada
por um câncer na garganta e uma traqueostomia mal sucedida, teve algumas “tiradas”
engraçadas.
O jornal A Federação –
órgão oficial do Partido Republicano Rio-grandense (que o tratava por chefe) - dois dias após sua morte fez a seguinte matéria:
“O estado do enfermo era
penosíssimo. Ainda em crise asfixiante, aspirando o ar de balões de oxigênio,
encaminhou-se por seus próprios pés, para a mesa de operação.
Exhortado a coragem pelo dr.
Walau, respondeu:
- Não preciso de coragem. É de ar
que preciso.
Ao deitar-se na mesa operatória,
exclamou:
- Chlorofornio! Chlorofornio!
E não falou mais."