CARRETA
Nos versos de Jayme e de Ruivo
Carreta, carro de bois
de sentido universal,
no pampa meridional
tem épica relevância,
foi ela que, na distância,
da planura abarbarada,
abriu a primeira estrada
ligando à cidade à estância.
Carreta de duas juntas
de três, de quatro, ou de mais,
nos descampados natais
o seu vulto impressionante,
mesmo que um rancho ambulante,
rasgando sulcos no pasto,
levou Progresso de arrasto
até os rincões mais distantes.
E o Juca Ruivo nos canta:
- Carreta! És igual a mim
que também já chego ao fim,
gaudério, sempre a cruzar.
Alma velha em corpo gasto
da vida pelos rincões
vou cruzando sem um rastro
carregado de ilusões.
Jayme Caetano Braun / Juca Ruivo