RETRATO DA SEMANA

RETRATO DA SEMANA

terça-feira, 28 de fevereiro de 2023

 

REPONTANDO DATAS / 28 DE FEVEREIRO

O Tratado de Paz de Ponche Verde


Ilustração para o livro OS FARRAPOS E A MAÇONARIA
de Léo Ribeiro de Souza


No dia 28 de fevereiro de 1845, no local chamado Ponche Verde, hoje Dom Pedrito, o presidente da República Rio-grandense José Gomes de Vasconcelos Jardim assina o tratado de paz com o império brasileiro terminando a Guerra dos Farrapos.

Sobre esta questão a história não é clara pois há quem defenda que tal tratado foi assinado no dia 1º de março. Outros dizem que o documento chegou ás mãos dos farroupilhas no dia 25 de fevereiro. O documento original foi datado assim: "Campo de Alexandre Simões, 25 de fevereiro de 1845".

O certo é que o então Barão de Caxias, representante do império, ficou em Porto Alegre mandando seus subalternos discutirem o acordo visto que não considerava aquele documento um tratado pois tratado seria entre duas nações independentes e Caxias nunca considerou a Província como uma nação. Em nenhum dos artigos deste Tratado de Paz a independência da República Rio-Grandense é anulada ou extinta, permanecendo intacta e, por este detalhe, muitos consideram que o Rio Grande do Sul ainda é independente. 

Outro fato de grande relevância é o Tratado de Livre Comércio, através do qual a Inglaterra reconhece a independência gaúcha. Este Tratado é datado de 23 de Março de 1845, ou seja, um mês após a data da suposta assinatura do Tratado do Ponche Verde. Se os Farroupilhas continuavam buscando reconhecimento oficial internacional em Março de 1845, era porque não havia nenhum impedimento para tal, o que segundo muitos fundamenta a tese de que o Tratado do Ponche Verde jamais foi assinado, tendo sido apenas discutido, mas não formalizado. Isso também coaduna com o fato de que foram encontrados apenas rascunhos do Tratado do Ponche Verde; os originais nunca foram achados.

Os generais Bento Gonçalves da Silva e Antônio de Sousa Neto se recusaram a assinar este Tratado de Paz.

  

  

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2023

 

35º SEMINÁRIO ESTADUAL DE PRENDAS


evento foi um sucesso de participantes e de organização

Neste sábado, 25, aconteceu na Sociedade Gaúcha de Lomba Grande, em Novo Hamburgo, a 35ª edição do Seminário Estadual de Prendas reunindo mais de 700 jovens, de diversas regiões do estado. Antes da abertura oficial do evento, o presidente do Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG), Manoelito Carlos Savaris, prestigiou a saída da Cavalgada da Paz, da 30ª região Tradicionalista, destacando a importância desta comemoração.

A anfitriã do evento, a 2ª Prenda do Rio Grande do Sul, Dienifer Canabarro, agradeceu aos que atenderam o chamado para o seminário, dando ênfase às palestras escolhidas: As teses, ‘O sentido e o valor do tradicionalismo’, de Luiz Carlos Barbosa Lessa, e ‘O sentido e o alcance social do Tradicionalismo’, de Jarbas Lima, com Rogério Bastos, e o Plano Vaqueano, de Hugo Ramirez, e o Plano de Ação Social de Onésimo Caneiro Duarte, com Priscila Bresolin Tisott. Na parte da tarde foi realizada uma gincana cultural com a juventude.

Durante as atividades no galpão, dentro do Parque aconteceu o desfile de carretas puxadas por bois, da Associação de carreteiros de Lomba Grande, bem como uma Feira Colonial de Produtores locais.

Paralelo ao evento, foi apresentado o livro Nativismo, um fenômeno social gaúcho, de Barbosa Lessa, juntamente com uma exposição, que mostrou quem foi o menino prodígio de Piratini. Cada entidade que esteve presente ao evento levou uma edição do livro, que foi financiado pelo Fundo de Apoio à Cultura (Edital 07/2021 – patrimônio), para sua biblioteca.


Presidente do MTG Manoelito Carlos Savaris,
saudou os participantes da Cavalgada da Paz


 

Fotos: Gabriel Soares

Fonte: Rogério Bastos - Assessoria de Comunicação do MTG

51 997658633


 

REPONTANDO DATAS / 27 DE FEVEREIRO 


Ilustração para o livro OS FARRAPOS E A MAÇONARIA
Léo Ribeiro de Souza


Num dia 27 de fevereiro, do ano de 1844, ocorreu o famoso Duelo Farroupilha entre Bento Gonçalves e seu primo Onofre Pires. O duelo aconteceu as margens do Arroio Sarandi (Alegrete) sem a presença de testemunhas. Bento fere Onofre no ombro e na mão depois, com seu próprio lenço, faz um torniquete em Onofre e volta ao acampamento. 

Tal fato merece um capítulo especial no livro OS FARRAPOS E A MAÇONARIA, de Léo Ribeiro de Souza, pois ambos eram maçons. 

Também num dia 27 de fevereiro, mas no ano de 1894, os Maragatos vencem os Pica-paus no combate de Tarumã (Passo Fundo).

Neste mesmo dia e mês, no ano de 2011, morre o poeta filho de São Francisco de Paula Zeno Cardoso Nunes, autor do clássico poema Briga de Touros. Zeno foi Presidente da Estância da Poesia Crioula. 




domingo, 26 de fevereiro de 2023

 


O CARNAVAL E O ENART


CTG Rancho da Saudade - Cachoeirinha - Campeão de 2022
Foto: Alencar da Rosa


Existe um movimento para levar ao grande público através das mídias sociais o significado de cada “entrada” e “saída” das Invernadas Artísticas concorrentes do ENART (Encontro de Artes e Tradição Gaúcha).

Acho a iniciativa louvável.

As “entradas” e “saídas” são aquele espaço que os grupos de danças tradicionais tem para bater asas, viajar na imaginação, criar algo novo saindo da normatização obrigatória do Pezinho, Anú, Tirana do Lenço.... Popularizar estas apresentações divulgando seu teor é relevante pois tais momentos contam aspectos da nossa cultura e da nossa história. 

Paixão Côrtes ficaria feliz com tal proposição visto que sempre foi contra a robotização que tomou conta das apresentações de danças aonde qualquer deslize é motivo de penalização causando um estresse impressionante nos concorrentes.

O parágrafo acima me fez lembrar o que aconteceu no desfile do grupo principal do Rio de Janeiro aonde a jurada de fantasia Regina Oliva tirou meio ponto da Escola Império Serrano, que acabou rebaixada. Sua nota (9,5) foi a mais baixa de um avaliador desde 2014 e reparem na sua justificativa: “Não houve uniformidade na maneira de conduzir as alegorias de mão. Uns integrantes levaram a alegoria segurando pela mão direita, outros pela mão esquerda...”. Na opinião desta avaliadora o integrante teria que pular o carnaval desfilando 65 minutos com a alegoria em uma só mão. Um absurdo. Um crime o que ela fez com a agremiação que repassava uma mensagem bonita sobre o sambista Arlindo Cruz.

Talvez seja por isso que o carnaval no Rio de Janeiro tenha deixado de ser uma festa popular para tornar-se uma vitrine da burguesia carioca hoje em franca decadência.

Mas voltando ao tema da postagem. 

Pelo pouco que entendo de carnaval as Comissões de Frente das Escolas são um cartão de visitas do que vai ser apresentado. Um resumo da temática. Nossas "entradas" e "saídas", embora possuam um tema livre, mal comparando são estilo estas comissões pois sempre trazem um diferencial na sua apresentação. A divulgação destas coreografias de forma antecipada (sem contar as surpresas) sem dúvida alguma é uma boa sacada e uma ótima maneira de promover o evento. 



 

9 ANOS SEM  

VALTER VIEIRA RIBEIRO





Natural de Passo Fundo RS, Valter Vieira Ribeiro nasceu em 09/07/1942, filho de Pedro Júlio Ribeiro e Jandira Vieira Ribeiro, agricultores. Tinha  como profissão o ofício de Barbeiro, o qual exercia há 60 anos, embora aposentado continuava trabalhando. Casou-se em 11/07/1964 com a Sra. Eva Isabel Ribeiro. Tinham um casal de filhos.

Tradicionalista e autêntico declamador, Valter Vieira Ribeiro foi patrão do CTG Getúlio Vargas, por três gestões, e fundador do CTG Tropel de Caudilhos, do qual foi o segundo patrão, ambos em Passo Fundo. Premiadíssimo, campeão de rodeios em declamação, entre os quais destacam-se:

- Rodeio Internacional de Vacaria, onde foi uma vez 3º Lugar, uma vez 2º lugar e também – Bi Campeão –
- Campeão do Rodeio Internacional de Passo Fundo
- Destaque Especial do Fegart

Também como declamador foi premiado nos seguintes festivais de poesias inéditas:

- 3º Festival Poético da Brigada Militar, no Clube Farrapos em Porto Alegre – 1º Lugar
- Sesmaria da Poesia Gaúcha 6º Quadra em Osório – 1º Lugar
- 1º Garimpo da Poesia Gaúcha em Soledade – 2º Lugar
- Seival da Poesia Gaúcha em São Lourenço do Sul – 3º Lugar

Foi homenageado pela Câmara Municipal de Vereadores da Cidade de Passo Fundo, em sessão solene, e condecorado com o diploma de Honra ao Mérito pela conquista do 1º lugar em declamação no Rodeio Internacional de Vacaria. É fundador da Associação de Pajadores e Declamadores Gaúchos A. P. A. D. E. G, de São Pedro do Sul, Fundador e Patrão de Honra da Associação de Poesias Gaúchas, Confraria do Verso Crioulo, de Passo Fundo, CTG Tropel de Caudilhos, Recanto da Poesia Gaúcha Jayme Caetano Braun.

Valter Vieira Ribeiro também foi o homenageado da Sesmaria, de Osório, o maior festival poético do Estado, em sua 17ª Quadra, em setembro de 2012. Já doente, não pode comparecer.

Faleceu em Passo Fundo no dia 26 de fevereiro de 2014. 


sábado, 25 de fevereiro de 2023

 





sexta-feira, 24 de fevereiro de 2023

 

AS VISITAS PROLONGADAS


Impressionante como no período de carnaval as pessoas que tem casa na praia, na serra ou no campo, recebem visitas de amigos e parentes que não viam, ou não eram lembrados, durante todo o ano. Eu não dou bola pra isto mas tem alguns que exclamam: - Ainda bem que as folias do Momo duram apenas quatro dias.

Isto me faz lembrar uma passagem muito engraçada do Seu Antero Castilhos, figura muito conhecida lá na minha terra por ser um eterno ranzinza. Um verdadeiro rabugento.

Sua filha  Judite que estudava no povoeiro, naquele carnaval de 1983 resolveu convidar seus colegas para passar os festejos na fazenda de seu pai, no interior. E assim, já pelo sábado de manhã, foram chegando em comitiva, armando barracas, isopor tapados de ceva, cantorias, uns já de calção pro banho na sanga...

Recém tinham chegado prontos para ficar até a quarta-feira de cinzas e o Seu Antero foi encilhar seu cavalo para as lidas diárias.

Antes de bolear o pé no estribo, muito educado, foi cumprimento um a um dos jovens com a seguinte indireta que mais parecia uma flechada nos peitos:

- Bueno, gurizada. Vou aproveitar e me despedir. Pode ser que quando eu voltar do campo vocês já tenham ido embora... 



quinta-feira, 23 de fevereiro de 2023

 

COMEÇA HOJE A SEMANA DA PAZ




LEI Nº 11.077, DE 06 DE JANEIRO DE 1998.

(publicada no DOE nº 004, de 07 de janeiro de 1998)

Institui a "Semana da Paz" no Estado do 

Rio Grande do Sul

O GOVERNADOR DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL.

Faço saber, em cumprimento ao disposto no artigo 82, inciso IV, da Constituição do Estado, que a Assembleia Legislativa aprovou e eu sanciono e promulgo a Lei seguinte:

Art. 1º - Fica criada a “Semana da Paz”, no Estado do Rio Grande do Sul, a ser

comemorada de 23 de fevereiro a 1º de março de cada ano

Art. 2º - A "Semana da Paz" fara parte do Calendário Estadual de Eventos

Art. 3º - A celebração da "Semana da Paz" será coordenada pela Secretaria da

Educação, pelas Secretarias da Cultura do Estado e dos municípios, com a participação do Movimento Tradicionalista Gaúcho e da Brigada Militar.

Art 4° - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação

Art. 5º – Revogam-se as disposições em contrário

PALÁCIO PIRATINI, em Porto Alegre, 06 de janeiro de 1998

 

A BANDEIRA E O TEMA DA SEMANA DA PAZ

Bandeira da Paz (MTG), foi instituída em 1997, com sua aprovação no 42º Congresso Tradicionalista, na cidade de Santo Augusto, no CTG Pompilio Silva. Nesta mesma ocasião foi aprovada a Semana da Paz (de 23 de fevereiro a 1 de março), em comemoração à data de 1º de março, dia da celebração da Paz de Ponche Verde. Também foi aprovada a música tema da Semana da Paz. Foi adotada a música “O homem do pala branco”, de autoria do cantor Leonardo.

Fonte: site MTG



 

PURA VERDADE 




 


A 16ª Jerra da Canção Nativa acontecerá no período de 06 a 09 de abril de 2023, na cidade de Santa Vitória do Palmar. 

Inscrições abertas até 21 de Março.

Regulamento, Ficha de Inscrição e mais informações, tu encontras no blogue  Ronda Dos Festivais.


quarta-feira, 22 de fevereiro de 2023

 

ORIGEM DA QUARTA-FEIRA DE CINZAS



A quarta-feira de cinzas é o primeiro dia da Quaresma no calendário cristão ocidental. As cinzas que os cristãos católicos recebem neste dia é um símbolo para a reflexão sobre o dever da conversão, da mudança de vida, recordando a passageira, transitória, efêmera fragilidade da vida humana, sujeita à morte.
 
Ela ocorre quarenta dias antes da Páscoa sem contar os domingos (que não são incluídos na Quaresma) ou quarenta e seis dias contando os domingos. Seu posicionamento varia a cada ano, dependendo da data da Páscoa. A data pode variar do começo de fevereiro até à segunda semana de março.
 
Alguns cristãos tratam a quarta-feira de cinzas como um dia para se lembrar da própria mortalidade. Tradicionalmente, missas são realizadas nesse dia, nas quais os participantes são abençoados com cinzas pelo padre que preside à cerimônia. O sacerdote marca a testa de cada celebrante com cinzas, ficando uma marca que o cristão normalmente deixa até o pôr do sol, antes de lavá-la. Esse simbolismo relembra a antiga tradição do Médio Oriente de jogar cinzas sobre a cabeça como sinal de arrependimento perante Deus (como relatado diversas vezes na Bíblia).
 
No Catolicismo Romano, a quarta-feira de cinzas é um dia de jejum e abstinência. Como é o primeiro dia da Quaresma, ele ocorre um dia após o carnaval. A Igreja Ortodoxa não observa a quarta-feira de cinzas, começando a quaresma já na segunda-feira anterior a ela.


 

REPONTANDO DATAS / 22 DE FEVEREIRO 


Num dia 22 de fevereiro do ano de 1845 o comandante farroupilha David Canabarro promove uma reunião do Conselho dos Generais em Ponche Verde, Dom Pedrito, para tratar do prosseguimento ou não da Guerra dos Farrapos. 

Também num dia 22 de fevereiro, no ano de 1904, nascia em Quarai o poeta Juca Ruivo. 

Na mesma data, no ano de 1959, morria um dos maiores poetas gaúchos, o médico Aureliano de Figueiredo Pinto. 

Já em 1983 morria o poeta cruzaltense Pery de Castro, um dos idealizadores e fundadores da Estância da Poesia Crioula. Sob sua presidência a entidade adquiriu sua sede própria. 


terça-feira, 21 de fevereiro de 2023


 

 

ESTÂNCIA DA POESIA CRIOULA

EVENTOS






INSCRIÇÕES ATÉ O DIA 30 DE ABRIL 




segunda-feira, 20 de fevereiro de 2023

 

REPONTANDO DATAS / 20 DE FEVEREIRO

CENTENÁRIO DE NASCIMENTO DE HONEYDE BERTUSSI



Honeyde Bertussi nasceu em 20 de Fevereiro de 1923, portanto há exatos 100 anos, na localidade de São Jorge da Mulada, Criúva, na época pertencente ao município de São Francisco de Paula e faleceu em 4 de Janeiro de 1996 em Porto Alegre.

Conhecido como o Cancioneiro das Coxilhas, aos quatro anos ganhou de presente de seu pai, Fioravante Bertussi, uma gaita de quatro baixos. Com o tempo, aprendeu a tocar violão e gaita de boca. Após a realização de seus estudos na cidade de Vacaria, onde concluiu o 2º Grau, Honeyde retornou para o campo casando-se no mês de março de 1941 com Haydee Vacchi.

Em 1942 adquiriu o seu primeiro acordeon uma Todeschini de oitenta baixos. Aos oito de maio de 1942, graças a uma cheia do rio Mulada a orquestra não consegue chegar a tempo de tocar um baile de casamento na localidade onde nasceu, Honeyde foi chamado e tocou o seu primeiro baile. Em 1943 compôs a canção Cancioneiro das Coxilhas, sua música predileta. Na década de 50, junto com seu irmão Adelar, 10 nos mais novo, formou a primeira dupla de gaiteiros do Rio Grande dando início a uma saga galponeira que floresceu e dá frutos até hoje. Em 1955 lançaram o primeiro LP "Coração Gaúcho" aonde está gravado o primeiro bugio, Casamento da Doralice, consagrando Os Irmãos Bertussi. Daí para frente, foi um sucesso atrás do outro sendo aclamados como a maior dupla de acordeonistas de todos os tempos.

Na Rádio Caxias todas as quintas-feiras Honeyde apresentava o programa Cancionero das Coxilhas, sendo um dos pioneiros dos programas radiofônicos ao vivo. Cantava e tocava músicas regionais, sempre mostrando a rica história do Rio Grande do Sul. Incentivando o culto tradicionalista gaúcho, Honeyde Bertussi brilhantemente conduziu a história musical rio-grandense, conservando, junto aos Centros de Tradições Gaúchas, o gosto pela música e pelo regionalismo.

Honeyde Bertussi foi um dos artistas mais completos do Rio Grande pois tocava bem seu acordeom, era excelente letrista e cantava com uma voz de trovão inigualável. Grandes grupos de hoje são seguidores de Os Irmãos Bertussi como Os Serranos, Os Monarcas, Grupo Cordeona e tantos outros.

Neste ano de 2023 diversas atividades estão programadas para relembrar seu centenário de nascimento. Tais comemorações já tiveram início em sua cidade natal, São Francisco de Paula, no dia 07 de janeiro. 

 

domingo, 19 de fevereiro de 2023

 

A BUSCA DE UM TEMA NOVO


Foto: Chê Zico

Não tenho feito letras para serem musicadas pelo simples fato de que não gosto de me repetir, ou seja, escrever apenas para aumentar meu número de composições e fazer aquilo que já fiz em matéria de temas. Aliás este é o grande problema dos festivais. Tornaram-se uma repetição do que já foi escrito (bem melhor) há tempos atrás. 

Como consolo pode-se dizer que esta não é uma crise exclusiva dos músicos gaúchos. Dando uma bombeada sobre a temática dos desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro, aonde flui a criatividade, percebi que 90% das entidades tem como tema o Nordeste ou a Mãe África. Nada de novo. Tudo já foi explorado. 

De toda a sorte, um bom carnaval a todos por que para mim me sobra olhar pela televisão (até que o Morfeu se aprochegue). 

Ao cavalo velho só resta o relincho.  


    


 

O PALA NO BRAÇO



Nos dias atuais voltou o costume da gauchada trotear por aí nos bailes, nas apresentações artísticas, nos rodeios, com um pala no braço ou nos ombros. Para quem sobe ao palco para cantar é uma forma de ocupar o braço esquerdo. O direito segura o microfone e está feito o carreto. Contudo, para quem toca animando bailongos penso que fica incômodo e até displicente.

O pala de lã, nos tempos de antanho, era a segunda casa do gaúcho gaudério. Parceiro dos índios vagos devido as frequentes e inesperadas mudanças de temperatura, servia de cobertor, de forro para as carpetas, para enrolar no braço durante uma peleia ou para abrigar do frio alguma chinoca. O pala de seda atado a meia espalda, servia mais como um enfeite, um adereço às vestes do gaúcho. Atualmente se usa muito o pala de fibra sintética.

Algumas pessoas confundem pala com o poncho. As diferenças fundamentais são que o pala tem gola em “V”, é franjado (nem todos os ponchos são franjados), normalmente possui um colorido acentuado, algumas listras e na região dos gauchos castelhanos traz lindos bordados.

Uma das composições que imortalizaram esta vestimenta foi Romance do Pala Velho, de Noel Guarany. 





 


sábado, 18 de fevereiro de 2023

 

ORIGENS DO CARNAVAL


Embora antigo, como demonstra esta fotografia de um desfile,
o carnaval no Rio Grande do Sul, por algum motivo,
nunca equiparou-se ao restante do país.  

 

Oficialmente começa hoje, 18, a maior festa popular do Brasil, ou seja, o carnaval. Mistura de ritmos, cores e costumes, apesar de sua origem na antiguidade europeia, no Brasil a comemoração é uma expressão da cultura afro-brasileira. Mas, afinal, qual a história do Carnaval? 
De acordo com o historiador Charles Monteiro, professor do curso de História da PUCRS, a origem da festividade remonta da Roma Antiga. “Não é fácil decidir sobre o ponto de partida das tradições, que geralmente resultam da transformação de rituais anteriores. Mas podemos considerar a Lupercália (antiga festa romana), celebrações que ocorreram na Roma Antiga em meados de fevereiro, como o início do Carnaval”, afirma.
Ainda segundo o professor, o início da festa no Brasil ocorreu durante o período colonial no século XVI, através do Entrudo. “Naquele momento, as autoridades relaxavam a vigilância e permitiam a folia, que reunia homens e mulheres das classes populares, muitos deles escravizados, mas também os libertos e os representantes de camadas médias. A festividade ocorria como forma de compensação para uma sociedade extremamente hierarquizada, rígida e autoritária baseada na escravidão e no patriarcalismo que impunham múltiplas restrições à liberdade”, conta Monteiro.
União de jogos e brincadeiras, o Entrudo marcava o período de introdução da Quaresma. Monteiro também destaca a importância do cristianismo para a consolidação da tradição carnavalesca. “Segundo o historiador Gilles Bertrand, o cristianismo desempenhou um papel importante no estabelecimento de um período de Carnaval. Por volta do ano 1000, uma temporalidade cristã começou a se impor, separando estritamente um período de prazeres da carne/do corpo e dias magros de jejum e resguardo do corpo. A época do Carnaval, portanto, flutua, porque se alinha com a festa da Páscoa e da Quaresma, fixada em quarenta dias a partir do século VIII”, ressalta.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2023


33ª FESTA CAMPEIRA DO RS 




O Parque de Eventos de Santa Cruz do Sul está passando por diversas melhorias para receber a 33ª edição da Festa Campeira do RS (Fecars), entre os dias 15 e 19 de março. E um dos grandes destaques deste ano é que o acesso para acompanhar as provas será totalmente gratuito.

"É um grande presente que estamos dando para a população do Estado, a oportunidade de conferir a tradição e a cultura gaúcha em ação, sem cobrança de ingresso", afirmou o presidente da Comissão Executiva da Fecars, Juliano Batista.

Coordenadores e diretores campeiros das 30 regiões tradicionalistas estiveram reunidos no Parque de Eventos para o sorteio dos lotes para acampamento. Eles também verificaram de perto todas as melhorias que estão sendo realizadas no local, como drenagem, canalização, substituição de mangueiras e bretes, restauração do espaço das provas campeiras, reposição de areia e compactação da cancha e ajustes nos pontos de água e energia. Todas as intervenções ficarão de forma permanente para beneficiar também outros eventos tradicionalistas.

Também ocorreu uma reunião geral do Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG) na Unisc. Entre os temas que foram discutidos, estão o calendário de eventos, o uso e fiscalização da indumentária em eventos, Congresso Tradicionalista, Festejos Farroupilhas 2023, entre outros assuntos.

O que é a Fecars

Considerado o maior evento campeiro do estado, e realizado pelo Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG), este ano em parceria com a 5ª Região Tradicionalista, a Festa Campeira do Rio Grande do Sul reúne integrantes das 30 regiões do Estado.

A programação inclui provas de tiro de laço, gineteada, chasque, rédeas e vaca parada. Ao mesmo tempo, ocorrerá também o Seminário de Cultura Campeira, que envolve peões e prendas de todo o Rio Grande do Sul. O ingresso para o parque será gratuito. O evento conta com o patrocínio do Município de Santa Cruz do Sul.

Tiago Rech / Comissão Executiva da 33ª Fecars

 

Arte: LilianePappen/P&BComunicação

Rogério Bastos 51 997658633




quinta-feira, 16 de fevereiro de 2023

 

37ª CAVALGADA DO MAR




Acaba de passar por Curuma's Beach, mais conhecida por Praia de Curumim (agora são 10.45h), a 37ª Cavalgada do Mar. Bem organizada, com um número razoável de cavalarianos é uma bela representatividade da nossa cultura no litoral nesta época do ano. 

Sem macular sua grandiosidade foram repetidos aqueles problemas insolúveis dos retardatários. Pessoas que gostam de aparecer e não se agrupam. Também não vimos encarregados de limpeza dos dejetos dos cavalos como já aconteceu em outras ocasiões. Ficou por conta do mar. 

Mas é um evento lindo, sem dúvida alguma. 


 

INCÊNDIO NO CTG 



Segundo nos informou o nosso amigo e grande comunicador Jaime Ribeiro, no dia de ontem o CTG Sinuelo do Pago, de Uruguaiana, esteio da Califórnia da Canção Nativa, pegou fogo sendo atingido principalmente o Museu do Piá, espaço reformado recentemente através da Lei Aldir Blanc. 

  


quarta-feira, 15 de fevereiro de 2023

 

REPONTANDO DATAS - 15 DE FEVEREIRO

 

O político e diplomata brasileiro, Oswaldo Aranha, então ministro da Fazenda, durante uma entrevista coletiva no Rio de Janeiro, em 1953. 

Foto: Arquivo Estadão 


Na data de 15 de fevereiro do ano de 1894 nascia na cidade de Alegrete Oswaldo Euclides de Souza Aranha estadista e diplomata, braço direito de Getúlio Vargas. Sob sua presidência na ONU o Estado de Israel foi criado.


 



Num dia 15 de fevereiro de 1974 morria vítima de um acidente de trânsito na BR-392, na região de Pouso Novo, RS, o Mocinho do Cinema Gaúcho JOSÉ MENDES. Cantor, compositor e ator nasceu na localidade de Machadinho, no município de Lagoa Vermelha.




Hoje quem estaria de aniversário, se fisicamente vivo estivesse, seria o um dos melhores gaiteiros do Rio Grande do Sul, o Sanfoneiro Pachola ADELAR BERTUSSI, que nasceu lá em São Jorge da Mulada, em São Francisco de Paula, num dia 15 de fevereiro de 1923. Adelar formou junto com seu irmão mais velho Honeyde Bertussi a maior dupla de acordeonistas do Brasil.  

 

 

terça-feira, 14 de fevereiro de 2023

 

PROFISSÃO: DEBOCHE


Existem indivíduos que em seus currículos deveria constar o seguinte:

- Profissão: Deboche.

Eu admiro as pessoas que trabalham fazendo humor. Os humoristas são mensageiros do riso, da alegria. Fazem contraponto ao mundo sisudo em que vivemos. Palhaços levam divertimento ás crianças enfermas nos hospitais, são portadores das graças de qualquer circo por mais humilde que seja. Eu adoro palhaços. Contudo, o humor que mais aprecio é o inteligente, aquele que teve por grandes mestres Chico Anysio e Jô Soares. Infelizmente quem fez escola aqui pelo Sul foi o Casseta & Planeta, ou seja, aquele humor alicerçado no deboche, na gandaia, na depreciação de outra pessoa como se o humorista fosse “o cara”, aquele que nunca erra, o senhor da razão.

Para ser um bom humorista a pessoa tem que ter raciocínio rápido, ser diferenciado, criativo, engraçado mesmo calado, não repetir piadas velhas e, sobretudo, não fazer do sarcasmo, da polêmica com pessoas ou classes, sua escada para subir na profissão.

O humorista pode até não gostar de determinado segmento, como crianças declamando, por exemplo, e tal opinião deve ser respeitada. O deboche, não. Ele (humorista) deve ter o discernimento de separar suas frustrações daquilo que ele leva para seu público através de sua arte.   

Em tempo: Não vamos dar "nomes aos bois" pois os zombeteiros são deste grupo que vive de "curtidas" e deixam isto bem claro quando pedem desculpas por meterem os pés na jaca agradecendo por terem sido tão lembrados nas redes sociais.         


segunda-feira, 13 de fevereiro de 2023


TELMO DE LIMA FREITAS, se vivo estivesse (fisicamente) completaria na data de hoje 90 anos de idade, visto que nasceu, em São Borja, no dia 13 de fevereiro de 1933. A este missioneiro a nossa eterna reverência. 

   

 

 

MTG REALIZA REUNIÃO GERAL 



Neste sábado, 11, a diretoria do Movimento Tradicionalista Gaúcho se reuniu com Coordenadores Regionais, diretores artísticos, culturais, campeiros, de esportes e de cavalgadas no auditório da Universidade de Santa Cruz do Sul. A Coordenadora Marisa Rossa recebeu os convidados lembrando que, a realização da Festa Campeira em março, cumprirá com o legado deixado pelo ex-coordenador Luiz Clóvis Vieira, que faleceu em maio de 2022.

O presidente do MTG, Manoelito Carlos Savaris repassou com os Coordenadores todo o calendário de eventos para este ano, confirmando os interesses e sabendo sobre a organização. Desde o Seminário Estadual na Lomba Grande, ainda em fevereiro, até o encontro de confraternização, em dezembro, na cidade de Encantado, todas as datas foram tratadas.

Na parte da tarde, logo após o almoço, os grupos se dividiram: Coordenadores e diretores campeiros foram com o presidente para o Parque de Eventos da cidade, e os demais departamentos acompanharam seus respectivos vices das pastas de cultura, artística, cavalgadas e esportes campeiros.

No domingo, 12, foi realizada uma live com o presidente e seus vices para expor o que foi tratado no encontro geral de Santa Cruz do Sul.


domingo, 12 de fevereiro de 2023

 

DIA DO CAMPEIRO  


Mesmo atrasados em 24h não podíamos deixar passar batido a data de ontem, 11 de fevereiro, quando se comemora o Dia do Campeiro. O motivo de tal comemoração? Na postagem abaixo. 


Maneco Pereira



O dia 11 de fevereiro é considerado o Dia do Campeiro em homenagem a Maneco Pereira, o homem que laçava com o pé. 

Ele nasceu no dia 18 de junho de 1848, no município de Rio Pardo. Ainda criança, foi com a família para a "Estância do Curral de Pedras", no município de Rosário do Sul, onde seu pai trabalhou de capataz. 

A "Curral de Pedras" era no século XIX uma das maiores estâncias do Sul do Estado. Hoje ela está dividida em mais de 10 fazendas, todas de regular tamanho, o que demonstra sua grandeza. O rebanho de gado alcançava mais de 42 mil cabeças. 

Aos 15 anos, "Maneco Pereira" já era o sota-capataz da estância, cargo que antigamente era dado ao ao peão que mais se destacasse nas lides de campo. Com a morte do pai assumiu a função de capataz. 

Foi quando conheceu a jovem Clara Veneral Penteado, natural de Batovi, município de São Gabriel, com quem veio a casar. Mudando-se para o então Posto de Santa Leonida, onde depois foi construída sob sua orientação, a tão conhecida estância, que ainda hoje conserva o nome, com que foi batizada pelo famoso laçador. 

De seu matrimônio nasceram 12 filhos. Com a economia de longos anos de trabalho acumulou regular fortuna, o que lhe permitiu comprar, em março de 1892, a fazenda denominada Santa Clara, no Batovi, constituída de 20 quadras de sesmaria de campo. E também arrendou mais 20 quadras de outros herdeiros. 

Grande parte desses campos "Maneco Pereira" povoou com gado bagual, "reculutado" ardilosamente no banhado do rio Santa Maria, doado pelos proprietários, seus amigos. 

Em Batovi fixou residência para o resto da vida. Foi onde viveu seus áureos dias de grandes campereadas, de famosas caçadas, de imensas alegrias. Foi onde sofreu também toda sorte de peripécias, as mais ingratas e cruéis que o destino lhe preparara para o resto da vida. 

É quase incrível o que contam das suas façanhas praticadas em tempos idos. Tão espetaculares foram esses feitos realizados numa época em que o laço e as boleadeiras faziam exímios manejadores, que a própria critica, implacável e fria, soube exaltá-lo com destaque na era dos grandes campeiros, entre os mais respeitados que existiram. 

"Maneco Pereira" foi um laçador que tanto pealava e laçava com as mãos como com os pés, e não fazia isso por acaso, bastava advir ocasião. Com o laço nas mãos só não fazia chover. Era como um artista fazendo demonstrações da sua arte, num palco de diversões. 

"Maneco Pereira" estava repontando uma ponta de gado para um campo vizinho, quando seu cavalo enredou-se em uma linha deitada de arame. O animal assustou-se e a queda foi tão violenta, que o velho campeiro ficou preso contra a cabeça do serigote, machucando-se gravemente. 

O ferimento agravou-se sensivelmente, deixando-o muito doente. Todos os recursos médicos da época foram mobilizados, mas de nada adiantou. No dia 11 de fevereiro de 1926 morria "Maneco Pereira", tendo sido sepultado no dia seguinte no Cemitério do Joanico, situado no Batovi. 

No mesmo local descansam sua esposa, quase todos os filhos e muitos netos e parentes.
 
(Fonte: Livro "Maneco Pereira o homem que laçava com o pé", de autoria do historiador Osório Santana Figueiredo)