O AQUARELISTA
LUTZENBERGER
José Lutzenberger, pai do homem
que com esse mesmo nome se converteria na principal voz do ambientalismo gaúcho
e brasileiro, era um alemão que veio ao Brasil na década de 20 do século
passado para ser engenheiro e arquiteto. Foi nessa condição que deixou marca em
prédios como o Palácio do Comércio, o Clube Caixeiral, o Pão dos Pobres e a
Igreja São José, em Porto Alegre, entre vários outros. Mas foi por sua
expressividade como aquarelista que se transformou em referência.
O alemão José Franz Seraph
Lutzenberger veio ao Brasil após a primeira guerra mundial, depois de ter dado
baixa na sua condição de oficial do exército alemão. Em Porto Alegre, utilizava
os seus momentos de folga para dedicar-se a uma das suas paixões: pintar. Assim
acrescentou à coleção de aquarelas e bicos-de-penas de cenas das cidades alemãs
em que servira , as pinturas inspiradas em motivos gaúchos, flagrando detalhes
curiosos da vida dos rio-grandenses.
A partir de 1938, em Porto
Alegre, dedicou-se à vida acadêmica no então instituto de Belas Artes da UFRGS,
como professor de geometria descritiva, perspectivas e sombras. Nascido numa
sexta-feira 13, em janeiro de 1882, morreu em agosto de 1951, com 69 anos. Era
um homem culto, que desenhava e pintava por prazer, resistindo a ser chamado de
artista e fugindo das exposições. A exceção foi a exposição da série de
aquarelas sobre o centenário da Revolução Farroupilha, em 1935 – pinturas
mostradas em 1985 pelo Museu Universitário
da UFURGS.