RETRATO DA SEMANA

RETRATO DA SEMANA

terça-feira, 15 de novembro de 2022

 

MAL INFORMADOS, NOVAMENTE.

 

Ontem foi o dia que aconteceu, em 1844, a famigerada Batalha dos Porongos, como postamos aqui em nosso blog.

Em referência a tal data o programa Jornal do Almoço da RBS fez uma reportagem tendenciosa, pois mostrou apenas um lado da história. Aliás, não é a primeira vez que, por não buscar a veracidade dos fatos, acaba disseminando uma ideia errada sobre os acontecidos.

Há dois anos publicou no Jornal ZH que o nome dado a nossa revolução de 1835 chamava-se Farroupilha em função de que os soldados republicanos lutavam com fome, sem cavalo e sem armas, esfarrapados... Na verdade tal nome tem origem dúbia mas nem uma condiz com a afirmativa do jornal. Alguns escritores defendem que Cipriano Barata andava maltrapilho por Lisboa para chamar a atenção para seus pensamentos iluministas que, por fim, vieram a nortear a Guerra dos Farrapos. Uma segunda corrente advoga que tal nome (Farroupilha) veio da população pobre que deu início a Revolução Francesa e que seus ideais de Liberdade, Igualdade e Fraternidade deram origem a nossa maior guerra civil do Brasil. A terminologia Farroupilhas já era usada no Rio de Janeiro em 1832 pelos liberais exaltados tendo, inclusive, dois jornais com tais nomes: Jurubebas Farroupilha e Matraca Farroupilha.

Ontem, novamente, deram por certo que o ataque a Porongos foi uma traição dos revolucionários republicanos. A diretora do Arquivo Histórico e Geográfico se pronunciou no programa dando seu veredito em virtude de uma carta do Barão de Caxias ao sorrateiro Moringue, seu comandante que atacou os acampados traindo um armistício que estava em vigor. Tal carta não existe. É falsa. A própria assinatura de Caxias não condiz com a verdadeira. Tal manuscrito foi elaborado em Piratini, dois dias após o ataque, com o intuito de denegrir a imagem de David Canabarro, comandante farrapo. A moça que dirige nosso Arquivo Histórico precisa estudar mais.

E a RBS precisa apresentar um contraponto ao se referir como definitivos os fatos ocorridos há quase 200 anos e que nem os escritores mais antigos conseguem atestar.

A emissora deveria ter ciência de que indícios são uma coisa e provas cabais são outra bem diferente.

Chega de se basear pelos Juremires Machados da vida que sempre foram contra os feitos farroupilhas.