ESSAS RUSGAS VEM DE LONGE
O presidente Hermes Rodrigues da Fonseca (foto), gaúcho de São Gabriel, marechal do exército, foi autor de uma façanha política no ano de 1910. Venceu a eleição presidencial, a primeira de forma direta, concorrendo com ninguém menos que Ruy Barbosa. Seu mandato de quatro anos, que começou em novembro daquele ano, não seria nem um pouco pacífico. Seu principal aliado era o também gaúcho Pinheiro Machado, um dos nomes mais respeitados e poderosos da república.
Havia insatisfação nas forças armadas, a política era extremamente conturbada nos Estados e a questão social aflorava como uma novidade. Uma semana depois de sua posse o marechal Hermes teve que agir contra os marinheiros insurgentes na Revolta da Chibata. O exército era dividido entre os jovens turcos, que haviam sido enviados à Alemanha para treinamento, e os oficiais tradicionais que atuavam abertamente na política.
Na área social, Hermes tentou a aproximação com os sindicatos através de seu filho, o deputado Mário Hermes, pela tolerância com os congressos de trabalhadores e até com a construção da Vila Proletária Marechal Hermes, que abrigou 1,3 mil famílias. Pretendia criar um trabalhismo tutelado que reduzisse as pressões das oligarquias.
Foi no governo Hermes que se iniciou a Revolta do Contestado, em Santa Catarina e levantes na Bahia e no Ceará.
Em 1914, após seu mandato presidencial, foi eleito senador pelo Rio Grande do Sul, mas se recusou a assumir em virtude do assassinato do seu amigo Pinheiro Machado.
O texto acima é uma reculuta histórica apenas para mostrar que a vida dos presidentes brasileiros nunca foi lá muito tranquila. Esperamos que, de momento, tudo se resolva da melhor forma possível.
