RETRATO DA SEMANA

RETRATO DA SEMANA
Típico gaúcho serrano - Criúva/RS

segunda-feira, 31 de outubro de 2022

 



DOCES OU TRAVESSURAS? 


Meu Halloween é gaudério
de bruxo lá das Contendas
que pulou balcão de venda
pra não ir pro cemitério.
Por detrás de um homem sério
existe um Léo brincalhão
porque a vida ao empurrão
derruba a felicidade
e o que vale é a idade
da alma e do coração.  


Uma boa semana a todos.


domingo, 30 de outubro de 2022

 

REFAZENDO AMIZADES

 

As eleições de 2022 protagonizaram marcas de um radicalismo extremado. Muitos amigos deixaram longos anos de convivência em troca de fazer valer sua opinião.

A campanha presidencial rachou o país inteiro. Em suas propagandas eleitorais, no marketing, nos debates e discursos, candidatos e seus respectivos partidos apelaram para os ataques. O clima pesou nas redes sociais, nas mesas de bar, nos almoços em família e nos ambientes de trabalho. Na urgência de tentar convencer o amigo, vizinho, namorado ou colega, muitos esqueceram de regras básicas da democracia – respeitar o direito do outro à própria opinião e não atribuir essa opinião à ignorância ou má-fé. Se respeitadas essas duas regras, o adversário não vira inimigo e a opinião diferente não vira ofensa. “A disputa política mexe com as emoções, como medo de perder e de se frustrar. É aí que mora o perigo”, afirma Antonio Carlos Pereira, psicólogo e professor da PUC-SP.

A eleição acabou neste domingo e a vida segue nesta segunda-feira. O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, governará para as duas metades, talvez para um país dividido.

Política se discute, sim. Diferente de futebol e religião, posições políticas deveriam se orientar pela lógica e podem mudar com o tempo, conforme muda o ambiente e conforme surgem informações novas. Mas o melhor é fazer as pazes. A seguir, algumas sugestões de como conseguir a reconciliação.

Confira seis dicas para reconquistar tais amizades, aliviar o clima com colegas de trabalho e voltar às boas no namoro depois das discussões eleitorais. 

1. SAIBA ESPERAR

Passada a apuração, mesmo que sua intenção seja colocar uma pedra sobre os desentendimentos e recuperar a amizade, espere. Não telefone, não mande mensagens, não chame para conversar pela internet. Espere alguns dias, para que os ânimos comemorativos dos vitoriosos e a frustração dos derrotados se dissipem um pouco. Enquanto o assunto ainda estiver quente, as chances de uma conversa conciliatória desandar para outra briga são grandes. “Às vezes, o silêncio é a melhor estratégia para resolver a situação”, diz Pereira. 

2. CONTENHA A EUFORIA OU A FRUSTRAÇÃO

Se o seu candidato ganhou, fuja da comemoração ostensiva. Não grite o nome do seu candidato, não ofenda o que perdeu, não faça piadas com os eleitores do derrotado (isso vale para todo ambiente, do escritório à internet). Vale um conselho similar se o seu candidato perdeu: demonstrações públicas de raiva, de desejo de confrontação e de suspeição quanto à lisura do resultado tornam mais difícil reatar relacionamentos. 

3. REDES SOCIAIS NÃO SÃO A VIDA

Se a briga aconteceu numa rede social, publicamente, lembre que esse tipo de ambiente virtual baixa inibições e estimula o radicalismo. Muita gente publica comentários com o objetivo de conseguir felicitações e compartilhamento, e não defender um ponto de vista. “Nas redes sociais, muitos usuários querem chamar a atenção. Mesmo quem não é radical fora do computador, às vezes se comporta de forma diferente na frente do teclado”. Se quiser retomar a conversa também por meio da internet, faça isso primeiro de forma privada, por mensagem particular ou e-mail. Seja objetivo: se acha que passou do limite, peça desculpas e afirme que considera o relacionamento pessoal de vocês mais importante que a discordância política. Se sua ofensa foi grave, pública e impossível de apagar, o outro lado tem o direito de só acreditar num pedido de desculpas igualmente público. 

4. CUIDADO COM A TURMA QUE PEDE “BRIGA! BRIGA!”

É comum que uma briga online pública atraia palpiteiros. Pode ser gente sem intimidade com quem está brigando, e por isso mesmo mais inconsequente ao disparar comentários impróprios. Eles tornam o ambiente ainda mais belicoso entre os debatedores, sem ter nada a perder com isso. Use sem receio as ferramentas de edição de comentários – exclua ofensas e agressões, mesmo que tenham sido a seu favor e mesmo que tenham sido escritas faz tempo. Isso mostrará ao outro lado que o seu pedido de desculpas é sincero. Se você considerar algum comentário seu também inadequado e puder apagá-lo, faça- o. 

5. OBSERVE O MUNDO PELOS OLHOS DO OUTRO

Pedir desculpas sinceras será difícil, se você acha que o outro lado só pensa como pensa por causa de motivos ruins, como ignorância, má-fé, tolerância com a corrupção ou insensibilidade quanto aos problemas sociais. Tente entender as causas, anseios e receios do outro. Ele pode apenas atribuir pesos distintos aos mesmos critérios de escolha que você usa. Ou pode ter uma experiência pessoal diferente da sua, e que seja determinante para o voto. “Continuar a olhar para a situação apenas a partir do seu próprio ponto de vista facilita o tropeço na desastrosa repetição da pressão que não deu certo ou no deslize para a tortura do silêncio”, afirmam os professores americanos de administração Allan Cohen, da Babson College, e David Bradford, da Universidade Stanford, no livro “Influência sem autoridade”. 

6. ENFATIZE O QUE VOCÊS TÊM EM COMUM

Política é o território dos acordos, não da exclusão. Entre adversários políticos que aceitam o jogo democrático, sempre há possibilidade de encontrar opiniões e causas comuns.  O guru americano de negociação Robert Cialdini recomenda que uma aproximação comece com a descoberta de semelhanças, de áreas para elogios sinceros e de oportunidades de cooperação. Pense na reaproximação como uma tentativa de influenciar o outro – para que ele desculpe você e a amizade volte a ser como era antes.




sábado, 29 de outubro de 2022


DIA NACIONAL DO LIVRO 


bíblia foi o primeiro livro impresso


O dia 23 de abril é considerado, Dia Mundial do Livro. É uma data escolhida pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) para celebrar o livro, incentivar a leitura, homenagear autores e refletir sobre seus direitos legais.

Já em 29 de outubro, comemora-se o Dia Nacional do Livro. A escolha da data deu-se em homenagem ao dia em que também foi fundada a Biblioteca Nacional do Brasil, localizada no Rio de Janeiro, quando a Real Biblioteca Portuguesa foi transferida para a colônia, em 1810.

O que nem todo mundo sabe é que, inicialmente, os livros eram bem diferentes do que são hoje. Para quem está acostumado com livros de boa aparência, com revisão ortográfica e uma capa bem diagramada, saiba que, antes disso, na Antiguidade, os livros eram feitos de outro modo.

Os primeiros registros gráficos foram feitos em papiro, uma espécie de lâmina retirada do caule de uma planta de mesmo nome e que possibilitava a escrita. Tempos depois os rolos de papiro foram substituídos pelo pergaminho, que possibilitava ser costurado, já que era feito de pele animal e tinha mais resistência.

O papel chegou na Idade Média e os livros, ainda escritos à mão, começaram a substituir os pergaminhos. Em meados de 1455, o alemão Johannes Gutenberg causou a mudança que veio a ser revolucionária para a história da escrita. Gutenberg criou uma técnica de prensa com uma impressora que reproduzia letras e símbolos com relevo esculpidos em metal. O processo espalhou-se rapidamente pela Europa e, logo, pelo mundo.

Primeiras impressões

A primeira impressão de um livro por Gutenberg foi a Bíblia. Inicialmente ele começou a produzir páginas com 40 linhas, mas o custo para isso era alto. Resolveu então utilizar 42 linhas em duas colunas por página. O exemplar foi escrito em latim e teve 1.282 páginas.

No Brasil, o primeiro livro impresso foi Marília de Dirceu, do autor Tomás Antônio Gonzaga, em 1810. Com a chegada da imprensa ao país, as máquinas de impressão eram utilizadas para imprimir os jornais com notícias de interesse do governo português, que financiava as impressões. Isso fazia com que muitos autores brasileiros optassem por imprimir suas obras em países europeus. 

Evolução do livro

No século XX, começaram a surgir as bibliotecas organizadas e a preservação e coleção de livros. Já no século seguinte, as bibliotecas passaram a ser construídas para a frequentação de leitores, já que surgia a angústia de, muitas vezes, não ser possível ler o livro todo, o anseio de preservá-lo e a preocupação com o acesso a ele.

Com o crescimento da tecnologia, outro formato de livros ganhou espaço: os livros digitais. Esses “livros do futuro” têm a possibilidade não só de trazer novas publicações em meios digitais, mas de reproduzir as mais antigas publicações da história.

Ainda há muitos apaixonados pela forma física do livro, que gostam de marcar suas páginas, fazer anotações nelas, sentir seu cheiro, e colecionar títulos. No entanto, a praticidade do meio digital ganhou muito espaço, e, hoje, leitores optam por consumir livros em versões digitais, pelo celular, computador, tablets e leitores digitais.

A todos os "teimosos" (como eu) que ainda publicam livros à moda antiga, a reverência e a admiração do nosso blog. 


livro digital




 

MTG comemora seu 56º aniversário em espumoso

 14ªRT 



O Movimento Tradicionalista Gaúcho, a Fundação Cultural Gaúcha, a 14ª Região Tradicionalista, a Prefeitura Municipal de Espumoso e o GAN Sepé Tiaraju tem a honra de convidá-los, para o 56º Aniversário do MTG, que será realizado no dia 29 de outubro, no galpão do GAN Sepé Tiaraju.

Desde o ano de 2001, à exemplo da Chama Crioula, passou-se a comemorar o aniversário do MTG, de forma a marcar a data, como uma reflexão dos tradicionalistas em relação a federação por eles criada.

Cada ano, uma cidade diferente acolhe o evento proporcionando-lhe o verdadeiro significado expresso em sua história. Neste ano, 2022, o evento será realizado em Espumoso, cidade que já sediou no ano de 2013, quando a federação completava 47 anos.

A primeira comemoração ocorreu em 1996, por ocasião do trigésimo aniversário, com um fandango realizado na Sociedade Amigos de Tramandaí, cidade onde foi criado o MTG (1966).

No aniversário do MTG, desde 2002, são entregues: o Diploma de Reconhecimento “João-de-Barro”, para pessoas indicadas pelas Regiões Tradicionalistas e para entidades que tenham se destacado no ano anterior e a Medalha do Mérito Tradicionalista “Barbosa Lessa” para pessoas que prestaram serviços relevantes ao tradicionalismo. Ao novo formato, acrescenta-se a outorga da Ordem dos Cavaleiros do Rio Grande do Sul (Orcav), título de Conselheiro Honorário e Medalha Honeyde Bertussi.

SERVIÇO:

O que: 56 Anos do MTG

Onde: GAN Sepé Tiaraju - Espumoso

Quando: 29 de Outubro

 

Rogério Bastos

51 997658633



sexta-feira, 28 de outubro de 2022

 

56 ANOS DO MTG


Sede do Movimento Tradicionalista Gaúcho na capital

A história do Movimento Tradicionalista Gaúcho pode ser contada a partir de vários momentos. Alguns reconhecem como ponto de partida a fundação do Grêmio Gaúcho, por Cezimbra Jacques, em 1889. Outros, a ronda gaúcha, no Colégio Julio de Castilhos, de 1947. Ainda há quem defenda como marco inicial a fundação do 35 CTG, em abril de 1948 ou a realização do 1º Congresso Tradicionalista Gaúcho, em 1954, ou, ainda, a constituição do Conselho Coordenador, em 1959. Seja qual for o ponto de partida, o importante é que, em 1966, durante o 12º Congresso Tradicionalista Gaúcho realizado em Tramandaí, foi decidido organizar a associação de entidades tradicionalistas constituídas, dando-lhe o nome de Movimento Tradicionalista Gaúcho, o MTG.

Assim é que, desde 28 de outubro de 1966, a Instituição se tornou conhecida como MTG, completando, na data de hoje, 56 anos de existência.




quinta-feira, 27 de outubro de 2022

 

ATENÇÃO COMPOSITORES 

NÃO PERCAM O PRAZO 

(16/11) 



Acessa o site 

https://californiadacancaonativa.com.br/inscricoes/


Falando em Califórnia, compartilhamos este belo trabalho de pesquisa do meu amigo Jairo Reis postado em seu blog Ronda dos Festivais, o site mais completo sobre esta temática, aonde aponta todos os vencedores da Mãe dos Festivais com o troféu Calhandra de Ouro.


1ª Califórnia - 1971

REFLEXÃO

Letra: Colmar Duarte

Melodia: Júlio Machado da Silva Filho

Interpretação: Cecília Machado e Os Marupiaras

 

2ª Califórnia - 1972

PEDRO GUARÁ

Letra: Cláudio Garcia

Melodia: José Cláudio Machado

Interpretação: Os Tapes

 

3ª Califórnia - 1973

CANTO DE MORTE DE GAUDÊNCIO SETE LUAS

Letra: Luiz Coronel

Melodia: Marco Aurélio Vasconcellos

Interpretação: Rosa Maria

 

4ª Califórnia - 1974

CANÇÃO DOS ARROZAIS

Letra: José Hilário Retamozo

Melodia: José Hilário Retamozo

Interpretação: Riograndino Oppa e Os Jaros

 

5ª Califórnia - 1975

RODA CANTO

Letra: Aparício da Silva Rillo

Melodia: Mário Barbará Dornelles

Interpretação: Luiz Eugênio

 

6ª Califórnia - 1976

UM CANTO PARA O DIA

Letra: Ernani Amaro Oliveira

Melodia: Ernani Amaro Oliveira

Interpretação: Oristela Alves e César Passarinho

 

7ª Califórnia - 1977

NEGRO DA GAITA

Letra: Gilberto Carvalho

Melodia: Airton Pimentel

Interpretação: César Passarinho

 

8ª Califórnia - 1978

PÁSSARO PERDIDO

Letra: Gilberto Carvalho

Melodia: Marco Aurélio Vasconcellos

Interpretação: Marco Aurélio Vasconcellos e Os Posteiros

 

9ª Califórnia - 1979

ESQUILADOR

Letra: Telmo de Lima Freitas

Melodia: Telmo de Lima Freitas

Intérprete: Edson Otto e Os Cantores dos Sete Povos

 

10ª Califórnia - 1980

VETERANO

Letra: Antônio Augusto Ferreira

Melodia: Ewerton Ferreira

Interpretação: Leopoldo Rassier e Os Serranos

 

11ª Califórnia - 1981

DESGARRADOS

Letra: Sérgio Napp

Melodia: Mário Barbará Dornelles

Interpretação: Mário Barbará Dornelles

 

12ª Califórnia - 1982

TERTÚLIA

Letra: Jader Morecy Teixeira (Leonardo)

Melodia: Jader Morecv Teixeira (Leonardo)

Interpretação: Leonardo e Os Serranos

 

13ª Califórnia - 1983

GURI

Letra: João Batista Machado

Melodia: Júlio Machado da Silva Neto

Interpretação: César Passarinho

 

14ª Califórnia - 1984

O GRITO DOS LIVRES

Letra: José Fernando Gonzales

Melodia: José Fernando Gonzales

Interpretação: Dante Ramon Ledesma

 

15ª Califórnia - 1985

ASTRO ARAGANO

Letra: Jerônimo Jardim

Melodia: Jerônimo Jardim

Interpretação: Jerônimo Jardim

 

16ª Califórnia - 1986

TROPEIRO DO FUTURO

Letra: Armando Vasquez

Melodia: Adão Quintana Vieira

Interpretação: João Quintana Vieira e Grupo Parceria

 

17ª Califórnia - 1987

PAMPA PIETÁ

Letra: Dilan Camargo

Melodia: Newton Bastos

Interpretação: Délcio Tavares

 

18ª Califórnia - 1988

TOADA DE MANGO

Letra: Mauro Ferreira

Melodia: Elton Saldanha

Interpretação: Elton Saldanha

 

19ª Califórnia - 1989

MANDALA DAS ESPORAS

Letra: Vaine Darde

Melodia: Elton Saldanha

Interpretação: Elton Saldanha e Grupo

 

20ª Califórnia - 1990

EDIÇÃO COMEMORATIVA

Mostra das principais canções dos 20 anos do festival

 

21ª Califórnia - 1991

FLORÊNCIO GUERRA E SEU CAVALO

Letra: Mauro Ferreira

Melodia: Luiz Carlos Borges

Interpretação: João de Almeida Neto

 

22ª Califórnia - 1992

O MINUANO E O POETA

Letra: Lauro Correia Simões

Melodia: Clóvis de Souza

Interpretação: César Passarinho

 

23ª Califórnia - 1993

DOMADOR DAS SESMARIAS

Letra: Elmo de Freitas (Carijó)

Melodia: Elmo de Freitas (Carijó)

Interpretação: Elmo de Freitas (Carijó)

 

24ª Califórnia - 1994

MILONGA-ME

Letra: Vinícius Brum

Melodia: Vinícius Brum

Interpretação: Vinicius Brum

 

25ª Califórnia - 1995

QUERÊNCIA

Letra: Silvio Genro

Melodia: Getúlio Rodrigues

Interpretação: Nara Tavares

 

26ª Califórnia - 1996

CANTO E REFLEXÃO PARA A PROVÍNCIA

Letra: Sérgio Rojas

Melodia: Sérgio Rojas

Interpretação: Sérgio Rojas

 

27ª Califórnia - 1997

O FORASTEIRO

Letra: Vinicius Brum/Mauro Ferreira

Melodia: Luiz Carlos Borges

Interpretação: Luiz Marenco e Marco Aurélio Vasconcelos

 

28ª Califórnia - 1998

O NADA

Letra: Rodrigo Bauer

Melodia: Chico Saratt

Interpretação: Chico Saratt

 

29ª Califórnia - 1999

POEMA NÃO ESCRITO

Letra: Tadeu Martins

Melodia: Lenin Nuñez

Interpretação: Maria Helena Anversa

 

30ª Califórnia - 2001

RASTROS DE AUSÊNCIA

Letra: Adão Quevedo

Melodia: Mauro Marques

Interpretação: Vinícius Brum

 

31ª Califórnia - 2002

FEITO O CARRETO

Letra: Mauro Moraes

Melodia: Mauro Moraes

Interpretação: Pirisca Grecco

 

32ª Califórnia - 2003

O LAÇADOR DE BARRO

Letra: Antônio Augusto Ferreira/Mauro Ferreira

Melodia: Luiz Carlos Borges

Interpretação: João de Almeida Neto

 

33ª Califórnia - 2004

MUCHAS GRACIAS

Letra: Gujo Teixeira

Melodia: Pirisca Grecco

Interpretação: Pirisca Grecco

 

34ª Califórnia - 2005

COM OS PÉS FINCADOS NO CHÃO

Letra: Zeca Alves

Melodia: Érlon Péricles

Interpretação: Pirisca Grecco

 

35ª Califórnia - 2007

CÉU NA TERRA PELO RIO

Letra: Tadeu Martins

Melodia: Lenin Nuñez

Interpretação: Maurício Barcellos

 

36ª Califórnia - 2009

A SANGA DO PEDRO LIRA

Letra: Demétrio Xavier

Melodia: Marco Aurélio Vasconcellos

Interpretação: Marco Aurélio Vasconcellos

 

37ª Califórnia - 2013

PETIÇO MAPA MUNDI

Letra: Rafael Ovídio da Costa/Pedro Ribas/Fernando Saldanha

Melodia: César Santos

Interpretação: César Santos

 

38ª Califórnia - 2014

O HOMEM DENTRO DO ESPELHO

Letra: Martin Cesar Gonçalves

Melodia: Pedro Guerra Pimentel

Interpretação: Cassiano Mendes e Pedro Guerra Pimentel

 

39ª Califórnia - 2015

EDIÇÃO COMEMORATIVA

Mostra especial comemorativa aos 45 anos do festival

 

40ª Califórnia - 2017

UM HOMEM, UM CAVALO E UM CACHORRO

Letra: Silvio Genro

Melodia: Silvio Genro

Interpretação: Luiz Fernando Baldez e Ricardo Tubino

 

41ª Califórnia - 2019

LEILÃO DE APEROS

Letra: Flávio Saldanha

Melodia: Nilton Ferreira

Interpretação:  Nilton Ferreira

 

42ª Califórnia - 2020

MILONGA DO AMOR PERFEITO

Letra: Jaime Vaz Brasil

Melodia: Zé Alexandre

Interpretação: Zé Alexandre e Grupo Mas Bah

 

43ª Califórnia - 2021

O TEMPO DE MEU PAI

Letra: Hermes Lopes

Melodia: Nilton Ferreira

Interpretação: Nilton Ferreira


  



quarta-feira, 26 de outubro de 2022

 

O NASCIMENTO DOS MARAGATOS


Piquete de Maragatos comandados por Gumercindo Saraiva
 

Com a autoridade de veterano líder político e de opositor ferrenho de Júlio de Castilhos, Gaspar Silveira Martins presidiu na cidade de Bagé, em 30 de março de 1892, à fundação do Partido Federalista do Rio Grande do Sul. Nascia o movimento político que daria sustentação aos maragatos que, no ano seguinte, se levantariam contra o governo de Castilhos.

O distintivo dos maragatos, adotado em Bagé, foi o lenço vermelho. Seu programa, estabelecido na fundação e confirmado em 1896, depois da Revolução Federalista, tinha como destaque a pregação de uma República Parlamentarista, com a eleição do presidente pelo Congresso, a descentralização administrativa, a proibição de militares da ativa de participarem de política, a mudança da Bandeira Nacional para suprimir o dístico Ordem e Progresso e a possibilidade de intervenção federal nos Estados quando isto se justificasse por “grave perturbação da ordem pública”.

Contra os federalistas – que juntavam ex-monarquistas e os descontentes com a situação do Estado e do país -, Júlio de Castilhos lançou todo o poder do Partido Republicano Rio-grandense, que agrupava os republicanos históricos. Castilhos e seus aliados (que na guerra foram apelidados de pica-paus) haviam imposto uma Constituição positivista e centralizadora. Contra ela se levantaram os maragatos, que pretendiam substituí-la por outra que fosse “representativa, moderada segundo aos princípios do governo parlamentar”. Estava armado o cenário para duas guerras, a de 1893 e a de 1923, ambas vencidas pelos governistas de Castilhos e, depois, de Borges de Medeiros.

Bagé, que foi o cenário da formação do partido dos maragatos em 1892, foi palco também das primeiras reuniões para a paz de 1923.




terça-feira, 25 de outubro de 2022


DEIXA ESTE PLANO O GAITEIRO 

RICO BASCHERA 



Faleceu no dia de ontem (24), aos 60 anos de idade, após uma luta ferrenha contra o câncer, o músico acordeonista Ari Silvestre Baschera, o Rico Baschera, fundador do Grupo Manotaço e muito conhecido na região do Planalto Médio do Estado aonde fazia parte do grupo de amigos os Qüeras, de Passo Fundo. Baschera foi vencedor de diversos festivais aonde se inclui o 21º Ronco do Bugio de São Francisco de Paula com a composição Abraço Eterno.

Rico está sendo velado na Funerária Consoladora de Ibiacá com missa as 10h no Santuário. Seu corpo será cremado no Memorial Vera Cruz, em Passo Fundo.  

A música regional gaúcha perde um de seus grandes valores mas, em seguidinha, Rico Baschera estará dando "ôh de casa" no CTG Querência da Eternidade, aonde já estão dezenas de verdadeiras legendas da musicalidade rio-grandense, para animar com seu sorriso largo e sua gaita campeira algum surungo botado. 



segunda-feira, 24 de outubro de 2022


 18º BIVAQUE DA POESIA GAÚCHA


Chico Azambuja foi o declamador do poema vencedor

Fonte: Blog Ronda dos Festivais / Jairo Reis

Na noite de sábado, 22 de outubro, no Auditório Marlise Saueressig, em Campo Bom, aconteceu o 18º Bivaque da Poesia Gaúcha, festival de poemas inéditos que reuniu alguns dos principais poetas, declamadores e amadrinhadores do RS.

Dez poemas foram apresentados e, ao final, a comissão avaliadora definiu os seguintes destaques:

 

Categoria Poesia:


Primeiro Lugar:  DA ESPERANÇA AOS MALACARA

Autor: Rafael Ferreira

Declamador: Chico Azambuja

Amadrinhador: Clênio Bibiano

 

Segundo Lugar: BEBEDOURO DAS ALMAS

Autor: Evair Gomez

Declamador: Evair Gomez

Amadrinhador: Juliano Gomes

 

Terceiro Lugar: O CORREDOR E AS JANELAS

Autor: Matheus Costa

Declamador: Érico Padilha

Amadrinhador: Valdir Verona

 

Categoria Declamador/a:


Primeiro Lugar: Romeu Weber

Poema: Um Tempo Que Não é Mais

Autor: Guilherme Collares

 

Segundo Lugar: Wilson Araújo

Poema: Eu Ia Falar de Deus

Autores: Bianca Bergmam/Igor Silveira

 

Terceiro Lugar: Erico Padilha

Poema: O CORREDOR E AS JANELAS

Autor: Matheus Costa

 

Categoria Amadrinhador:

Primeiro Lugar: Jean Carlo Godoy

Poema: Destino de Sanga Clara

Autor: Jadir Oliveira

Declamadora: Silvana Andrade

 

Segundo Lugar: Clênio Bibiano

Poema: Da Esperança aos Malacara

Autor: Rafael Ferreira

Declamador: Chico Azambuja

 

Terceiro Lugar: Guilherme Collares

Poema: Um Tempo Que Não é Mais

Autor: Guilherme Collares

Declamador: Romeu Weber



 REPONTANDO DATAS - 24 DE OUTUBRO 


Monumento a Julio de Castilhos na Praça da Matriz em Porto Alegre
 

Num dia 24 de outubro, do ano de 1903, morre em Porto Alegre o positivista Júlio Prates de Castilhos político padrinho de Borges de Medeiros e que foi o primeiro Presidente do Rio Grande de São Pedro.


Chimangos e Maragatos amarram seus cavalos no obelisco no RJ


Também num dia 24 de outubro, do ano de 1930, a Revolução Liberal chega ao seu final, culminando com a posse de Getúlio Dorneles Vargas na Presidência do Brasil, após os gaúchos terem marchado até o Rio de Janeiro e amarrado seus cavalos no obelisco. A rua 24 de outubro, em POA tem seu nome em memória a essa data.




domingo, 23 de outubro de 2022

 

23 DE OUTUBRO - DIA DO AVIADOR 


Num momento que ficou na história o mineiro Santos Dumont, no dia 23 de outubro de 1906, a bordo do 14-bis, voou a três metros de altura e percorreu uma distância de sessenta metros num vôo que durou sete segundos. Por este motivo a data de hoje é considerada o Dia da Aviação, Dia do Aviador, e da Força Aérea Brasileira, embora haja controvérsias sobre este tema já que grande parte dos historiadores considera que foram os norte americanos irmãos Wright, os reais criadores da máquina voadora mais pesada que o ar.
 
Uma coisa é certa!
Foi um gaúcho o único a laçar um aeroplano. Se não, vejam a matéria.   
























Euclides Guterres foi um peão gaúcho, nascido em Santa Maria, que se tornou celebridade instantânea no dia 20 de janeiro de 1952, quando tinha 24 anos de idade, ao laçar o avião CAP4/Paulistinha (prefixo PP-HFP), que estava dando rasantes na fazenda de seu patrão.
O avião, pilotado por Irineu Noal, com histórico de apenas 20 horas de vôo, decolou do aeródromo de Santa Maria com destino à fazenda de Cacildo Pena Xavier (pai da ex-namorada do piloto) em Tronqueiras, onde ele terminaria seu relacionamento amoroso e devolveria as cartas à ex-namorada, que já estava noiva de outro. O piloto levou menos de dez minutos para chegar à localidade de Tronqueiras, que é uma Unidade Residencial do bairro Arroio do Só, no distrito de Arroio do Só - distrito de Santa Maria desde 1886. Ao sobrevoar a fazenda, começou a fazer uma série de manobras rasantes próximas à cerca, onde Guterres, depois de três ou quatro tentativas, conseguiu laçar a aeronave.
O avião não caiu porque a hélice do motor cortou o laço. Mesmo assim foi danificado, e o piloto Irineu recebeu uma multa e teve seu brevê cassado. Até hoje ele guarda a hélice da aeronave com o pedaço do laço, segundo matéria do jornal Correio do Povo de 29 de janeiro de 2007 (foto abaixo).
Na ocasião, houve registro do fato na Time Magazine, em 11 de fevereiro de 1952 e em jornais da época, como A Razão, Diário de Notícias e no caderno Almanaque do Correio do Povo. A Base Aérea de Santa Maria também mantém em seu acervo vários jornais e revistas da época, relatando a façanha do peão Euclides Guterres.
Euclides Guterres morreu de leucemia em 1981. Não existem registros de casos semelhantes.
 
Irineu Noal com a hélice e um pedaço do laço 58 anos após 




 

LAÇADORES RIO-GRANDENSES

Vistos pelo alemão Herrmann Wendroth


 

Alguns anos depois de terminada a Guerra dos Farrapos (1835-1845), o Império do Brasil arregimentava tropas para reforçar o exército nas fronteiras Sul. Uma das preocupações era enfrentar Juan Manuel Rosas, o ditador argentino cujas intenções expansionista assustavam os vizinhos. Entre os mercenários contratados na Alemanha pelo governo brasileiro, chegou ao Rio Grande do Sul em 1851 o alemão Herrmann Rudolf Wendroth. Boêmio, beberrão, esse alemão acabou preso em Pelotas e, logo, revelou sua verdadeira e talentosa vocação: a pintura.

Como desenhista, pintor e agudo observador, Wendroth deixou uma obra fascinante, mostrando como era o Rio Grande do Sul urbano e rural do século 19. A coleção de pinturas d Wendroth, pertencentes ao acervo da Princesa Isabel, foi impressa pelo governo do Estado RS em 1982. A reprodução desta página é uma amostra de como esse pintor-mercenário retratou a vida e o trabalho dos gaúchos. Morreu, provavelmente em Porto Alegre, em 1860.




sábado, 22 de outubro de 2022

 

MUITO OBRIGADO, SÃO FRANCISCO DE ASSIS.


Prefeito Paulo Renato Cortelini assinou Decreto nos declarando
Hóspedes Oficiais de São Francisco de Assis


Sou uma pessoa que aprecia a boa e autêntica música. Tal gosto andeja do sertanejo ao rock. Das nossas canções regionais prezo por todas que tragam alguma mensagem, não importando o ritmo, mas tem um compasso que, por ser nosso, genuíno, acabo sendo um soldado na trincheira de sua preservação. Me refiro ao Bugio.

Pois nesta quarta-feira (19) fui convidado pela Comissão de São Francisco de Assis que trabalha pelo reconhecimento do ritmo como Patrimônio Imaterial do Estado a participar de um Painel sobre o tema juntamente com Rafael Filter do IPHAE e o escultor, poeta e escritor Tadeu Martins, filho da cidade promotora do evento.    

Todos sabem que sou nativo do outro São Chico (o de Paula) e que tais cidades defendem que o ritmo foi parido em seus limites geográficos. É uma disputa boa e que, radicalismos a parte, serve para alimentar nosso folclore.

O que posso repassar é que fui recebido com o maior carinho, hospitalidade, educação e apreço pelo povo Assisense que cultua fervorosamente tudo que se reporte ao Bugio. Dos primatas que roncam na praça principal ao ritmo, inclusive com uma estátua do gaiteiro Neneca Gomes que seria, na versão de São Chico de Assis, o primeiro gaiteiro a tocar um bugio. É uma cidade acolhedora, com um manancial histórico inesgotável e com o firme propósito de salvaguardar o Bugio.  O evento, intercalado com músicas, danças e belos depoimentos, foi um sucesso de organização e de público.

Muito obrigado Prefeito Paulo Renato Cortelini (que inclusive assinou um Decreto de nº 1277/2022 nos declarando Hóspedes Oficiais do Município) e aos fraternos Regis Lançanova, Prescilla Saquett e Valdevi Maciel que, sem perder a identidade local, vislumbram algo maior para o nosso ritmo rio-grandense.


um público atento a temática lotou o teatro


sexta-feira, 21 de outubro de 2022

 

136 ANOS DA MORTE DE JOSE HERNANDEZ



 

AUTOR DE MARTIN FIERRO



Jose Hernandez nasceu General San Martín, Província de Buenos Aires, em 10 de novembro de 1834 e morreu em Belgrano, a 21 de outubro de 1886. Foi poeta, político e jornalista argentino, conhecido, principalmente, pela obra Martín Fierro, considerado o livro pátrio da Argentina.

Filho de Rafael Hernández e Isabel Pueyrredón. Viveu seus primeiros anos de vida no bairro de Pueyrredón, o qual deixou em 1840, uma vez que sua família teve de se transferir para o interior da província, por razões de trabalho.

Interessou-se muito pelos estudos quando iniciou sua escola primária, porém foi obrigado a deixar os livros por conta de uma doença repentina, tendo de viver no campo para buscar sua recuperação. Por este motivo, aprendeu tudo o que sabia por conta própria: observador atento da arte da criação de gado, dirigida pelo padre e exercida pelos gaúchos, participou ajudando nessas tarefas. Como era ainda jovem, teve contato com o estilo de vida, a língua e os códigos de honra dos gaúchos.

Hernández era autodidata e, por meio de numerosas leituras, adquiriu firmes ideias políticas. Entre 1852 e 1872, época de grande agitação, defendia a idéia de que as províncias não deveriam permanecer ligadas às autoridades centrais estabelecidas em Buenos Aires.

Participou de uma das rebeliões federais, mais especificamente a primeira, encabeçada por Ricardo López Jordán, também chamada de Revolução Jordanista, que terminou em 1871 com a derrota dos gaúchos e o exílio de Hernández no Brasil. Após essa revolução, tornou-se, por pouco tempo, assessor do general revolucionário, porém, com o tempo, distanciou-se do mesmo.

Quando voltou para a Argentina, em 1872, continuou sua luta utilizando a imprensa como meio. Também desempenhou a função de Deputado e Senador da província de Buenos Aires. Como senador, defendeu a federalização de Buenos Aires por meio de um memorável discurso, opondo-se a Leandro Alem.

Entretanto, foi através de sua poesia que conseguiu eco para suas propostas e a mais valiosa contribuição para a causa dos gaúchos. El gaucho Martín Fierro (1872) e sua continuação, La vuelta de Martín Fierro (1876), juntas, formam um poema épico popular. É considerada, geralmente, a principal obra da literatura argentina.

Hernández faleceu em Buenos Aires em 1886, acometido por um problema cardíaco. Seus restos mortais estão no cemitério da Recoleta, Buenos Aires, Argentina.

No dia 10 de novembro, celebra-se, em sua homenagem, o Dia da Tradição na Argentina.


Primeira Edição de Martin Fierro


quinta-feira, 20 de outubro de 2022

 

OS BONDES DE PORTO ALEGRE


Bondes puxados a tração animal - ao fundo a antiga igreja 
Nossa Senhora das Dores

 

O desenvolvimento dos arrabaldes de Porto Alegre passou a exigir, a partir da segunda metade do século 19, um sistema de transporte que interligasse o centro da cidade aos arraiais que floresciam, especialmente Menino Deus e Glória. A primeira linha de bondes foi instalada em 1864, mas só foi inaugurada em 1870. Chamava-se Maxambombas. Os trilhos eram de madeira. A estação estava localizada na esquina da Avenida João Pessoa com a Sarmento Leite, onde posteriormente seria a sede da Carris. O trajeto dos maxambombas ia da atual Praça Argentina, descia a João Pessoa e tomava o rumo do Menino Deus.

O sistema durou pouco. Já em 1873, foi substituído pelos bondes puxados a burros, explorados pela Companhia Carris de Ferro Porto-Alegrense, empresa autorizada a funcionar por Decreto do Imperador Dom Pedro II. Além da linha do Menino Deus, a cidade ganhou, então, outras duas: para o Partenon e para o Caminho Novo (Voluntários da Pátria). Os bondes de tração animal serviram a cidade durante 35 anos. Em seu lugar chegaram os flamantes bondes elétricos, alguns de dois andares que logo os porto-alegrenses apelidaram de “chope duplo”. Os bondes elétricos percorreram a capital por 62 anos, sendo desativados em março de 1970.

Fonte: Porto Alegre – A Cidade e sua Formação, de Clóvis Silveira de Oliveira.


quarta-feira, 19 de outubro de 2022


PRIMAVERAS DE SAUDADES



No dia do seu aniversário (19/10) publico resenha do poema que fiz há sete anos, quando o Lucas foi morar distante.  


Meu filho deixou "as casas",

achou por bem ir embora

e no singrar da aurora

com esforço bateu asas.

Na malinha velha e rasa

juntou sua roupa singela.

Atravessou a cancela,

olhou, por fim, para trás

e lá se foi meu rapaz...

Eu vi tudo da janela. 

 

Deixou aqui suas lembranças,

seu cavalo, seu cachorro

e já no segundo morro

se sumiu o meu confiança,

o meu guri, minha herança

de sangue, honra e sequência

mas levou junto a essência

do que podemos lhe dar

o amor fraterno do lar 

e o respeito querência. 

 

Na verdade havia um tempo

que ele pensava nisto,

camperear algum serviço

que lhe provesse o sustento

pois ninguém vive do vento

soprando nos tarumãs.

Com cheiro de picumã

encroado na camisa

se foi, cruzando divisas,

sem saber do amanhã. 

 

E pensar que fiz igual

quando deixei os meus pais

nem reparei nos seus ais

e hoje sofro o mesmo mal.

Assim é a vida, afinal,

tudo que nasce tem fim.

Só lembro que disse assim

pro meu eterno menino:

- Que vá trançar teu destino

mas volte, um dia, pra mim!