MATIZES SERRANAS
Atendendo alguns (vários) pedidos estamos postando a letra da composição Matizes Serranas com escrita de minha lavra, musicada pelo gaiteiro Ubiratã Reis e defendida pelo Grupo Batendo na Marca no 29º Ronco do Bugio. Tal música recebeu os prêmios de Música Mais Popular e também o de Primeiro Lugar na Fase Local, recebendo por esta classificação o Troféu Ronco da Terra.
MATIZES SERRANAS
Letra: Léo Ribeiro
Música: Ubiratã Reis
Já deu "oh
casa" a boca d' outono
i'eu puxo pro sono meu poncho cardado
na tarde uma réstia de sol do verão
reflete no chão um tom de dourado.
Matizes da serra, de folhas caindo,
tapete mais lindo lhes juro eu não vi
é meu São Francisco e sua avenida
pedaços de vida deixei por aqui.
Eu sou como as folhas, rebroto das
quedas,
a chuva me leva e o vento também
por tempos me ausento do pago nativo
pra voltar mais vivo no ano que vem.
Sentado e pitando no banco da praça
em meio a fumaça bombeio o passado
e vejo tropeiros tinindo seus relhos
pelo desparelho do antigo povoado.
Aqui neste chão cruzaram pessoas
de lembranças boas, de semblantes sérios,
gaúchos serranos de poses torenas
mantendo o sistema de antigos gaudérios.
Eu sou como as folhas, rebroto das
quedas,
a chuva me leva e o vento também
por tempos me ausento do pago nativo
pra voltar mais vivo no ano que vem.
Ranchos com varanda beirando a calçada
no rumo da estrada a rua se vai
levando consigo a minha saudade
da velha cidade dos pais de meus pais.
É a velha São Chico dos campos dobrados
da cuia, do lago, das noites de frio,
se avulta em meu peito tal qual um braseiro
quando um gaiteiro retrecha um bugio.