RETRATO DA SEMANA

RETRATO DA SEMANA
MTC Desenhos

sábado, 6 de agosto de 2022

 

Sirmar Antunes declama o poema SOU, de Oliveira Silveira,
ao receber o título de Cidadão Emérito de Porto Alegre, em 2012,
uma proposição do saudoso Tarciso Flecha Negra. 


FALECE O ATOR GAÚCHO SIRMAR ANTUNES


Sirmar Antunes

Nesta manhã de sábado recebemos a triste notícia do falecimento repentino do ator gaúcho Sirmar Antunes Corrêa. Sirmar Antunes, como era conhecido artisticamente, nasceu no bairro Medianeira, em Porto Alegre, no ano de 1955. 

Conhecido por sua destacada atuação como representante da comunidade negra no meio artístico, o porto-alegrense Sirmar Antunes integrou, em 1977, o elenco da peça O Evangelho Segundo Zebedeu, de Cezar Vieira, com direção de Luciano Alabarse. Atuou também em peças como Calabar, de Chico Buarque de Hollanda e Ruy Guerra, em Porto Alegre, vivendo o personagem Henrique Dias, e também no Espetáculo Afro-Latino, um musical sobre raízes negras no Rio Grande do Sul.

No teatro, foi dirigido em peças como O Elogio da Traição, de Chico Buarque de Hollanda e Ruy Guerra, e também em Jornada de um Imbecil até o Entendimento, de Plínio Marcos. Em 1987, Sirmar fundou o grupo de teatro dos Correios e Telégrafos e, em 1988, representou o Rio Grande do Sul no Seminário Nacional de Dramaturgia, que teve como proposta debater o espaço do negro na mídia e a violência policial contra a comunidade negra.

Sirmar morou em São Paulo, onde trabalhou na TV Bandeirantes e na Casa Aberta Leide das Neves como voluntário, tornando-se arte-educador para jovens de menor renda, na área do teatro. No ano 2000, de volta a Porto Alegre, teve presença marcante em performances cênicas, como no Tributo a Oliveira da Silveira, em homenagem ao Dia Nacional da Consciência Negra. Também participou como ator no espetáculo de dança Lanceiros Negros.

A partir do retorno à Capital, o artista esteve presente em especiais de TV, curtas e longas metragens e também em espetáculos que, inclusive, renderam-lhe o prêmio de Melhor Ator Coadjuvante no Festival de Recife, em 2001, pelo espetáculo teatral João Candido Vive.

Apesar do extenso currículo em atuações teatrais, a carreira do homenageado também foi marcada pelo cinema, participando de filmes como Domingo no Grenal, O Dia em que Dorival Encarou a Guarda, Lua de Outubro, Concerto Campestre, Netto Perde Sua Alma, Netto e o Domador de Cavalos e os Senhores da Guerra. Era um dos artistas preferidos do escritor e diretor Tabajara Ruas. 

O ator também possuía habilidades de um ótimo declamador e seguidamente participava de festivais de poesias gauchescas pelo Estado. Por suas atividades artísticas e por sua defesa da comunidade negra, o saudoso vereador Tarciso Flecha Negra propôs e foi aceita por unanimidade a comenda de Cidadão Emérito de Porto Alegre ao ator. 

Sirmar Antunes, atualmente, residia na Casa do Artista, em Porto Alegre.


Um de seus últimos trabalhos Os Senhores da Guerra, de Tabajara Ruas