RETRATO DA SEMANA

RETRATO DA SEMANA
REPONTANDO DATAS: No dia 23 de setembro de 1788 nascia em Triunfo, RS, Bento Gonçalves da Silva. A imagem acima é a única fotografia do general farrapo fazendo parte do acervo do Museu Júlio de Castilhos, em POA. Pelas datas, Bento teria comemorado seus 47 anos já em Porto Alegre após a invasão.

terça-feira, 12 de abril de 2022

AGORA O PAMPA VIROU CÉU

 


Não é segredo para ninguém que o MTG aportuguesou o gaúcho e, neste sentido, sempre fez restrições às influências espanholas em nossos costumes a começar pela indumentária. É só dar uma lida nas Diretrizes das Pilchas, documento que norteia a vestimenta de seus associados, e veremos que boina, jaleco, rastra, bombacha, alpargata, tudo que tenha alguma vinculação castelhana é proibido.

Pois agora, talvez num momento de remorso, a entidade que congrega o tradicionalismo organizado, que é importante, que é séria, que tem história, que possui pessoas interessadas lá dentro, resolve homenagear uruguaios e argentinos ao propor o tema O Gaúcho Pampeano (sabe-se que, geograficamente, o pampa vai do Rio Grande até na Argentina) para os Festejos Farroupilhas de 2022.  

Até aí tudo bem. Muitos andam se arrependendo do que dizem ou fazem. O problema é não aceitar o resultado democrático aonde tal proposição foi derrotada por ampla maioria (15 votos a 1). O  Movimento alega que a proposta vencedora já foi trabalhada no ano de 2006. Neste caso o correto seria sentar, tomar um mate, expor e resolver estas questões. Na verdade a temática é igual a letra de música, isto é, tudo já foi cantado e decantado mas nada impede que se faça novamente de maneira diferente. Ou vocês acham que o Gaúcho Pampeano até hoje nunca foi abordado mesmo que em escala menor?    

Mas o que causa mais estranheza é o apoio recebido, pela entidade, de um repórter que sobrevive de polêmicas, que muda de rumo conforme o vento e que sempre foi reconhecido como um adversário ferrenho do atual presidente do Movimento. Segundo ele (repórter) "realmente o tema é mais abrangente", ou seja, o Gaúcho Pampeano tem mais material a ser trabalhado do que as etnias, negros, índios, alemães, italianos... e mais os gaúchos da serra, do litoral, da fronteira, das missões, todos juntos. Enquanto este egocentrismo permanecer em nosso meio cultural, seremos como rabos de cavalo. 

E se preparem por que no costado desta nova "amizade" vem chumbo cruzado. Vamos aguardar.