segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022
domingo, 27 de fevereiro de 2022
REPONTANDO DATAS / 27 DE FEVEREIRO
Num dia 27 de fevereiro do ano de 2011. morria o poeta serrano Zeno Cardoso Nunes, ex-presidente da Estância da Poesia Crioula. Um de seus mais belos poemas chama-se Briga de Touros.
Também num dia 27 de fevereiro, mas o ano de 1894, os Maragatos vencem os Pica-paus no combate de Tarumã, em Passo Fundo.
E no dia 27 de fevereiro, de 1844, durante a Guerra dos Farrapos, ocorre o famoso Duelo Farroupilha entre Bento Gonçalves e seu primo Onofre Pires. O duelo aconteceu as margens do Arroio Sarandi (Alegrete) sem a presença de testemunhas. Bento fere Onofre no ombro e na mão depois, com seu próprio lenço, faz um torniquete em Onofre e volta a cidade. Onofre Pires veio a morrer três dias após, de gangrena.

PUTIN CUSPIU E APAGOU O RISCO
E BIDEN ESMORECEU
Há poucos dias, quando Joe Biden e Vladimir Putin apenas se retoçavam, comentei que aquelas ameaças mais pareciam nossas provocações de guris, lá na legendária Aratinga.
Naqueles tempos de infância havia duas maneiras de testar a valentia de nossos adversários.
A primeira era dizer: - Gospe (cospe) no chão se tu é bem homem !!!
A segunda era fazer um risco na terra e afrontar: - Apaga, se tu é macho !!!
Se nosso desafeto cumprisse algum destes desafios ou a gente se tramava no soco ou corria para casa o quanto a perna dava.
Eu pensava que os alaridos entre os dois poderosos chefes de Estado não passavam de meras intimidações. Na verdade acho que era um desejo meu. Infelizmente me enganei.
Putin, um demente, cuspiu e apagou o risco no chão matando centenas de pessoas e Biden correu para casa (Branca) com ameaças que fazem os russos soltarem frouxos de risos. E o resto do mundo? Como diz o gaúcho: - "se acadelou".
Que tempo vivemos. A pandemia não serviu para nada.
No fundo, estes buldogues não brigam. Se respeitam, ou se temem. Quem paga a mula roubada é o pequeno, o pobre. Como diria Brizola: - Tudo são "interésses". Quando o EUA invadiu o Iraque, entre garrafas de vodca a Rússia apenas observou. Agora, o chefe dos cowboys, com as calças borradas, emborca um whisky sem gelo antes de assistir a um filme de bang-bang. Total, matar índios é bem mais fácil.

sábado, 26 de fevereiro de 2022
sexta-feira, 25 de fevereiro de 2022
Juvencião é daqueles gaúchos iguais a mim. Veio morar no povoeiro mas não esquece sua vida de peão de estância.

PROJETOS APROVADOS PELO CEC
COM NOTA SUFICIENTE PARA A RESPECTIVA CAPTAÇÃO
(SEGUNDA QUINZENA DE FEVEREIRO)
Os projetos acima foram aprovados pelo Conselho Estadual de Cultura e habilitados para captação de seus valores via incentivo fiscal.
Com os problemas burocráticos advindos da Lei Rouanet a Lei de Incentivo a Cultura do Estado tem sido o desaguadouro de inúmeros projetos. A soma total de valores propostos através dos processos relatados nesta segunda quinzena de fevereiro era superior a 8 milhões enquanto que o disponível passava um pouco mais de 2 milhões. Sendo assim, diversos projetos, embora aprovados pelo Pleno do Conselho, não alcançaram nota suficiente para sua habilitação. Contudo, os proponentes ainda tem mais três oportunidades de atingir seus objetivos.
Boa sorte na captação.

REPONTANDO DATAS / 25 DE FEVEREIRO
No dia 25 de Fevereiro, do ano de 1845, chega da Corte (Rio de Janeiro) a Delegação Farroupilha,
presidida pelo cachoeirense embaixador
Antônio Vicente da Fontoura, trazendo as Concessões do Tratado de Paz de Ponche
Verde.
Talvez a escolha de Antônio Vicente da Fontoura como representante dos farroupilhas tenha sido o grande erro nestas tratativas de paz. Pessoa inconfiável, não era abolicionista e pertencia ao grupo da maioria republicana contrária a Bento Gonçalves da Silva e Antônio de Sousa Netto. Após a guerra, foi morto a punhal por um negro no interior da igreja de sua cidade natal.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022
REPONTANDO DATAS - 24 DE FEVEREIRO
FUNDAÇÃO DE URUGUAIANA
Em 24 de fevereiro de 1843 era criada uma Capela Curada denominada "Capela do Uruguai", conforme uma resolução que foi sancionada pela Assembleia Constituinte e Legislativa de Alegrete. Com iniciativa de Bento Gonçalves mas pelo dedicado empenho do Ministro das Finanças Farrapas Domingos José de Almeida, este é considerado o fundador oficial de Uruguaiana sendo a única cidade fundada durante a Revolução Farroupilha.
A história inicial do município remonta ao início do século XIX, a 30 quilômetros de Uruguaiana, uma localidade chamada Santana Velha, onde no local funcionava um posto fiscal, um acampamento militar e onde existiam alguns ranchos com moradores. O local estava onde as tropas e comerciantes atravessavam o rio Uruguai. No ano de 1840 o povoado foi destruído por uma violenta inundação.
Pelos motivos da inundação e procurando um local melhor para estabelecer-se, em 24 de fevereiro de 1843 foi fundada onde atualmente se encontra, emancipando-se mais tarde em 29 de maio de 1846 quando desvinculou-se do município de Alegrete ao qual anteriormente pertencia. Perto de sua emancipação, alguns viajantes da época relatam ter encontrado no local não uma cidade brasileira, mas sim uma hispano-francesa em suas relações de vida e comércio, apoiada naquele tempo mais em Buenos Aires e Montevidéu do que Porto Alegre.
Uruguaiana orgulha-se de ter sido a primeira cidade do Brasil a libertar seus escravos, sendo que em 31 de dezembro de 1884, antecipando-se à proclamação da Lei Áurea (ano de 1888), efetua a abolição da escravidão no território Municipal, conforme Ata da Sessão Extraordinária Comemorativa da Redenção dos Escravos da Cidade e Município de Uruguaiana
Como Uruguaiana é uma cidade encravada entre solos argentino, uruguaio e antigo solo paraguaio, não foi tão fácil estabelecer as fronteiras do Brasil, tampouco manter-se a cidade sobre eterna paz. A cidade foi invadida em 5 de agosto de 1865, a partir da ambição de Francisco Solano Lopes de aumentar o território paraguaio e obter uma saída para o Oceano Atlântico. Era a Guerra do Paraguai, envolvendo tropas brasileiras, argentinas, uruguaias e paraguaias, tornando Uruguaiana eixo e palco da maior batalha campal que a América tem em seus registros.
O desfecho da guerra foi na própria cidade, que só ocorreu em 18 de setembro, culminando com a rendição dos paraguaios, totalizando 44 dias de sitiamento da cidade. Na época a cidade contava com cerca de 2.500 habitantes, após a invasão e rendição dos paraguaios, a cidade encontrou a maioria das residências e demais estabelecimentos destruídos. Aos, poucos, foi se recuperando.
Em 21 de maio de 1947, foi inaugurada pelos presidentes Eurico Gaspar Dutra, do Brasil, e Juan Domingo Perón, da Argentina, a Ponte Internacional Rodoferroviária Getúlio Vargas/Agustín P. Justo, sobre o rio Uruguai, ligando Uruguaiana à cidade argentina de Paso de los Libres, com ajuda, na parte brasileira, de militares e civis. Na época de sua construção, foi a maior obra de engenharia da América Latina. Hoje a ponte é a porta de entrada e saída para a comercialização de produtos, tornando Uruguaiana o maior porto seco da América Latina e o terceiro maior do mundo.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2022
CAZUZA REVIVE
A PURA ESSÊNCIA DA TRADIÇÃO
Mesmo sem nunca ter desaparecido de nossas memórias e corações Cazuza Ferreira reassume seu papel de vertente tradicionalista.
Cazuza Ferreira é um distrito de São Francisco de Paula, lá, quase na divisa com São Marcos e Caxias. Ventre de casarios antigos, Cazuza é um dos poucos lugares do Rio Grande do Sul que ainda mantém o folclore das Cavalhadas, uma peça teatral a céu aberto retratando os eternos embates entre Mouros e Cristãos na idade média.
Cazuza Ferreira também é conhecida pela autenticidade de seus moradores, no jeito de vestir, no modo de falar, no cultivo mais puros dos costumes rio-grandenses. Terra de grandes laçadores, campeões da Vacaria nos tempos em que se atirava uma armada com laços de verdade, Cazuza Ferreira retorna a este cenário terrunho com a realização de sua XXIV Festa Campeira e a reinauguração do CTG Adão Castilhos, um monumento plantado nos confins da serra gaúcha.
O baile foi alto do chão, com animação do Grupo Floreio e as atividades campeiras foram a moda antiga com provas de chasques, dança das cadeiras a cavalo e corrida do couro, provas divertidas mas esquecidas em nossos rodeios aonde só se vê tiro de laço e... tiro de laço.
Foram responsáveis diretos por este retorno às origens Zeca Castilhos (filho do Patrono Adão Castilhos) e demais familiares além do Piquete Presilha de São Francisco de Paula.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2022
DOMADOR É HOMENAGEADO
Na tarde desta segunda-feira, 21, o domador Romário Ferreira recebeu das mãos do governador do Estado Eduardo Leite a Medalha do Centenário do Palácio Piratini. Tal homenagem é um reconhecimento a sua conquista como campeão da categoria clina limpa no 56º Festival de Doma y Folklore de Jesús María. em Córdoba, Argentina. Tal comenda foi uma proposição da vereadora de Bagé Faustina Campos e do Adido Cultural César Oliveira.

UM MUNDO EM EXTINÇÃO
Sempre gostei de
bugios,
do compasso e do
primata.
Nasci no meio da
mata,
ronco igual, me banho
em rios.
Ontem um bando me viu
e veio comer na mão.
Nos tratamos como
irmãos
sem brigas, sem
ameaças,
e pensar que nossas
raças
estão quase em
extinção.

REPONTANDO DATAS / 22 DE FEVEREIRO
Num dia 22 de fevereiro, do ano de 1845, David Canabarro promove uma reunião do Conselho dos Generais Farroupilhas, em Ponche Verde, Dom Pedrito, para tratar do prosseguimento ou não da Guerra dos Farrapos quando se resolve pelo fim da contenda.
Também num dia 22 de fevereiro, do ano de 1904, nascia em Quarai o grande Poeta Juca Ruivo e neste dia, no ano de 1983, morria, em Porto Alegre, o também poeta Pery de Castro, fundador e Presidente da Estância da Poesia Crioula.
Outro poeta falecido neste dia e mês, no ano de 1959, foi Aureliano de Figueiredo Pinto, indiscutivelmente, um dos maiores vates nativistas de nossa terra, de todos os tempos.
Com seu vigoroso regionalismo, o
nosso idioma, longe de empobrecer-se, adquiriu novas e cintilantes riquezas.
Seus poemas, nascidos das vivências campeiras, com invernos, tropeadas, rondas,
noites longas, chimarrão, e outros temas rudes e belos. São sempre, impregnados
de comovente humanismo e iluminados pelo sol de sua fulgurante cultura.
A poesia de Aureliano Figueiredo
Pinto, profundamente ligada a terra, tem uma extraordinária densidade humana,
assumindo sua temática, em muitos passos, o sentido de um canto geral que
transcende o mero regionalismo. Poucos livros refletem com mais autenticidade o
homem e a paisagem do Rio Grande do que estes “Romances de Estância e
Querência”.
Aureliano de Figueiredo Pinto
nasceu em 1º de agosto de 1898, na fazenda São Domingos, município de
Tupanciretã, filho de Domingos José Pinto e de Marfisa Figueiredo Pinto.
Exerceu o ofício de médico, mas por essência foi poeta e escritor.
O processo de alfabetização
inicia-se em 1904 quando recebeu aulas de sua mãe, quatro anos depois no
colégio Santa Maria em Santa Maria, seguiu seus estudos, de onde enviou a sua
mãe seus primeiros poemas. Aureliano inicia ali seu martírio, sua ressurreição
e sua glória: escrever.
Aos 17 anos, nasceu uma grande
amizade com Antero Marques. Antero seria, pela vida afora companheiro, crítico
e confidente a dividir aulas, pensões, ruas, e uma infinidade de cartas.
Iniciam as discussões políticas, literárias e filosóficas, que os levariam a
participar da Revolução de 30.
Passou a residir em Porto Alegre
3 anos mais tarde, onde prepara o vestibular para Direito, que trocaria mais
tarde pela Medicina. Os poemas escritos em meio às anotações escolares
antecediam sua estreia com poemas publicados no jornal Correio do Povo, com
pseudônimo e nome próprio e nas revistas Kodak e A Máscara, um ano mais tarde.
Amigos passam a classificar seus poemas entre as correntes simbolista e
parnasiana. Entre as anotações de aula, Aureliano escreve o poema Gaudério, que
marcaria sua vinculação com o nativismo. Anos depois, Gaudério e Toada de Ronda
seriam musicados por João Fischer. Segundo testemunhas de Antero Marques, Raul
Bopp, entusiasmado com a produção do poeta diria que “Bilac assinaria estes
versos” O poema Toada de Ronda é considerado o marco inicial da poesia
nativista no Rio Grande do Sul.
Em 1924, parte para o Rio de Janeiro estudar Medicina, lá cursa o primeiro e o segundo ano e retorna a Porto Alegre. Lê Paja Brava, do Viejo Pancho, que marcará sua produção artística, e também livros de poetas regionalistas uruguaios e argentinos, que o influencia a escrever poemas em espanhol. Em 1926, volta aos estudos de Medicina no Rio de Janeiro, mas no mesmo ano retorna a Porto Alegre. Somente em 1931, conclui o curso de Medicina, e logo abre seu consultório em Santiago. Abre o coração aos campos e aos tipos humanos que o povoam. A partir dali o trabalho de médico rouba-lhe o tempo de leitura e criação. Passa a fazer viagens ao interior do município, atendendo a chamados médicos e fica com os peões tomando mate e ouvindo causos.
Três anos mais tarde por falta de
dinheiro dos clientes para compra de remédio, suas práticas médicas são
interrompidas. Aureliano cria um código que é colocado nas receitas, para que
fossem debitadas para alguns de seus amigos. Nessa época, seus poemas são
datilografados por Túlio Piva, para quem produz textos para serem lidos na
rádio local.
Em 1937, já com quase 40 anos,
passa a dirigir o Posto de Higiene de Santiago. Anos mais tarde, seria o
fundador do Hospital de Caridade. Casa com Zilah Lopes, em 29 de dezembro de
1938 com que tem 3 filhos.
Em 1941, troca Santiago por Porto
Alegre, assume a subchefia da Casa Civil do interventor Cordeiro de Farias.
Fica poucos meses no cargo e retorna a Santiago.
Em 1956 inicia a reunir e
selecionar seus poemas, espalhados entre amigos, para publicá-los em livros.
Seu filho José Antônio vai à Editora Globo e ali espera até ter em mãos dez
volumes de Romances de Estância e Querência – Marcas do Tempo o primeiro livro
publicado de Aureliano de Figueiredo Pinto. Aureliano vem a falecer em 22 de
fevereiro de 1959 com câncer.
Em 1963, é publicado “Ad Sodalibus” pela Livraria Sulina, seu segundo livro de poesias Romances de Estância e Querência – Armorial de Estância e Outros Poemas. Em 1974, é publicada pela Editora Movimento, a novela Memórias do Coronel Falcão. Em 1975, Noel Guarany recebe autorização dos familiares do poeta para musicar Bisneto de Farroupilha e Canto do Guri Campeiro.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2022
ESTAMOS NAS MÃOS DE LOUCOS
Aproximadamente 8 milhões de seres humanos do mundo todo dependem da sanidade mental de meia dúzia de governantes. Esta é a realidade que nos traz todos os noticiosos em virtude da crise diplomática na Ucrânia e da invasão de soldados russos em parte de seu território.
E nós aqui preocupados com coisas miúdas, com picuinhas, com disque-me-disque, com guerra de vaidades quando uma guerra bélica está prestes a eclodir.
Falando em guerra uma das melhores frases sobre o tema é atribuída ao físico alemão Albert Einstein ao receber o seguinte questionamento:
- Como será a terceira guerra mundial?
No que o gênio que desenvolveu a teoria da relatividade respondeu:
- Não sei como será a terceira guerra mundial mas sei como será a quarta. Com pedras e paus.

SANTIAGO LANÇA NOVO LIVRO
Uma tipo de arte que sempre me atraiu foi o Cartun. Cheguei a editar um livro de cartuns em 1993 e, quando em vez, publico algo aqui neste espaço. Contudo, nunca me dediquei profissionalmente. O cartunista até não precisa ser um grande desenhista, mas tem que sobrar criatividade. No Rio Grande do Sul temos diversos bons cartunistas e cito alguns como o saudoso Sam'Paulo, o Ioti e o Santiago, que agora lança uma retrospectiva de seus trabalhos.
Neltair Abreu, o Santiago, é um dos mais premiados cartunistas gaúchos e lança um livro com o melhor de sua produção nos últimos 30 anos incluindo 16 cartuns que foram agraciados em festivais nacionais e internacionais, além de obras inéditas.
A editora é a Libretos e o valor do livro é R$ 45. A sessão de autógrafos está marcada para o dia 10 de março, as 17h30min no espaço Amelie (rua Vieira de Castro, 439, bairro Santana, em Porto Alegre).
O livro Caderno de Desdenhos também pode ser adquirido no site: libretos.com.br, em livrarias ou diretamente com o autor.

domingo, 20 de fevereiro de 2022
CENTENÁRIO DE UM ÍDOLO

CAUSO DE GALPÃO
Como hoje é domingo, temos um tempinho a mais para ler antes de preparar o assado, vamos a mais um "causo de galpão" desta feita recolhido pelo saudoso poeta Apparício Silva Rillo em seu livro Rapa de tacho, vol. 1.
CASINHA NÃO É PRA CASA
Dorival Gonçalves era um velhito de média estatura. Chapéu de aba curta e copa levantada, botas escalavradas pelo serviço de mangueira e. sempre, seja inverno ou verão, um pala de cor parda a lhe baixar dos ombros.
Iniciando sua vida nos primeiros anos do século passado, tropeando mulas para São Paulo e Minas, Dorival Gonçalves chegou à condição de um dos maiores fazendeiros das missões, com extensões de campo que cotejavam, em termos de área, com a fazenda de João Goulart.
Riquíssimo, conservou sempre sua autenticidade de gaúcho. Jamais, que se saiba, vestiu calça corrida. Sua casa, na estância aonde morava, era despida de qualquer luxo. Falecido há alguns anos, deixou uma fazenda para cada filho - todos pessoas de alta expressão na sociedade são-borjense.
Havendo comprado a estância do Manuã, lindeira com seus campos, Dorival Gonçalves foi revisar a nova propriedade. Alambrados em ordem, boas mangueiras, galpões de lei. A casa, de construção nova, mereceu-lhe atenção especial. Revisou peça por peça, verificou a segurança das portas e janelas, agradou-se da cozinha - ampla, com dois fogões, um de ferro e outro de chapa sobre pedras. E, logo, o banheiro. Azulejos até meia parede, banheira, pia e vaso sanitário, água encanada para todos os aparelhos.
Foi olhar e gritar para o capataz:
- Pega o jipe agora mesmo, vai na cidade e me traz três pedreiros. Tem duas horas para ir e voltar. Toca!
Os que o acompanhavam não fizeram comentários. Dorival Gonçalves não era homem de ser interpelado.
Chegaram os pedreiros, com picaretas, martelões, picadores de rebocos, baldes e colheres.
- As ordens, Seu Dorival. O que é que manda?
- Me ponham abaixo a frescurada toda deste tal de banheiro, piquem miudinho este pinicão de louça. Onde já se viu "casinha" dentro de casa, seu! Quem quiser cagar que vá nas bananeiras!

sábado, 19 de fevereiro de 2022
PARABÉNS, PASSO FUNDO.
Admiro por demais as cidades que valorizam seus
filhos. Pois o gênio da música mundial e vencedor do Grammy
Latino em 2021, o passo-fundense Yamandu Costa serviu de inspiração a criação da Escola
Pública de Violão em sua cidade natal. Uma iniciativa que vai apresentar a
milhares de crianças o poder transformador da música.
Acompanhe o lançamento on-line da Escola Pública de Violão
Yamandu Costa e conheça mais sobre esse projeto! Dia 24 de fevereiro, às 9h,
com transmissão pelo Facebook da Prefeitura de Passo Fundo.
Nossos parabéns ao Prefeito Municipal Pedro Almeida, ao Secretário de Educação Adriano Canabarro Teixeira e a Secretária de Cultura Miriê Tedesco, pela lembrança deste artista ilustre como Patrono e pela criação desta importante escola. A cada criança tirada das ruas, a cada novo talento descoberto, o investimento já terá sido compensador.

GOSTO É GOSTO MAS....

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2022
UM MARCO DA TRADIÇÃO DE CAXIAS
ESTÁ PRESTES A DESAPARECER
Segundo matéria do
repórter Giovani Grizotti o CTG Rincão da Lealdade, com 68 anos de atividades dentro
do tradicionalismo gaúcho e sendo uma das entidades sociais mais importantes de
Caxias do Sul, está na iminência de ver a sua histórica sede desaparecer.
Um local que já foi palco
de memoráveis bailes, festas, encontros políticos, recepções à autoridades, recebeu
um prazo de 15 dias para desocupar o terreno em uma área privilegiada da cidade
para dar lugar a ampliação do Hospital Geral da UCS. O processo foi movido
pelos advogados do Estado e a probabilidade de reversão da decisão judicial é
difícil, visto que já houve prorrogação de prazo.
Integrantes do Centro
de Tradições Rincão da Lealdade estão convocando lideranças da comunidade para
uma reunião segunda-feira, dia 21, as 19:30h, com a finalidade de discutir o
assunto e tentar reverter a situação.
Não bastasse a penúria das nossas entidades tradicionalistas, que se mantém na base do apego de poucos abnegados, o poder público atira a última pá de terra. Cabe ressaltar que, após
uma breve parada em função da pandemia, o CTG está em franca atividade com suas
invernadas de danças e quadro social.
Não somos contra os benefícios na área da saúde, muito pelo contrário, mas os questionamentos que ficam são os seguintes: Existe a
necessidade de que tal extensão do hospital seja neste local? Não haveria outro
terreno no município? O interesse para tal desocupação é, realmente, este ou a
especulação imobiliária que anda atrelada a interesses políticos não estaria por
trás disto tudo?

UM ANO SEM TELMO DE LIMA FREITAS
Há um ano atrás morria Telmo de Lima Freitas. Assim nosso blog deu a triste notícia: Faleceu na tarde desta quinta-feira, 18, um ícone da musicalidade rio-grandense da pura cepa crioula. Dom Telmo de Lima Freitas. Segundo informações que nos chegam, foi encontrado sem vida, solito, no sofá da sala por volta das 16 horas. Sexta-feira passada Telmo de Lima Freitas completou 88 anos de idade.
E no dia seguinte fizemos o desenho abaixo retratando o encontro deste missioneiro com o serrano Porca Véia, lá pelo CTG Querência da Eternidade.

ESTÂNCIA DA POESIA CRIOULA
PASSA A SER PRODUTORA CULTURAL
Um excelente notícia
para os integrantes da Estância da Poesia Crioula e para os amantes da arte
poética em geral. Quarta-feira, dia 16, a entidade foi inscrita como produtora
cultural no sistema Pró Cultura da Secretaria de Cultura do RS.
Num esforço do Presidente Maxsoel Bastos de Freitas a EPC passará a ser produtora de seus
próprios eventos. No momento já existem alguns editais abertos em que a
Estância poderá inscrever-se. "Vamos,
pela primeira vez, em 65 anos de existência, tentar subsidiar a nossa antologia",
informou o Presidente.
Antes da pandemia as entidades literárias já vinham peleando somente com o cabo da faca pela sua sobrevivência. Mesmo nadando de poncho nossa querida "Academia Xucra do Rio Grande" atravessou tal correnteza. Esta possibilidade de buscar verbas públicas para a cultura é uma tábua de salvação.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2022
FOI O JABOR OU NÃO FOI O JABOR...
...QUEM ESCREVEU ESTE TEXTO SOBRE OS GAÚCHOS?
"Os Gaúchos - Arnaldo
Jabor
O Rio Grande do Sul é
como aquele filho que sai muito diferente do resto da família. A gente gosta,
mas estranha. O Rio Grande do Sul entrou tarde no mapa do Brasil. Até o começo
do século XIX, espanhóis e portugueses ainda se esfolavam para saber quem era o
dono da terra gaúcha. Talvez por ter chegado depois, o Estado ficou com um jeito
diferente de ser.
Começa que diverge no clima: um Brasil
onde faz frio e venta, com pinheiros em vez de coqueiros, é tão fora do padrão
quanto um Canadá que fosse à praia. Depois, tem a mania de tocar sanfona, que
lá no RS chamam de gaita, e de tomar mate em vez de café. Mas o mais original
de tudo é a personalidade forte do gaúcho. A gente rigorosa do sul não sabe
nada do riso fácil e da fala mansa dos brasileiros do litoral, como cariocas e
baianos. Em lugar do calorzinho da praia, o gaúcho tem o vazio e o silêncio do
pampa, que precisou ser conquistado à unha dos espanhóis.
Há quem interprete que foi o desamparo
diante desses abismos horizontais de espaço que gerou, como reação, o famoso
temperamento belicoso dos sulinos.
É uma teoria - mas conta com o precioso
aval de um certo Analista de Bagé, personagem de Luis Fernando Veríssimo que
recebia seus pacientes de bombacha e esporas, berrando: "Mas que frescura
é essa de neurose, tchê?"
Todo gaúcho ama sua terra acima de tudo e
está sempre a postos para defendê- la. Mesmo que tenha de pagar o preço em
sangue e luta.
Gaúcho que se preze já nasce montado no
bagual (cavalo bravo). E, antes de trocar os dentes de leite, já é especialista
em dar tiros de laço. Ou seja, saber laçar novilhos à moda gaúcha, que é
diferente da jeito americano, porque laço é de couro trançado em vez de corda,
e o tamanho da laçada, ou armada, é bem maior, com oito metros de diâmetro, em
vez de dois ou três.
Mas por baixo do poncho bate um coração
capaz de se emocionar até as lágrimas em uma reunião de um Centro de Tradições
Gaúchas, o CTG, criados para preservar os usos e costumes locais. Neles, os
durões se derretem: cantam, dançam e até declamam versinhos em honra da
garrucha, da erva-mate e outros gauchismos. Um dos poemas prediletos é
"Chimarrão", do tradicionalista Glauco Saraiva, que tem estrofes
como: "E a cuia, seio moreno/que passa de mão em mão/traduz no meu
chimarrão/a velha hospitalidade da gente do meu rincão." (bem, tirando o
machismo do seio moreno, passando de mão em mão, até que é bonito).
Esse regionalismo exacerbado costuma criar
problemas de imagem para os gaúchos, sempre acusados de se sentir superiores ao
resto do País.
Não é verdade - mas poderia ser, a julgar
por alguns dados e estatísticas.
O Rio Grande do Sul é possuidor do melhor
índice de desenvolvimento humano do Brasil, de acordo com a ONU, do menor
índice de analfabetismo do País, segundo o IBGE e o da população mais longeva
da América Latina, (tendo Veranópolis a terceira cidade do mundo em
longevidade), segundo a Organização Mundial da Saúde. E ainda tem as mulheres
mais bonitas do País, segundo a Agência Ford Models. (eu já sabia!!! rss) Além
do gaúcho, chamado de machista", qual outro povo que valoriza a mulher a
ponto de chamá-la de prenda (que quer dizer algo de muito valor)?
Macanudo, tchê. Ou, como se diz em outra
praças: "legal às pampas", uma expressão que, por sinal, veio de lá.
Aos meus amigos gaúchos e não gaúchos, um forte abraço! "
Em tempo: lamentamos informar mas o próprio jornalista negou ser o autor do citado texto.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2022
ENTRE A IMAGEM E O POEMA

terça-feira, 15 de fevereiro de 2022
REPONTANDO DATAS / 15 DE FEVEREIRO

ABERTO O ANO MAÇÔNICO GAUDÉRIO

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2022
AUTENTICIDADE PURA
