RETRATO DA SEMANA

RETRATO DA SEMANA

domingo, 31 de outubro de 2021


Nelson Cardoso - Errando a volta pra estância





 

UMA DO "BOCA"


OS TEATINOS: Jayme Caetano Braun, Glênio Fagundes, 
Marco Aurélio Campos (Boca) e Paulo Fagundes

Jarbas Pessano, o conhecido “Binha” dos meios tradicionalistas do Estado, além de excelente cozinheiro de acampamento (e de salões), executante de bombo legüero e emérito jogador de truco, tinha, entre outras, mais uma excepcional qualidade: conhecia de cor, "inclusivemente" as vírgulas e reticências, todo o rol dos mais recitados poemas do universo poético nativista.

Suas intervenções, em várias oportunidades, livrou de vexames públicos declamadores sujeitos a brancos de memória. Era o Binha perceber que o sabiá perdeu-se nos gorgeios e lá vinha a “assoprada” salvadora.

De uma feita, integrando o grupo nativista Os Teatinos, liderado pelo exímio violonista Glênio Fagundes, estava ao microfone um dos maiores declamadores do Rio Grande – Marco Aurélio Campos, o “Boca”.

Recitava, por coincidência, um poema deste escriba, intitulado Infância, integrado, há muito, a seu amplo repertório de textos.

Uma das características do Boca, como declamador, eram as pausas que introduzia ao longo dos poemas que interpretava, levando os espectadores menos avisados, muitas vezes, ao falso entendimento de que o intérprete esqueceu o texto.

Umas das estrofes de Infância diz: “Estância de mentira e de ilusão!/Teu capataz, me lembro,/ era um sabugo,/ e o teu gado de lei,/ sem magro nem refugo,/ eram ossos de cola e de garrão”.

E nesta estrofe estava o Boca, frente a plateia atenta e silenciosa.

Ao chegar no “...teu capataz, me lembro...", Marco Aurélio, braço direito estendido e mão espalmada, olhando um vago ponto nas alturas, aplicou uma de suas características e grandes pausas.

O Binha, certo de que o amigo sofrera um branco, aproximou-se, com passos de lã, do declamador e assoprou-lhe, de canto de boca, a continuação do poema:

- ... era um sabugo...

Boca não resistiu. Já não era a primeira vez que o “espírito santo de ovelha” intervinha em suas participações.

Ao escutar o assopro de “era um sabugo...”, explodiu com o Binha, mal se dando conta de que o microfone estava aberto:

- Sabugo te enfiei no rabo!

Esperou que cessassem os risos e continuou o poema, impávido, solene e pausativo.


Causo recolhido por Apparício Silva Rillo 




sábado, 30 de outubro de 2021

APRESENTAÇÃO NA ESTÂNCIA

 



Do livro Gauderiadas Cartuns Gauchescos - 1993 - Léo Ribeiro







DEFINIÇÃO DE PAYADOR

 

NOS VERSOS DO SAUDOSO POETA 

BALBINO MARQUES DA ROCHA 




A alma do Payador

nasce da terra sem trato,

é o verso rude e barato

de um pobre frente ao rigor.

É uma mensagem de amor

do poeta bruto, sem prática, 

sem pontuação nem gramática,

sem norma, poesia crua.

É o rastreio do charrua

sobre um trilho de capincho. 

É o arrepio de um relincho

ao puma que mostra o vulto

no ramalhar da folhagem...

É a mística pabulagem 

da arenga dum índio inculto.

É o berro no descampado,

é um galho velho acordado,

é o sereno respingado. 

É a neblina da manhã

no toso de uma tropilha....

na copa da coronilha

do tronco do tarumã. 


Não confundam Payador

com poeta de gabinete...

Um faz métrica pensada,

é gado manso em aguada,

é freio em vez de bocal.

Outro trança no momento

e reponta o pensamento

formando o verso bagual !

O Payador é o peão

que sai pro campo sozinho.

Se leva, leva um cusquinho

pras horas de precisão...

O outro sai escoltado,

é o dono bem aperado

num cavalo de patrão. 

Um traz o peito sereno

já sabe o fim da canção,

outro a cabeça é um vulcão,

estica a ideia e a rima

tinindo de corda prima

na carcaça do violão. 




 


Paulinho Pires - Programa Porteira Aberta

 

TRÊS ANOS SEM O "CEVADOR DE MATES"

 


Foto: Léo Ribeiro
 
 

Nascido a 18 de março de 1934, na Ilha do Cônsul no Delta do Jacuí, Paulinho Pires, aos três anos, foi morar na Ilha das Flores, onde passou boa parte de sua infância.

Aos 5 anos já se iniciava na gaita de boca e aos 10, mudou-se para a outra margem do rio, Picada Sul, entre a Ilha da Pintada e o município de Guaíba.

Crescendo em contato com a natureza, participava das festas tradicionais onde a música e a poesia faziam parte do convívio popular: eram as procissões religiosas, as quermesses, as reuniões filantrópicas em praças públicas e as folias de carnaval.

Aos 16 anos, idade em que começou a tocar o violão, ganhou um acordeom de 48 baixos, marca Dal-Santos, com a qual, logo passou a se apresentar em festas, bailes, casamentos, tocando vanerão, xotes, valsas e fazendo serenatas. Foi nessa época que compôs sua primeira música, um samba intitulado Vagabundo.

Aos 20 anos, transferiu-se para Porto Alegre, vindo a participar de um grupo ligado a arte nativa, chamado Estância da Amizade.

Nesta época começou a tocar serrote. Passou a frequentar o C.T.G. 35, sendo convidado a participar do grupo como peão artístico e acordeonista, viajando pelo Estado e fronteiras do Rio Grande (Argentina e Uruguai).

Como instrumentista e intérprete, integrou o conjunto vocal Os Carreteiros e o conjunto folclórico da Varig, Pagos da Saudade, onde conheceu o Brasil e boa parte deste mundo velho. Também participou do Conjunto de Folclore Internacional, conhecido, hoje, como Os Gaúchos.

Do final da década de 60 até início dos anos 90, participou como compositor e intérprete de importantes festivais musicais sendo o autor do tema que deu o primeiro grito ecológico nestes eventos, a canção Súplica do Rio.

Participou da abertura e encerramento de importantes eventos do RS, executando em solo de Serrote o Hino Nacional e Rio-grandense.

Em 1963 lançou o Compacto Simples ‘Paulinho Pires’ – Solo de Serrote e Canto, pela Fermata. Em 1984 participou da Coletânea de Músicos de Porto Alegre, o LP ‘POA 84’ , com ‘Exaltação a Porto Alegre’. Em 1993, gravou no estúdio K30, a fita cassete ‘Campo e Cidade’ pelo selo TimbreSul.

Em 2002 lançou o CD ‘Natureza, Campo e Cidade’ pelo selo Raízes.

Atuou como músico violoncelista junto à orquestra exclusivamente montada para o filme Concerto Campestre, de Henrique de Freitas Lima.

Prêmios e Distinções
1962 - Prêmio Glaucus Saraiva – Câmara de Vereadores de Porto Alegre
2001 - Prêmio Açorianos de Música - Melhor Compositor Regional
2002 - Medalha Simões Lopes Neto – Governo do Estado do RS

Meus Parceiros! Duvido que neste Rio Grande, no meio artístico ou fora dele, exista alguém que não gostasse do Paulinho Pires. Que Santa Criatura. Com sua calma, seu sorriso, chamando a todos de "meu maninho" o Paulinho estava sempre pronto, a qualquer hora, para atender ao pedido de um amigo. Era prender o grito que o Paulinho Pires, com seu serrote embaixo do braço, o violão preso na outra mão, ia se chegando, de mansinho, cuidando para não atrapalhar nem ofender ninguém. E quem chegava na sua casa na rua dos Burgueses, não adiantava ter pressa. Era um traguinho com butiá aqui, outro com losna ali e o mundo podia desabar que a gente não saía sem ver uma planta, uma folhagem que ele, homem preocupado com a ecologia, acabara de semear.

Tenho orgulho em conhecer e ter sido amigo e irmão do Paulinho Pires, um vate que orgulhou nossa Estância da Poesia  Crioula e todo o Rio Grande nativo e que hoje repontamos com saudade a data de sua passagem para outro plano.
 
 
Paulinho Pires tocando diante da Sesmaria do Infinito
porteira que cruzou em 30 de outubro de 2018




sexta-feira, 29 de outubro de 2021

FEIRA DO LIVRO VOLTA A PRAÇA

 

No Dia Nacional do Livro, e após algumas celeumas em virtude de patrocínios a Feira do Livro abre seus estandes para a população sob o patronato do jornalista Fabrício Carpinejar.  

É tempo de garimpar nos balaios. Sentir o cheiro de pipoca. Cumprimentar amigos ou meros conhecidos. Ouvir a voz do alto-falante. Espiar uma banca despretensiosamente e sair com um mimo de que você nunca pensou que precisasse, mas que pode revirar a sua vida. Após uma edição digital em 2020, a Feira do Livro de Porto Alegre volta à Praça da Alfândega a partir desta sexta-feira (29).

A 67ª edição do evento será realizada em formato híbrido até o dia 15 de novembro, sempre das 12h30min às 19h30min — a área infantil abre antes, às 10h. Na praça, o público encontrará as bancas de livreiros e estandes, entre outras atrações. Também haverá sessões de autógrafos, embora reduzidas e espaçadas, mas ainda trazendo a possibilidade de o leitor conhecer ou reencontrar os seus escritores favoritos.

Um estúdio montado no Memorial do Rio Grande do Sul irá transmitir encontros virtuais com escritores nacionais e internacionais  e mesas-redondas mediadas por jornalistas e outros produtores de conteúdo. As lives poderão ser acompanhadas ao vivo pelo site da Feira. A maioria dos convidados participará a distância, com os mediadores do encontro dentro do estúdio na Capital. Assim como no ano passado, o público poderá acessar as lojas virtuais dos expositores.

A cerimônia de abertura será fechada, com transmissão também pelo site da Feira.




ILUSTRAR OU NÃO ILUSTRAR

 

EIS A QUESTÃO 



Duelo Farroupilha: Onofre Pires x Bento Gonçalves


Já escrevi aqui que estou nas "finaleiras" do meu mais recente livro intitulado OS FARRAPOS E A MAÇONARIA, aonde, após 4 anos de pesquisas, descrevo sobre a participação da Ordem Maçônica na Revolução/Guerra dos Farrapos. 

Quando terminei, inclusive, as ilustrações (todas de minha marca), um editor experiente no ramo me alerta que não se deve ilustrar livros com teor histórico em face de que as imagens tiram o foco dos escritos. Que tais ilustrações cabem, isto sim, num livro de poesias, por exemplo. 

E agora? 

E agora é que estou com vontade de fazer ouvidos de mercador e mandar as favas as regras editoriais.
     

Batalha dos Porongos aonde dezenas de negros foram mortos

 




quinta-feira, 28 de outubro de 2021

PARABÉNS, MTG.

 


A história do Movimento Tradicionalista Gaúcho pode ser contada a partir de vários momentos. Alguns reconhecem como ponto de partida a fundação do Grêmio Gaúcho, por Cezimbra Jacques, em 1898. Outros, a ronda gaúcha, no Colégio Júlio de Castilhos, de 1947. Ainda há quem defenda como marco inicial a fundação do 35 CTG, em abril de 1948 ou a realização do 1º Congresso Tradicionalista Gaúcho, em 1954, ou, ainda, a constituição do Conselho Coordenador, em 1959. Seja qual for o ponto de partida, o importante é que, em 1966, durante o 12º Congresso Tradicionalista Gaúcho realizado em Tramandaí, foi decidido organizar a associação de entidades tradicionalistas constituídas, dando-lhe o nome de Movimento Tradicionalista Gaúcho, o MTG.

Assim é que, desde 28 de outubro de 1966, portanto a exatos 55 anos, a Instituição se tornou conhecida como MTG.

Na semana passada estive na sede da entidade proseando com seu presidente Manoelito Carlos Savaris. Foi a segunda vez em tanto tempo que labutamos em prol da cultura que nos encontramos para uma conversa larga e produtiva.

Savaris é uma pessoa que, devido as suas atitudes firmes, ou tu ama ou tu odeia (acho que também sou assim). O que percebi nestas duas horas de charla é um presidente convicto de suas ações e deveras preocupado com a situação da entidade que dirige e deixando claro que, se alguma coisa deva ser alterada o fórum adequado para tais mudanças é o Congresso (que por sinal acontece sábado).

Acompanho de longe os "movimentos do Movimento" e, por vezes, tenho discordâncias sobre algum procedimento que considero exagerado principalmente no que tange ao esquecimento do lado espanhol do gaúcho brasileiro - que foi aportuguesado - mas sou obrigado a reconhecer a importância que o MTG tem como sociedade organizada, os eventos que realiza e os valores que representa. Seus princípios são muito bem elaborados mas que, como qualquer associação, por ser composta por seres humanos, tem os seus defeitos.

Mesmo sabendo de algum pensamento divergente fui recebido e tratado de modo cordial e afável, sendo que um assunto puxava outro e lá se iam as horas a galopito. Manoelito Carlos Savaris é formado em história e eu, um curioso.

Gracias, Presidente, pelo convite e a recepção, sucesso em sua jornada a frente desta comunidade tradicionalista que congrega milhares de pessoas e, mais uma vez, parabéns pelo aniversário Movimento Tradicionalista Gaúcho.  




Fotos: Rogério Bastos               


quarta-feira, 27 de outubro de 2021

O NEGRO NO RIO GRANDE DO SUL

 



Durante os primeiros anos da colonização do Brasil por europeus, o Rio Grande do Sul era conhecido como uma região distante e hostil, denominada continente. Os escravos rebeldes ou preguiçosos eram ameaçados de envio à região, considerado por eles como pior que o inferno.

Os negros entraram na nossa história desde seu início. Mas o fizeram como personagens secundários, pouco lembrados, pouco citados - não obstante sua atuação tenha sido, provavelmente, decisiva para a própria formação do estado. Porque para o português branco, o negro era um complemento indispensável de sua atividade: na terra, na casa, na luta, ele se assemelhava à argamassa que, escondida entre os tijolos, mantinha a estrutura, mas que não era nunca levado em conta.

Não é à toa que em um texto escrito em 1807 por Manoel Antonio de Magalhães, em que faz reflexões sobre a situação da capital do Rio Grande, os negros sejam equiparados, literalmente, a equipamentos. O autor defende que deva ser proibida a exportação de escravos do Brasil para as colônias espanholas, pois os escravos são de importância militar "como os artigos de guerra: pólvora, balas, armas, chumbo, ferro, cobre, aço, estanho, salitre e toda a sorte de massames náuticos".

Quando a bandeira de Raposo Tavares explorou os vales dos rios Taquari e Jacuí, no final de 1635, existiam escravos negros entre seus membros. Também em 1680, na fundação da Colônia de Sacramento, a expedição comandada por Manoel Lobo trazia escravos negros. Eram 200 militares, três padres e 60 negros, dos quais 41 escravos do comandante, seis mulheres índias e uma branca e índios. Os negros representavam, portanto, mais de 20% da expedição - sem se considerar os soldados negros e mulatos livres que eram usados pelos exércitos daquela época. Também as expedições posteriores que se dirigiram à Colônia de Sacramento levavam mais negros.

Outro ponto fundamental para a história da ocupação do Rio Grande foi a fundação de Laguna, em Santa Catarina. Afinal, de lá sairiam várias expedições destinadas primeiro a prear gados, segundo a ocupar o Continente de São Pedro. E na fundação de Laguna também o negro estava presente, bem como nas expedições que os lagunenses fizeram ao Rio Grande, em que constituíam a maioria dos membros.

Porém, a presença negra no território gaúcho é marcada oficialmente no ano de 1737, quando o Brigadeiro José da Silva Paes se estabelece na Barra erigindo o Presídio Jesus, Maria e José, marco inicial da colonização.

Mas foi a partir do desenvolvimento das charqueadas - que começa em 1780, com ocupação da área de Pelotas que o tráfico negreiro começa a tomar volume. Naquele ano, os escravos - calculados em 3.280 - representavam 29% da população total do Rio Grande do Sul, e se encontravam concentrados em duas áreas principais. A primeira era ao longo da estrada dos tropeiros, que ligava o extremo sul do Rio Grande ao resto do país, pelo roteiro Rio Grande-Mostardas-Porto Alegre-Gravataí-Santo Antônio da Patrulha-Vacaria, ao longo do qual se localizavam as maiores estâncias.

Nessa região estavam cerca de 65% dos escravos. A outra área de grande concentração estava no eixo Porto Alegre-Caí-Taquari-São Jerônimo-Santo Amaro-Rio Pardo-Cachoeira, ao longo do Jacuí, onde se concentravam 35% dos escravos, especialmente em São Jerônimo.

Esses números seriam grandemente aumentados com as charqueadas, saltando para 50% da população gaúcha em 1822, quando José Antonio Gonçalves Chaves, estancieiro e charqueador de Pelotas, calculou que dos 106.196 habitantes da província metade fosse de escravos.

Esses números talvez estivessem exagerados - afinal, Gonçalves Chaves era contra a escravidão, e usou de todos os argumentos para combatê-la em sua obra "Memórias Economo-políticas sobre a administração pública do Brasil". Um deles era justamente o de que "o excessivo número de escravos faz com que não o possamos tratar como temos obrigação". Mas, de qualquer forma, sabe-se atualmente que seu número era expressivo, e calcula-se que em 1858 alcançava quase 25% da população

No entanto, a história desse povo tem de ser procurada em dois tipos de fontes: ou nas notas que acompanham as narrativas, em que aparecem geralmente como "e uma grande quantidade de homens negros", ou em alguns episódios mais marcantes - que, por suas características singulares, são registrados. É esse o caso dos dois corpos de lanceiros que participaram das tropas farroupilhas durante a revolução, que, segundo alguns historiadores, entraram para a história por sua valentia e por terem sido vítimas de uma ainda não bem esclarecida traição (na Batalha de Porongos), que fez com que fossem eliminados para não comprometerem as negociações de paz entre farrapos e o Império.

É difícil estabelecer de que região da África vieram os negros que aportaram, ao longo do século passado, no Rio Grande do Sul. Sabe-se que vieram do porto do Rio de Janeiro, mas não existem detalhes precisos quanto aos portos de origem da África, e menos ainda quanto às regiões em que foram capturados para serem levados para os portos de embarque.

Isto porque os africanos muitas vezes eram capturados a centenas de quilômetros do porto onde seriam embarcados para o cativeiro. E, geralmente, na chegada ao Rio - ou aos outros portos - registrava-se como origem o porto de embarque. Mas, de maneira bastante imprecisa, é possível falar em três regiões principais de origem, com especial destaque para uma delas.

A região que se destaca é a da costa angolana, que mantinha maior contato com o porto do Rio de Janeiro. Dali vieram os escravos de cultura banto e congo. Outra região que também foi fonte de abastecimento de escravos para o Brasil foi a de Moçambique e adjacências. Os africanos vindos dessa área eram denominados genericamente de moçambiques. Por último também vieram grupos de cultura sudanesa, na região da Costa do Ouro, entre os quais se destacavam os minas.

No Rio Grande os grupos de africanos aqui introduzidos recebiam geralmente a denominação de angolas, congos, minas e moçambiques. Isto, entretanto, não significa que fossem efetivamente dessas áreas.

Quilombos no Rio Grande do Sul

1. Quilombo do Negro Lúcio (ilha dos Marinheiros)
2. Quilombo do Arroio
3. Quilombo da Serra dos Tapes
4. Quilombo de Manuel Padeiro
5. Quilombo do município de Rio Pardo
6. Quilombo na serra do Distrito do Couto
7. Quilombo no município de Montenegro
8. Quilombo do Morro Alto

Ao mapear várias comunidades rurais do Rio Grande do Sul, o estudo indica seis comunidades "remanescentes de quilombos" apontadas através de laudos antropológicos; 42 comunidades visitadas durante a consultoria e caracterizadas como "potencialmente remanescentes de quilombos"; e 27 comunidades indicadas por formulários ou outras fontes, que não foram visitadas/ou que requerem estudos mais aprofundados. O livro mostra várias fotos e as localidades no mapa do RS.

MTG REALIZA CONGRESSO

 

PARA DEBATER SEU ESTATUTO


 

Neste final de semana, sábado (30), acontece em Frederico Westphalen (28ª RT), o 69º Congresso Tradicionalista Gaúcho Extraordinário que vai tratar das alterações estatutárias do Movimento Tradicionalista Gaúcho do Rio Grande do Sul.

As inscrições para o evento foram feitas de forma antecipada (550 inscritos) que poderão acessar o local do evento com máscaras e comprovante de vacinas. Os cuidados com os protocolos são prioridades para a comissão executiva do evento. O presidente Manoelito Carlos Savaris, em entrevista para a Rádio Eco da Tradição (veículo oficial de comunicação do MTG) na manhã desta terça-feira lembrou da importância deste congresso, “Debateremos um prazo maior de gestão para o MTG e suas coordenadorias, passando para 2 anos, caso seja aprovada a proposta, além de separar o Congresso da Assembleia Geral Eletiva. É um novo momento, uma retomada após a pandemia, então precisamos debater esses assuntos, que amadureceram ao longo do tempo”, disse Savaris.

O Congresso será realizado na Liv Space, um local de eventos na cidade de Frederico Westphalen, às margens da BR 386, km 30, ao lado do Parque de Exposições. As atividades iniciam às 9 horas e, em determinado momento, será comemorado o aniversário da federação.

Informações: Rogério Bastos 51 997658633

O evento será transmitido pela internet e na radio web do MTG.




terça-feira, 26 de outubro de 2021

CORAÇÃO GAÚCHO

 


Domingo pela manhã, mateando e campereando um programa de fundamento mas dezenas de canais televisivos (está difícil encontrar) me deparei com o Coração Gaúcho, na UlbraTV, apresentado pelo cantor e Secretário de Cultura de Santo Antônio da Patrulha, meu amigo e irmão, Cristiano Quevedo. 

Cenário bonito e diferenciado de tantos programas do gênero, bem conduzido e com atrações diversificando nossa cultura, o que é algo elogiável. Na oportunidade lançavam seus trabalhos em forma de CD o ex-gaiteiro dos Serranos Daniel Hack e o violinista Felipe Karan. 

Mostrando que o músico se comunica através de sua arte, sem terem feito algum ensaio que não fosse neste próprio encontro, encerraram suas participações executando, conjuntamente, a composição Merceditas, com a interpretação do próprio Cristiano. Deram um show. 

Aconselho aos leitores do blog este belo entretenimento cultural regionalista. 

        


ENTÃO, BOM DIA.


Quem me conhece sabe da minha dificuldade diante da tecnologia. Do meu celular, talvez aproveite 10% de sua utilidade. Chamo e atendo o telefone, mando mensagens e... a coisa vai minguando por aí. Até para chamar um Uber é uma briga de foice no escuro. Domingo tive que ir num cemitério em Cachoeirinha e não consegui botar no tal GoogleMaps. Fui perguntando de posto em posto de gasolina e para motoristas de carro-de-praça. 

Mas agora minha filhota que mora na Austrália, a Mari, baixou um "app" utilizou o "background" e me mandou "stickers" com minha imagem dando Bom Dia a todos vocês. Então está feito o carreto.  BOM DIA.         




Mas como na poesia eu me defendo, 
vai meu BOM DIA em forma de versos.

No despedir da boieira

vem o dia a trote largo

e na cacimba do amargo

sorvo a vivência campeira.

Numa fresta de madeira

sopra um grilo o seu clarim,

brotam matizes sem fim

pelo portal mal fechado

então eu louvo este fado

de ter o Rio Grande em mim. 



segunda-feira, 25 de outubro de 2021

POR QUE FESTIVAIS VIRTUAIS NÃO VINGAM?

 

É louvável o esforço dos organizadores para manterem vivos, durante a pandemia, os nomes de muitos festivais pelo Rio Grande do Sul a fora.  Contudo, tais eventos, realizados de maneira virtual, ficam longe de empolgar o público festivaleiro.

A produção é bem feita, os trabalhos concorrentes são de razoáveis para bom, mas falta a emoção, o "arrepiar o pelo".

Num evento presencial era comum reunir duas, três mil pessoas, e agora o que vemos é um público minguado assistindo via redes sociais. A pessoa estando num ginásio, num CTG, fica por lá, proseando, bombeando, participando. O fato é que a televisão não prende embora permita que alguém, de muito longe, acompanhe um festival do qual não poderia estar presencialmente.      

Na verdade falta o calor humano, o balcão para tomar uma cerveja, o rever amigos, o envolvimento da comunidade e, até mesmo, as rusgas com os jurados. Falta transpiração. Tal qual um jogo de futebol sem público, que se torna modorrento, os festivais precisam de vida, de adrenalina.

De toda forma nos dobramos ao esforço de quem tenta segurar as pontas diante de tantas intempéries embora, para quem organiza, seja mais tranquilo um evento não presencial mesmo em face da maior dificuldade de captação de recursos.

E fica a pergunta acompanhada de preocupação: - Os festivais retornarão com o mesmo entusiasmo de antigamente depois desta parada de quase dois anos?  

Abaixo, postamos os festivais que ainda restam até o final do ano e o respectivo canal de inscrição ou transmissão, numa bela pesquisa do meu parceiro velho de lutas culturais Jairo Reis, proprietário do blog Ronda dos Festivais.

Confiram: 

FESTIVAIS COM INSCRIÇÕES ABERTAS:

19 e 20:  7º Canto dos Cardeais - Canguçu

Inscrições até:  28/10/2021

cantodoscardeais2021@gmail.com 

02 a 04: 4º Resgate do Canto Nativo - Dom Pedrito

Inscrições até 29/10/2021 

resgatedocantonativo@gmail.com

03 e 04:  9ª Vertente da Canção Nativa - Piratini

Inscrições até 11/11/2021 

vertentedacancao@gmail.com

DATAS DE REALIZAÇÃO:

OUTUBRO:

28: 35ª Moenda da Canção - Santo Antônio da Patrulha

https://www.facebook.com/MoendaCancao

29 a 31: 12º Expocanto - Arroio Grande

https://www.youtube.com/watch?v=VIGtgQyS7_A

NOVEMBRO:

05 e 06:  36º Ponche Verde da Canção - Dom Pedrito

https://www.facebook.com/poncheverdedacancaogaucha

05 a 07: 28ª Tertúlia Musical Nativista - Santa Maria

https://www.facebook.com/prefeituradesantamaria

13 e 14: 1º Festival Itinerante da MB - Frederico Westphalen

https://www.facebook.com/festivalitinerantedamusicabrasileira

13 e 14: 5º Acordes do Pampa em Canção – Rosário do Sul

www.facebook.com/AcordesDoPampaEmCancao

17 a 20: 10º Canto de Luz - Ijuí

www.cantodeluz.com.br

19 e 20:  7º Canto dos Cardeais - Canguçu

www.facebook.com/prefacangucu 

28: 2º Festival Unidos Pela Tradição – Tapejara

https://www.facebook.com/unidospelatradicao20

DEZEMBRO:

02 a 04: 4º Resgate do Canto Nativo - Dom Pedrito

www.facebook.com/resgatedocantonativo

03 e 04:  9ª Vertente da canção Nativa - Piratini

10 a 12: 43ª Califórnia da Canção Nativa - Uruguaiana


domingo, 24 de outubro de 2021

EMPREITADA BRABA...

 



Do livro de cartuns GAUDERIADAS - 1993 - Léo Ribeiro de Souza


CAUSO DE GALPÃO

 

DEVOLVE O SHIMITIZINHO


Bier


Estava o Bejarano Araújo - taura do culhão roxo - numa visita a casa das "madamas", quando recém a Vila Alegre estava a apontar nos subúrbios de São Borja, ao lado do cemitério.

De repente o alerta: estava chegando a polícia e desarmando todo mundo. Não livravam nem canivete pica-fumo. 

O Bejarano, de pala - como sempre andava -, nem bem havia saído pela porta e topou-se com um inspetor e dois "brigadas". Antes que o interpelassem já saiu na frente:

Os moços tão cumprindo seu dever, são gente da justiça, tão pagos para isso e não sou eu que vou complicar a vida de vocês. Taí o meu revólver "32" shimitão de muita estima.

Os policiais, surpreendidos com o gesto de Bejarano, de conhecida fama de valente, agradeceram-lhe a atitude. 

- Muito bem, seu Bejarano. Homem de bem procede assim. 

Ao lhe virarem as costas, Bejarano prendeu-lhes o grito:

- Alto lá, vocês aí!

Ao se voltarem, Bejarano os calçava com um "38" na mãos. 

- Mas...

Não tem mais nem menos, seus mocinhos. Quem é bocó paga a conta. Eu dei pra vocês o "32" sem bala alguma e me sobrou este Colt que dá tiro até pela argola do cabo. Passem de volta meu shimitizinho. E ligeiro, antes que meu "38" escarre chumbo pelas ventas.  

Do livro Rapa de Tacho Vol. 3 / Apparício Silva Rillo




ANTES QUE O TEMPO ESQUENTE DE VEREDA

 

A NOSSA BÓIA DOMINGUEIRA É

O BRODO SERRANO - 6 PESSOAS

(ESPECIAL PARA CURAR UMA RESSACA)


Ingredientes:

- 1 galinha ou galo velho

- 1 kg de batata inglesa

- 1 cebola

- folhas de sálvia

- 1 pimenta verde

- 1/2copo de vinho tinto

- 6 ovos

Preparação:

Corte a galinha em 4 pedaços. Ponha a ferver em uma panela com bastante água, sal, a pimenta picada, acebola cortada em 4, e as batatas em pedaços médios, e as folhas de sálvia. Deixe ferver até a galinha ou o galo soltarem os ossos. Quebre um ovo para cada pessoa que vá comer, mexa um pouco e deixe ferver mais 30 minutos. 

Do livro: Fogão Campeiro - Carlos Castilhos  


  

sábado, 23 de outubro de 2021

REPONTANDO DATAS / 23 DE OUTUBRO

 

DIA DA AVIAÇÃO

Num momento que ficou na história o mineiro Santos Dumont, no dia 23 de outubro de 1906, a bordo do 14-bis, voou a três metros de altura e percorreu uma distância de sessenta metros num vôo que durou sete segundos. Por este motivo a data de hoje é considerada o Dia da Aviação, Dia do Aviador, e da Força Aérea Brasileira, embora haja controvérsias sobre este tema já que grande parte dos historiadores considera que foram os norte americanos irmãos Wright, os reais criadores da máquina voadora mais pesada que o ar.
 
Uma coisa é certa!
Foi um gaúcho o único a laçar um aeroplano. Se não, vejam a matéria.   






















Euclides Guterres foi um peão gaúcho, nascido em Santa Maria, que se tornou celebridade instantânea no dia 20 de janeiro de 1952, quando tinha 24 anos de idade, ao laçar o avião CAP4/Paulistinha (prefixo PP-HFP), que estava dando rasantes na fazenda de seu patrão.
O avião, pilotado por Irineu Noal, com histórico de apenas 20 horas de vôo, decolou do aeródromo de Santa Maria com destino à fazenda de Cacildo Pena Xavier (pai da ex-namorada do piloto) em Tronqueiras, onde ele terminaria seu relacionamento amoroso e devolveria as cartas à ex-namorada, que já estava noiva de outro. O piloto levou menos de dez minutos para chegar à localidade de Tronqueiras, que é uma Unidade Residencial do bairro Arroio do Só, no distrito de Arroio do Só - distrito de Santa Maria desde 1886. Ao sobrevoar a fazenda, começou a fazer uma série de manobras rasantes próximas à cerca, onde Guterres, depois de três ou quatro tentativas, conseguiu laçar a aeronave.
O avião não caiu porque a hélice do motor cortou o laço. Mesmo assim foi danificado, e o piloto Irineu recebeu uma multa e teve seu brevê cassado. Até hoje ele guarda a hélice da aeronave com o pedaço do laço, segundo matéria do jornal Correio do Povo de 29 de janeiro de 2007 (foto abaixo).
Na ocasião, houve registro do fato na Time Magazine, em 11 de fevereiro de 1952 e em jornais da época, como A Razão, Diário de Notícias e no caderno Almanaque do Correio do Povo. A Base Aérea de Santa Maria também mantém em seu acervo vários jornais e revistas da época, relatando a façanha do peão Euclides Guterres.
Euclides Guterres morreu de leucemia em 1981. Não existem registros de casos semelhantes.
 
Irineu Noal com a hélice e um pedaço do laço 58 anos após 
     

GALPÃO DAS PATROAS

 

Apresentadora do "Galpão Crioulo", Shana Müller canta no festival no sábadoStefanie Telles / Divulgação

O festival reúne nomes femininos da música nativista. Evento ocorre neste fim de semana no CTG Independência Gaúcha, em Esteio

É com indumentária de prenda que se dá um passo bem dado rumo à igualdade de gênero na sociedade gaúcha. Neste fim de semana, o CTG Independência Gaúcha, em Esteio, sedia o projeto cultural Galpão das Patroas, festival com 11 atrações femininas da música tradicionalista. Com público reduzido e transmissão simultânea nas redes sociais, nomes como Shana Müller, Analise Severo, o duo Gurias Gaúchas e os grupos As Maragatas e The Allpargatas vão colocar todo mundo pra dançar — respeitando, é claro, as regras de distanciamento impostas pela pandemia. As apresentações serão neste sábado (23), a partir das 18h, e no domingo (24), a partir das 14h.

- Muita gente confunde o propósito do movimento feminista, por exemplo, acreditando que ele busca uma rivalidade entre homens e mulheres. Não. Nenhum movimento em prol do feminino vai dar certo sem a parceria com eles. Essa iniciativa é uma prova: um homem, colega, músico e produtor que lançou um olhar sobre essa oportunidade de reunir apenas mulheres num evento. Esse é o caminha-  celebra Shana Müller, que comanda o Galpão Crioulo ao lado de Neto Fagundes.

Galpão das Patroas

CTG Independência Gaúcha (rua Avelino Antônio Zonta, 649), Esteio. 

Sábado: às 18h: Fofa Nobre, Tatiéli Bueno, Gurias Gaúchas, Shana Müller e Fátima Gimenez.

Domingo: às 14h: Luiza Barbosa, Analise Severo,As Maragatas, Marianita Ortaça, Juliana Spanevello e The Alpargatas.

Ingressos: 1 kg de alimento não perecível. Entrada por ordem de chegada. Lotação 300 espectadores por dia.

Transmissão: Ao vivo pelos canais do Galpão das Patroas no facebook e no YouTube.

 

Resenha da matéria de Júlio Boll para ZH


MULHERES DÃO ESPETÁCULO

 

NO FESTIVAL CANTO GALPONEIRO, DE PASSO FUNDO.  


Festival Canto Galponeiro, de Passo Fundo, em sua 5ª edição. 


O fato aconteceu em meados deste mês, na edição que homenageava o criador do evento Adão Cirinei da Cunha, falecido em março passado. 

O grupo fez enorme sucesso obtendo a premiação de Música Mais Popular ao defender a composição Da Casa Grande Ao Galpão, com letra e música de Alexandre Marek e arranjos vocais de Rodrigo Cavalheiro, na interpretação de Janaina Cavalheiro, que esteve acompanhada por Neuza Braz (violão e vocal), Nathalia Gregoski (violão e vocal), Patrícia Vargas (baixo e vocal), Amanda Thomé (gaita e vocal) e Sabrina Antunes (percussão).

"Nossa história foi escrita com coragem e bravura, misto de força e ternura que a mulher traz na essência. Magistral da descendência, fonte de fibra e talento, esteio dos sentimentos, baluarte da querência".

Esperamos que isto seja apenas o começo de um novo tempo aonde nossas prendas tenham o mesmo espaço sob as luzes das ribaltas dos palcos nativistas. Parabéns. 


Grupo de mulheres que interpretou a canção Mais Popular 


sexta-feira, 22 de outubro de 2021

TRIAGEM DA TERTÚLIA

 


Foram revelados na tarde desta sexta-feira, os nomes das músicas classificadas para a 28ª Tertúlia Nativista de Santa Maria, que acontecerá nos dias 05, 06 e 07 de novembro de 2021.

Estarão no palco as seguintes canções:

 

Etapa Geral

1. A Letra de Uma Milonga

Letra: João Sampaio

Melodia: Felipe Goulart

2. Tocaios

Letra: Bruno Seligman de Menezes

Melodia: Robledo Martins

3. Afropampa

Letra: Igor Silveira

Melodia: Zulmar Benitez

4. Pueblito

Letra:  Juan Daniel Isernhagen

Melodia: Richard Christian Isernhagen Neto

5. Por Ser Livre

Letra:  Carlos Omar Villela Gomes

Medodia: Beto Roquete

6. A Segunda Palavra

Letra: Marcelo Dávila

Melodia: Zébeto Correa

7. Na Varanda da Lembrança

Letra:  Adão Quevedo

Melodia:  Éverson maré

8. Minha Santa Medianeira

Letra: Érlon Péricles

Melodia: Érlon Péricles

9. A Morena e o Sabiá

Letra: Ivo Ladislau

Melodia: Kako Xavier

10. O Segredo do Meu Canto

Letra: Henrique Fernandes

Melodia: Cristiano Fantinel

11. Shotis Pra Carumbi

Letra:  Elder Silva

Melodia: Edgar Enrique Rodriguez

12. De Flor e Sabre

Letra:  Vaine Darde

Melodia:  Diogo Matos

 

Etapa Local:

1. Maria

Letra: Pedro Flores

Melodia: Pedro Flores

2.  A Hora do Aviso

Letra: Jaime Brum Carlos

Melodia: Marcio Correia

3. BR 14

Letra:  José Luiz dos Santos

Melodia: Delci Taborda

4. Santa Maria de Todos

Letra: Adriana Rodrigues

Melodia: Adriana Rodrigues

5.  A Lenda do Pai Quati

Letra: Gilnei Deprá

Melodia: Ramires Monteiro

6.  Morena

Letra: Marcelo Massário

Melodia: Marcelo Massário

7. Rocknerão

Letra: Evandro Zamberlan

Melodia: Evandro Zamberlan

8. A Primavera e o Jardineiro

Letra: Humberto Zanatta (in memorian)

Melodia: Santhiago Scherer Simões

9. Sou Gaúcho do Meu Jeito

Letra: Leonardo Pilar

Melodia: Leonardo Pilar

10. Diário de Um Cachorro

Letra: Joni André

Melodia: Joni André


Fonte: Blog Ronda dos Festivais / Jairo Reis