domingo, 31 de outubro de 2021
UMA DO "BOCA"
Jarbas Pessano, o
conhecido “Binha” dos meios tradicionalistas do Estado, além de excelente
cozinheiro de acampamento (e de salões), executante de bombo legüero e emérito
jogador de truco, tinha, entre outras, mais uma excepcional qualidade: conhecia de
cor, "inclusivemente" as vírgulas e reticências, todo o rol dos mais recitados
poemas do universo poético nativista.
Suas intervenções, em
várias oportunidades, livrou de vexames públicos declamadores sujeitos a
brancos de memória. Era o Binha perceber que o sabiá perdeu-se nos gorgeios e lá
vinha a “assoprada” salvadora.
De uma feita,
integrando o grupo nativista Os Teatinos, liderado pelo exímio violonista
Glênio Fagundes, estava ao microfone um dos maiores declamadores do Rio Grande
– Marco Aurélio Campos, o “Boca”.
Recitava, por
coincidência, um poema deste escriba, intitulado Infância, integrado, há muito, a seu
amplo repertório de textos.
Uma das características
do Boca, como declamador, eram as pausas que introduzia ao longo dos poemas que
interpretava, levando os espectadores menos avisados, muitas vezes, ao falso
entendimento de que o intérprete esqueceu o texto.
Umas das estrofes de
Infância diz: “Estância de mentira e de ilusão!/Teu capataz, me lembro,/ era um
sabugo,/ e o teu gado de lei,/ sem magro nem refugo,/ eram ossos de cola e de
garrão”.
E nesta estrofe estava
o Boca, frente a plateia atenta e silenciosa.
Ao chegar no “...teu
capataz, me lembro...", Marco Aurélio, braço direito estendido e mão
espalmada, olhando um vago ponto nas alturas, aplicou uma de suas características
e grandes pausas.
O Binha, certo de que o
amigo sofrera um branco, aproximou-se, com passos de lã, do declamador e
assoprou-lhe, de canto de boca, a continuação do poema:
- ... era um sabugo...
Boca não resistiu. Já
não era a primeira vez que o “espírito santo de ovelha” intervinha em suas
participações.
Ao escutar o assopro de
“era um sabugo...”, explodiu com o Binha, mal se dando conta de que o microfone
estava aberto:
- Sabugo te enfiei no
rabo!
Esperou que cessassem
os risos e continuou o poema, impávido, solene e pausativo.
Causo recolhido por Apparício Silva Rillo

sábado, 30 de outubro de 2021
DEFINIÇÃO DE PAYADOR
NOS VERSOS DO SAUDOSO POETA
BALBINO MARQUES DA ROCHA
A alma do Payador
nasce da terra sem trato,
é o verso rude e barato
de um pobre frente ao rigor.
É uma mensagem de amor
do poeta bruto, sem prática,
sem pontuação nem gramática,
sem norma, poesia crua.
É o rastreio do charrua
sobre um trilho de capincho.
É o arrepio de um relincho
ao puma que mostra o vulto
no ramalhar da folhagem...
É a mística pabulagem
da arenga dum índio inculto.
É o berro no descampado,
é um galho velho acordado,
é o sereno respingado.
É a neblina da manhã
no toso de uma tropilha....
na copa da coronilha
do tronco do tarumã.
Não confundam Payador
com poeta de gabinete...
Um faz métrica pensada,
é gado manso em aguada,
é freio em vez de bocal.
Outro trança no momento
e reponta o pensamento
formando o verso bagual !
O Payador é o peão
que sai pro campo sozinho.
Se leva, leva um cusquinho
pras horas de precisão...
O outro sai escoltado,
é o dono bem aperado
num cavalo de patrão.
Um traz o peito sereno
já sabe o fim da canção,
outro a cabeça é um vulcão,
estica a ideia e a rima
tinindo de corda prima
na carcaça do violão.

TRÊS ANOS SEM O "CEVADOR DE MATES"
Aos 5 anos já se iniciava na gaita de boca e aos 10, mudou-se para a outra margem do rio, Picada Sul, entre a Ilha da Pintada e o município de Guaíba.
Crescendo em contato com a natureza, participava das festas tradicionais onde a música e a poesia faziam parte do convívio popular: eram as procissões religiosas, as quermesses, as reuniões filantrópicas em praças públicas e as folias de carnaval.
Aos 16 anos, idade em que começou a tocar o violão, ganhou um acordeom de 48 baixos, marca Dal-Santos, com a qual, logo passou a se apresentar em festas, bailes, casamentos, tocando vanerão, xotes, valsas e fazendo serenatas. Foi nessa época que compôs sua primeira música, um samba intitulado Vagabundo.
Aos 20 anos, transferiu-se para Porto Alegre, vindo a participar de um grupo ligado a arte nativa, chamado Estância da Amizade.
Nesta época começou a tocar serrote. Passou a frequentar o C.T.G. 35, sendo convidado a participar do grupo como peão artístico e acordeonista, viajando pelo Estado e fronteiras do Rio Grande (Argentina e Uruguai).
Como instrumentista e intérprete, integrou o conjunto vocal Os Carreteiros e o conjunto folclórico da Varig, Pagos da Saudade, onde conheceu o Brasil e boa parte deste mundo velho. Também participou do Conjunto de Folclore Internacional, conhecido, hoje, como Os Gaúchos.
Do final da década de 60 até início dos anos 90, participou como compositor e intérprete de importantes festivais musicais sendo o autor do tema que deu o primeiro grito ecológico nestes eventos, a canção Súplica do Rio.
Participou da abertura e encerramento de importantes eventos do RS, executando em solo de Serrote o Hino Nacional e Rio-grandense.
Em 1963 lançou o Compacto Simples ‘Paulinho Pires’ – Solo de Serrote e Canto, pela Fermata. Em 1984 participou da Coletânea de Músicos de Porto Alegre, o LP ‘POA 84’ , com ‘Exaltação a Porto Alegre’. Em 1993, gravou no estúdio K30, a fita cassete ‘Campo e Cidade’ pelo selo TimbreSul.
Em 2002 lançou o CD ‘Natureza, Campo e Cidade’ pelo selo Raízes.
Atuou como músico violoncelista junto à orquestra exclusivamente montada para o filme Concerto Campestre, de Henrique de Freitas Lima.
Prêmios e Distinções
1962 - Prêmio Glaucus Saraiva – Câmara de Vereadores de Porto Alegre
2001 - Prêmio Açorianos de Música - Melhor Compositor Regional
2002 - Medalha Simões Lopes Neto – Governo do Estado do RS
Meus Parceiros! Duvido que neste Rio Grande, no meio artístico ou fora dele, exista alguém que não gostasse do Paulinho Pires. Que Santa Criatura. Com sua calma, seu sorriso, chamando a todos de "meu maninho" o Paulinho estava sempre pronto, a qualquer hora, para atender ao pedido de um amigo. Era prender o grito que o Paulinho Pires, com seu serrote embaixo do braço, o violão preso na outra mão, ia se chegando, de mansinho, cuidando para não atrapalhar nem ofender ninguém. E quem chegava na sua casa na rua dos Burgueses, não adiantava ter pressa. Era um traguinho com butiá aqui, outro com losna ali e o mundo podia desabar que a gente não saía sem ver uma planta, uma folhagem que ele, homem preocupado com a ecologia, acabara de semear.
Tenho orgulho em conhecer e ter sido amigo e irmão do Paulinho Pires, um vate que orgulhou nossa Estância da Poesia Crioula e todo o Rio Grande nativo e que hoje repontamos com saudade a data de sua passagem para outro plano.

sexta-feira, 29 de outubro de 2021
FEIRA DO LIVRO VOLTA A PRAÇA
No Dia Nacional do
Livro, e após algumas celeumas em virtude de patrocínios a Feira do Livro abre
seus estandes para a população sob o patronato do jornalista Fabrício
Carpinejar.
É tempo de garimpar nos
balaios. Sentir o cheiro de pipoca. Cumprimentar amigos ou meros conhecidos.
Ouvir a voz do alto-falante. Espiar uma banca despretensiosamente e sair com um
mimo de que você nunca pensou que precisasse, mas que pode revirar a sua vida.
Após uma edição digital em 2020, a Feira do Livro de Porto Alegre volta à Praça
da Alfândega a partir desta sexta-feira (29).
A 67ª edição do evento
será realizada em formato híbrido até o dia 15 de novembro, sempre das 12h30min
às 19h30min — a área infantil abre antes, às 10h. Na praça, o público
encontrará as bancas de livreiros e estandes, entre outras atrações. Também haverá
sessões de autógrafos, embora reduzidas e espaçadas, mas ainda trazendo a
possibilidade de o leitor conhecer ou reencontrar os seus escritores favoritos.
Um estúdio montado no
Memorial do Rio Grande do Sul irá transmitir encontros virtuais com escritores
nacionais e internacionais e
mesas-redondas mediadas por jornalistas e outros produtores de conteúdo. As
lives poderão ser acompanhadas ao vivo pelo site da Feira. A maioria dos
convidados participará a distância, com os mediadores do encontro dentro do
estúdio na Capital. Assim como no ano passado, o público poderá acessar as
lojas virtuais dos expositores.
A cerimônia de abertura
será fechada, com transmissão também pelo site da Feira.

ILUSTRAR OU NÃO ILUSTRAR
EIS A QUESTÃO

quinta-feira, 28 de outubro de 2021
PARABÉNS, MTG.
A história do Movimento
Tradicionalista Gaúcho pode ser contada a partir de vários momentos. Alguns
reconhecem como ponto de partida a fundação do Grêmio Gaúcho, por Cezimbra
Jacques, em 1898. Outros, a ronda gaúcha, no Colégio Júlio de Castilhos, de 1947.
Ainda há quem defenda como marco inicial a fundação do 35 CTG, em abril de 1948
ou a realização do 1º Congresso Tradicionalista Gaúcho, em 1954, ou, ainda, a
constituição do Conselho Coordenador, em 1959. Seja qual for o ponto de partida,
o importante é que, em 1966, durante o 12º Congresso Tradicionalista Gaúcho
realizado em Tramandaí, foi decidido organizar a associação de entidades
tradicionalistas constituídas, dando-lhe o nome de Movimento Tradicionalista
Gaúcho, o MTG.
Assim é que, desde 28
de outubro de 1966, portanto a exatos 55 anos, a Instituição se tornou
conhecida como MTG.
Na semana passada
estive na sede da entidade proseando com seu presidente Manoelito Carlos Savaris. Foi a segunda vez em tanto tempo que labutamos em prol da cultura que
nos encontramos para uma conversa larga e produtiva.
Savaris é uma pessoa
que, devido as suas atitudes firmes, ou tu ama ou tu odeia (acho que também sou
assim). O que percebi nestas duas horas de charla é um presidente convicto de
suas ações e deveras preocupado com a situação da entidade que dirige e deixando claro que, se alguma coisa deva ser alterada o fórum
adequado para tais mudanças é o Congresso (que por sinal acontece sábado).
Acompanho de longe os "movimentos
do Movimento" e, por vezes, tenho discordâncias sobre algum procedimento
que considero exagerado principalmente no que tange ao esquecimento do lado
espanhol do gaúcho brasileiro - que foi aportuguesado - mas sou obrigado a
reconhecer a importância que o MTG tem como sociedade organizada, os eventos
que realiza e os valores que representa. Seus princípios são muito bem
elaborados mas que, como qualquer associação, por ser composta
por seres humanos, tem os seus defeitos.
Mesmo sabendo de algum pensamento divergente fui recebido e tratado de modo cordial e
afável, sendo que um assunto puxava outro e lá se iam as horas a galopito. Manoelito Carlos Savaris é formado em história e eu, um
curioso.
Gracias, Presidente, pelo convite e a recepção, sucesso em sua
jornada a frente desta comunidade tradicionalista que congrega milhares de
pessoas e, mais uma vez, parabéns pelo aniversário Movimento Tradicionalista Gaúcho.
Fotos: Rogério Bastos

quarta-feira, 27 de outubro de 2021
O NEGRO NO RIO GRANDE DO SUL
Durante os primeiros anos da colonização do Brasil por europeus, o Rio Grande do Sul era conhecido como uma região distante e hostil, denominada continente. Os escravos rebeldes ou preguiçosos eram ameaçados de envio à região, considerado por eles como pior que o inferno.
Os negros entraram na nossa história desde seu início. Mas o fizeram como personagens secundários, pouco lembrados, pouco citados - não obstante sua atuação tenha sido, provavelmente, decisiva para a própria formação do estado. Porque para o português branco, o negro era um complemento indispensável de sua atividade: na terra, na casa, na luta, ele se assemelhava à argamassa que, escondida entre os tijolos, mantinha a estrutura, mas que não era nunca levado em conta.
Não é à toa que em um texto escrito em 1807 por Manoel Antonio de Magalhães, em que faz reflexões sobre a situação da capital do Rio Grande, os negros sejam equiparados, literalmente, a equipamentos. O autor defende que deva ser proibida a exportação de escravos do Brasil para as colônias espanholas, pois os escravos são de importância militar "como os artigos de guerra: pólvora, balas, armas, chumbo, ferro, cobre, aço, estanho, salitre e toda a sorte de massames náuticos".
Quando a bandeira de Raposo Tavares explorou os vales dos rios Taquari e Jacuí, no final de 1635, existiam escravos negros entre seus membros. Também em 1680, na fundação da Colônia de Sacramento, a expedição comandada por Manoel Lobo trazia escravos negros. Eram 200 militares, três padres e 60 negros, dos quais 41 escravos do comandante, seis mulheres índias e uma branca e índios. Os negros representavam, portanto, mais de 20% da expedição - sem se considerar os soldados negros e mulatos livres que eram usados pelos exércitos daquela época. Também as expedições posteriores que se dirigiram à Colônia de Sacramento levavam mais negros.
Outro ponto fundamental para a história da ocupação do Rio Grande foi a fundação de Laguna, em Santa Catarina. Afinal, de lá sairiam várias expedições destinadas primeiro a prear gados, segundo a ocupar o Continente de São Pedro. E na fundação de Laguna também o negro estava presente, bem como nas expedições que os lagunenses fizeram ao Rio Grande, em que constituíam a maioria dos membros.
Porém, a presença negra no território gaúcho é marcada oficialmente no ano de 1737, quando o Brigadeiro José da Silva Paes se estabelece na Barra erigindo o Presídio Jesus, Maria e José, marco inicial da colonização.
Mas foi a partir do desenvolvimento das charqueadas - que começa em 1780, com ocupação da área de Pelotas que o tráfico negreiro começa a tomar volume. Naquele ano, os escravos - calculados em 3.280 - representavam 29% da população total do Rio Grande do Sul, e se encontravam concentrados em duas áreas principais. A primeira era ao longo da estrada dos tropeiros, que ligava o extremo sul do Rio Grande ao resto do país, pelo roteiro Rio Grande-Mostardas-Porto Alegre-Gravataí-Santo Antônio da Patrulha-Vacaria, ao longo do qual se localizavam as maiores estâncias.
Nessa região estavam cerca de 65% dos escravos. A outra área de grande concentração estava no eixo Porto Alegre-Caí-Taquari-São Jerônimo-Santo Amaro-Rio Pardo-Cachoeira, ao longo do Jacuí, onde se concentravam 35% dos escravos, especialmente em São Jerônimo.
Esses números seriam grandemente aumentados com as charqueadas, saltando para 50% da população gaúcha em 1822, quando José Antonio Gonçalves Chaves, estancieiro e charqueador de Pelotas, calculou que dos 106.196 habitantes da província metade fosse de escravos.
Esses números talvez estivessem exagerados - afinal, Gonçalves Chaves era contra a escravidão, e usou de todos os argumentos para combatê-la em sua obra "Memórias Economo-políticas sobre a administração pública do Brasil". Um deles era justamente o de que "o excessivo número de escravos faz com que não o possamos tratar como temos obrigação". Mas, de qualquer forma, sabe-se atualmente que seu número era expressivo, e calcula-se que em 1858 alcançava quase 25% da população
No entanto, a história desse povo tem de ser procurada em dois tipos de fontes: ou nas notas que acompanham as narrativas, em que aparecem geralmente como "e uma grande quantidade de homens negros", ou em alguns episódios mais marcantes - que, por suas características singulares, são registrados. É esse o caso dos dois corpos de lanceiros que participaram das tropas farroupilhas durante a revolução, que, segundo alguns historiadores, entraram para a história por sua valentia e por terem sido vítimas de uma ainda não bem esclarecida traição (na Batalha de Porongos), que fez com que fossem eliminados para não comprometerem as negociações de paz entre farrapos e o Império.
É difícil estabelecer de que região da África vieram os negros que aportaram, ao longo do século passado, no Rio Grande do Sul. Sabe-se que vieram do porto do Rio de Janeiro, mas não existem detalhes precisos quanto aos portos de origem da África, e menos ainda quanto às regiões em que foram capturados para serem levados para os portos de embarque.
Isto porque os africanos muitas vezes eram capturados a centenas de quilômetros do porto onde seriam embarcados para o cativeiro. E, geralmente, na chegada ao Rio - ou aos outros portos - registrava-se como origem o porto de embarque. Mas, de maneira bastante imprecisa, é possível falar em três regiões principais de origem, com especial destaque para uma delas.
A região que se destaca é a da costa angolana, que mantinha maior contato com o porto do Rio de Janeiro. Dali vieram os escravos de cultura banto e congo. Outra região que também foi fonte de abastecimento de escravos para o Brasil foi a de Moçambique e adjacências. Os africanos vindos dessa área eram denominados genericamente de moçambiques. Por último também vieram grupos de cultura sudanesa, na região da Costa do Ouro, entre os quais se destacavam os minas.
No Rio Grande os grupos de africanos aqui introduzidos recebiam geralmente a denominação de angolas, congos, minas e moçambiques. Isto, entretanto, não significa que fossem efetivamente dessas áreas.
Quilombos no Rio Grande do Sul
1. Quilombo do Negro Lúcio (ilha dos Marinheiros)
2. Quilombo do Arroio
3. Quilombo da Serra dos Tapes
4. Quilombo de Manuel Padeiro
5. Quilombo do município de Rio Pardo
6. Quilombo na serra do Distrito do Couto
7. Quilombo no município de Montenegro
8. Quilombo do Morro Alto
Ao mapear várias comunidades rurais do Rio Grande do Sul, o estudo indica seis comunidades "remanescentes de quilombos" apontadas através de laudos antropológicos; 42 comunidades visitadas durante a consultoria e caracterizadas como "potencialmente remanescentes de quilombos"; e 27 comunidades indicadas por formulários ou outras fontes, que não foram visitadas/ou que requerem estudos mais aprofundados. O livro mostra várias fotos e as localidades no mapa do RS.

MTG REALIZA CONGRESSO
PARA DEBATER SEU ESTATUTO
Neste final de semana,
sábado (30), acontece em Frederico Westphalen (28ª RT), o 69º Congresso
Tradicionalista Gaúcho Extraordinário que vai tratar das alterações
estatutárias do Movimento Tradicionalista Gaúcho do Rio Grande do Sul.
As inscrições para o
evento foram feitas de forma antecipada (550 inscritos) que poderão acessar o
local do evento com máscaras e comprovante de vacinas. Os cuidados com os
protocolos são prioridades para a comissão executiva do evento. O presidente
Manoelito Carlos Savaris, em entrevista para a Rádio Eco da Tradição (veículo
oficial de comunicação do MTG) na manhã desta terça-feira lembrou da
importância deste congresso, “Debateremos um prazo maior de gestão para o MTG e
suas coordenadorias, passando para 2 anos, caso seja aprovada a proposta, além
de separar o Congresso da Assembleia Geral Eletiva. É um novo momento, uma
retomada após a pandemia, então precisamos debater esses assuntos, que
amadureceram ao longo do tempo”, disse Savaris.
O Congresso será
realizado na Liv Space, um local de eventos na cidade de Frederico Westphalen,
às margens da BR 386, km 30, ao lado do Parque de Exposições. As atividades iniciam
às 9 horas e, em determinado momento, será comemorado o aniversário da
federação.
Informações: Rogério
Bastos 51 997658633
O evento será
transmitido pela internet e na radio web do MTG.

terça-feira, 26 de outubro de 2021
CORAÇÃO GAÚCHO

ENTÃO, BOM DIA.
Quem me conhece sabe da minha dificuldade diante da tecnologia. Do meu celular, talvez aproveite 10% de sua utilidade. Chamo e atendo o telefone, mando mensagens e... a coisa vai minguando por aí. Até para chamar um Uber é uma briga de foice no escuro. Domingo tive que ir num cemitério em Cachoeirinha e não consegui botar no tal GoogleMaps. Fui perguntando de posto em posto de gasolina e para motoristas de carro-de-praça.
Mas agora minha filhota que mora na Austrália, a Mari, baixou um "app" utilizou o "background" e me mandou "stickers" com minha imagem dando Bom Dia a todos vocês. Então está feito o carreto. BOM DIA.
No despedir da boieira
vem o dia a trote largo
e na cacimba do amargo
sorvo a vivência campeira.
Numa fresta de madeira
sopra um grilo o seu clarim,
brotam matizes sem fim
pelo portal mal fechado
então eu louvo este fado
de ter o Rio Grande em mim.

segunda-feira, 25 de outubro de 2021
POR QUE FESTIVAIS VIRTUAIS NÃO VINGAM?
É louvável o esforço
dos organizadores para manterem vivos, durante a pandemia, os nomes de muitos
festivais pelo Rio Grande do Sul a fora.
Contudo, tais eventos, realizados de maneira virtual, ficam longe de
empolgar o público festivaleiro.
A produção é bem feita,
os trabalhos concorrentes são de razoáveis para bom, mas falta a emoção, o
"arrepiar o pelo".
Num evento presencial
era comum reunir duas, três mil pessoas, e agora o que vemos é um público
minguado assistindo via redes sociais. A pessoa estando num ginásio, num CTG, fica por lá, proseando, bombeando, participando. O fato é que a televisão não prende embora permita que alguém, de muito longe, acompanhe um festival do qual não poderia estar presencialmente.
Na verdade falta o calor humano, o balcão para tomar uma cerveja, o rever amigos, o envolvimento da comunidade e, até mesmo, as rusgas com os jurados. Falta transpiração. Tal qual um jogo de futebol sem público, que se torna modorrento, os festivais precisam de vida, de adrenalina.
De toda forma nos
dobramos ao esforço de quem tenta segurar as pontas diante de tantas
intempéries embora, para quem organiza, seja mais tranquilo um evento não
presencial mesmo em face da maior dificuldade de captação de recursos.
E fica a pergunta acompanhada
de preocupação: - Os festivais retornarão com o mesmo entusiasmo de antigamente
depois desta parada de quase dois anos?
Abaixo, postamos os
festivais que ainda restam até o final do ano e o respectivo canal de inscrição ou transmissão, numa bela pesquisa do meu
parceiro velho de lutas culturais Jairo Reis, proprietário do blog Ronda dos Festivais.
Confiram:
FESTIVAIS
COM INSCRIÇÕES ABERTAS:
19
e 20: 7º Canto dos Cardeais - Canguçu
Inscrições até: 28/10/2021
cantodoscardeais2021@gmail.com
02
a 04: 4º Resgate do Canto Nativo - Dom Pedrito
Inscrições até 29/10/2021
resgatedocantonativo@gmail.com
03
e 04: 9ª Vertente da Canção Nativa -
Piratini
Inscrições até 11/11/2021
vertentedacancao@gmail.com
DATAS
DE REALIZAÇÃO:
OUTUBRO:
28:
35ª Moenda da Canção - Santo Antônio da Patrulha
https://www.facebook.com/MoendaCancao
29
a 31: 12º Expocanto - Arroio Grande
https://www.youtube.com/watch?v=VIGtgQyS7_A
NOVEMBRO:
05
e 06: 36º Ponche Verde da Canção - Dom
Pedrito
https://www.facebook.com/poncheverdedacancaogaucha
05
a 07: 28ª Tertúlia Musical Nativista - Santa Maria
https://www.facebook.com/prefeituradesantamaria
13
e 14: 1º Festival Itinerante da MB - Frederico Westphalen
https://www.facebook.com/festivalitinerantedamusicabrasileira
13
e 14: 5º Acordes do Pampa em Canção – Rosário do Sul
www.facebook.com/AcordesDoPampaEmCancao
17
a 20: 10º Canto de Luz - Ijuí
www.cantodeluz.com.br
19
e 20: 7º Canto dos Cardeais - Canguçu
www.facebook.com/prefacangucu
28:
2º Festival Unidos Pela Tradição – Tapejara
https://www.facebook.com/unidospelatradicao20
DEZEMBRO:
02
a 04: 4º Resgate do Canto Nativo - Dom Pedrito
www.facebook.com/resgatedocantonativo
03
e 04: 9ª Vertente da canção Nativa -
Piratini
10
a 12: 43ª Califórnia da Canção Nativa - Uruguaiana

domingo, 24 de outubro de 2021
CAUSO DE GALPÃO
DEVOLVE O SHIMITIZINHO

ANTES QUE O TEMPO ESQUENTE DE VEREDA
A NOSSA BÓIA DOMINGUEIRA É
O BRODO SERRANO - 6 PESSOAS
(ESPECIAL PARA CURAR UMA RESSACA)
Ingredientes:
- 1 galinha ou galo velho
- 1 kg de batata inglesa
- 1 cebola
- folhas de sálvia
- 1 pimenta verde
- 1/2copo de vinho tinto
- 6 ovos
Preparação:
Corte a galinha em 4 pedaços. Ponha a ferver em uma panela com bastante água, sal, a pimenta picada, acebola cortada em 4, e as batatas em pedaços médios, e as folhas de sálvia. Deixe ferver até a galinha ou o galo soltarem os ossos. Quebre um ovo para cada pessoa que vá comer, mexa um pouco e deixe ferver mais 30 minutos.
Do livro: Fogão Campeiro - Carlos Castilhos

sábado, 23 de outubro de 2021
REPONTANDO DATAS / 23 DE OUTUBRO



GALPÃO DAS PATROAS
O festival reúne nomes
femininos da música nativista. Evento ocorre neste fim de semana no CTG
Independência Gaúcha, em Esteio
É com indumentária de
prenda que se dá um passo bem dado rumo à igualdade de gênero na sociedade
gaúcha. Neste fim de semana, o CTG Independência Gaúcha, em Esteio, sedia o
projeto cultural Galpão das Patroas, festival com 11 atrações femininas da
música tradicionalista. Com público reduzido e transmissão simultânea nas redes
sociais, nomes como Shana Müller, Analise Severo, o duo Gurias Gaúchas e os
grupos As Maragatas e The Allpargatas vão colocar todo mundo pra dançar —
respeitando, é claro, as regras de distanciamento impostas pela pandemia. As
apresentações serão neste sábado (23), a partir das 18h, e no domingo (24), a
partir das 14h.
- Muita gente confunde
o propósito do movimento feminista, por exemplo, acreditando que ele busca uma
rivalidade entre homens e mulheres. Não. Nenhum movimento em prol do feminino vai dar certo sem a parceria com eles. Essa iniciativa é uma prova: um homem, colega, músico
e produtor que lançou um olhar sobre essa oportunidade de reunir apenas
mulheres num evento. Esse é o caminha- celebra Shana Müller, que comanda o Galpão Crioulo ao lado de Neto
Fagundes.
Galpão das Patroas
CTG Independência Gaúcha (rua Avelino Antônio Zonta, 649), Esteio.
Sábado: às 18h: Fofa Nobre, Tatiéli Bueno, Gurias Gaúchas, Shana Müller e Fátima Gimenez.
Domingo: às 14h:
Luiza Barbosa, Analise Severo,As Maragatas, Marianita Ortaça, Juliana
Spanevello e The Alpargatas.
Ingressos: 1 kg de
alimento não perecível. Entrada por ordem de chegada. Lotação 300 espectadores
por dia.
Transmissão: Ao vivo
pelos canais do Galpão das Patroas no facebook e no YouTube.
Resenha da matéria de Júlio Boll para ZH

MULHERES DÃO ESPETÁCULO

sexta-feira, 22 de outubro de 2021
TRIAGEM DA TERTÚLIA
Foram revelados na
tarde desta sexta-feira, os nomes das músicas classificadas para a 28ª Tertúlia
Nativista de Santa Maria, que acontecerá nos dias 05, 06 e 07 de novembro de
2021.
Estarão no palco as
seguintes canções:
Etapa Geral
1. A Letra de Uma Milonga
Letra: João Sampaio
Melodia: Felipe Goulart
2. Tocaios
Letra: Bruno Seligman
de Menezes
Melodia: Robledo
Martins
3. Afropampa
Letra: Igor Silveira
Melodia: Zulmar Benitez
4. Pueblito
Letra: Juan Daniel Isernhagen
Melodia: Richard
Christian Isernhagen Neto
5. Por Ser Livre
Letra: Carlos Omar Villela Gomes
Medodia: Beto Roquete
6. A Segunda Palavra
Letra: Marcelo Dávila
Melodia: Zébeto Correa
7. Na Varanda da
Lembrança
Letra: Adão Quevedo
Melodia: Éverson maré
8. Minha Santa Medianeira
Letra: Érlon Péricles
Melodia: Érlon Péricles
9. A Morena e o Sabiá
Letra: Ivo Ladislau
Melodia: Kako Xavier
10. O Segredo do Meu
Canto
Letra: Henrique
Fernandes
Melodia: Cristiano
Fantinel
11. Shotis Pra Carumbi
Letra: Elder Silva
Melodia: Edgar Enrique
Rodriguez
12. De Flor e Sabre
Letra: Vaine Darde
Melodia: Diogo Matos
Etapa Local:
1. Maria
Letra: Pedro Flores
Melodia: Pedro Flores
2. A Hora do Aviso
Letra: Jaime Brum
Carlos
Melodia: Marcio Correia
3. BR 14
Letra: José Luiz dos Santos
Melodia: Delci Taborda
4. Santa Maria de Todos
Letra: Adriana
Rodrigues
Melodia: Adriana
Rodrigues
5. A Lenda do Pai Quati
Letra: Gilnei Deprá
Melodia: Ramires
Monteiro
6. Morena
Letra: Marcelo Massário
Melodia: Marcelo
Massário
7. Rocknerão
Letra: Evandro
Zamberlan
Melodia: Evandro
Zamberlan
8. A Primavera e o
Jardineiro
Letra: Humberto Zanatta
(in memorian)
Melodia: Santhiago
Scherer Simões
9. Sou Gaúcho do Meu
Jeito
Letra: Leonardo Pilar
Melodia: Leonardo Pilar
10. Diário de Um
Cachorro
Letra: Joni André
Melodia: Joni André
Fonte: Blog Ronda dos Festivais / Jairo Reis
