Lá se foi mais um setembro, o mês farroupilha, os trinta dias de reverências aos episódios da Revolução. Época de revigorar o orgulho de sermos gaúchos.
Pelo segundo ano consecutivo foi um setembro diferente, triste, vazio, sem o entusiasmo de outros tempos.
Sabem de quem eu me recordo e sinto, até, um pouco de pena? Dos Setembrinos.
Com certeza, com este esvaziamento de comemorações o Setembrino anda desasado, sem rumo, passando pelo Harmonia e bombeando, triste, aquele descampado.
Setembrino, para quem não sabe, é o termo pejorativo dado àqueles que só se lembram de nossos costumes, da tradição de nosso Estado, no decorrer deste mês. Principalmente em função do Acampamento Farroupilha aonde rola muita gaita, trago e churrasco.
Pessoas que tu passa o ano sem ver, reaparece em setembro. Os funcionários das "firmas" vão se chegando, bombacha nova, botas apertando nos garrões, lenço com nó de gravata...
Na verdade eu considero o Setembrino tão gaúcho quanto qualquer outro. É a sua forma de manifestação, é o seu modo de dizer que tem saudades do seu viver interiorano. Passa 360 dias enfrentando dificuldades e, neste mês, tem a oportunidade de esquecer as mágoas deste mundo velho.
Eu só espero que tudo isso não fique no passado, inclusive o Setembrino.
