SOBRE DOM PEDRO II
A Rede Globo de
Televisão, como de costume as 18h, tem em sua grade uma novela de época.
Atualmente está "em cartaz" Nos Tempos do Imperador. Tenho
acompanhado pois a história é algo que me atrai. Contudo, para prender a
atenção do telespectador, os roteiristas incluíram muita ficção em meio a
história.
Sendo assim, procurei
fatos positivos deste imperador do Brasil que talvez tal programa não mostre.
Tipo assim:
Quando Dom Pedro II subiu
ao trono em 1840, 92% da população brasileira era analfabeta, em seu último ano
de reinado em 1889, essa porcentagem diminuiu para 60% devido ao seu grande
incentivo a educação.
A bandeira nacional
brasileira tem entre as cores o verde e o amarelo pois a mãe de Pedro II do
Brasil, a Imperatriz Leopoldina idealizou e costurou a primeira bandeira
nacional sendo o verde a cor símbolo da casa real dos Bragança e o amarelo da
casa real dos Habsburgo, portanto, diferente do que muitos pensam, o verde não
representa as matas e o amarelo não representa o ouro.
Em 1871, sua esposa a
Imperatriz Teresa Cristina doou todas as suas joias pessoais para a causa
abolicionista, deixando a elite furiosa com tal ousadia. No mesmo ano A Lei do
Ventre Livre entrou em vigor, assinada por sua filha a Princesa Imperial Dona
Isabel e José do Patrocínio organizou uma guarda especialmente para a proteção
da Princesa Isabel, chamada “A Guarda Negra”. Devido a abolição e até mesmo
antes na Lei do Ventre Livre, a princesa recebia diariamente ameaças contra sua
vida e de seus filhos. As ameaças eram financiadas pelos grandes cafeicultores
escravocratas.
No ano de 1880 o Brasil
era a 6º Economia do Mundo, a quarta maior marinha (perdendo apenas para
Inglaterra, França e EUA) e a moeda brasileira tinha o mesmo valor do dólar e
da libra esterlina sendo, o Brasil, o maior construtor de estradas de ferro do planeta
com mais de 28 mil Km..
O Brasil foi o primeiro
país da América Latina e o segundo no Mundo a ter ensino especial para
deficientes auditivos e deficientes visuais.
Pedro II mandou acabar com a guarda chamada Dragões da Independência por achar desperdício de dinheiro público. Com a república a guarda voltou a existir.
Na época do golpe militar
de 1889, D. Pedro II tinha 92% de aprovação da população em geral. Por isso o
golpe não teve participação popular.
D. Pedro II tentou ao
parlamento a abolição da escravatura desde 1846. Uma luta contra os poderosos
fazendeiros por 42 anos. O Parlamento sempre negava o projeto de lei, pois
muitos tinham influências diretas ou indiretas com os grandes cafeicultores
escravocratas.
Neste sentido eu sempre
me perguntava: Por quê ele não deu um "canetaço" e libertou os
escravos? Ele não era imperador? Ocorre que, em se tratando de uma MONARQUIA
CONSTITUCIONAL PARLAMENTARISTA, o imperador não tinha o poder para decretar
leis sem aprovação da maioria do parlamento. Acredita-se, por isso, que sua
decadência política não foi originária da Guerra do Paraguai mas sim pela
insistência da família real na libertação dos escravos.
D. Pedro II falava 23
idiomas, sendo que 17 era fluente. A primeira tradução do clássico árabe “Mil e
uma noites” foi feita por D. Pedro II, do árabe arcaico para o português do
Brasil.
D. Pedro II doava 50% de sua dotação anual para instituições de caridade e incentivos para educação com ênfase nas ciências e artes, sendo fã assumido de Chiquinha Gonzaga e sustentou o maestro e compositor Carlos Gomes, de “O Guarani” até atingir grande sucesso mundial.
A mídia ridicularizava
a figura de Pedro II por usar roupas extremamente simples, e o descaso no
cuidado e manutenção dos palácios da Quinta da Boa Vista e Petrópolis. Pedro II
não admitia tirar dinheiro do governo para tais futilidades. Alvo de charges
quase diárias nos jornais, mantinha a total liberdade de expressão e nenhuma
censura.
D. Pedro II andava pelas ruas de Paris em seu
exílio sempre com um saco de veludo ao bolso com um pouco de areia da praia de
Copacabana.
Foi enterrado com ele.