RETRATO DA SEMANA

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VEM AÍ O 32º RONCO DO BUGIO. Dias 30 de agosto e 1 de setembro no CTG Rodeio Serrano, em São Francisco de Paula. Gravura: Léo Ribeiro

sábado, 25 de setembro de 2021

FATOS QUE TALVEZ A NOVELA NÃO MOSTRE

 

SOBRE DOM PEDRO II


Dom Pedro II com vestes de gaúcho
em uma de suas visitas ao Rio Grande do Sul 


A Rede Globo de Televisão, como de costume as 18h, tem em sua grade uma novela de época. Atualmente está "em cartaz" Nos Tempos do Imperador. Tenho acompanhado pois a história é algo que me atrai. Contudo, para prender a atenção do telespectador, os roteiristas incluíram muita ficção em meio a história.

Sendo assim, procurei fatos positivos deste imperador do Brasil que talvez tal programa não mostre. Tipo assim:

Quando Dom Pedro II subiu ao trono em 1840, 92% da população brasileira era analfabeta, em seu último ano de reinado em 1889, essa porcentagem diminuiu para 60% devido ao seu grande incentivo a educação.

A bandeira nacional brasileira tem entre as cores o verde e o amarelo pois a mãe de Pedro II do Brasil, a Imperatriz Leopoldina idealizou e costurou a primeira bandeira nacional sendo o verde a cor símbolo da casa real dos Bragança e o amarelo da casa real dos Habsburgo, portanto, diferente do que muitos pensam, o verde não representa as matas e o amarelo não representa o ouro.

Em 1871, sua esposa a Imperatriz Teresa Cristina doou todas as suas joias pessoais para a causa abolicionista, deixando a elite furiosa com tal ousadia. No mesmo ano A Lei do Ventre Livre entrou em vigor, assinada por sua filha a Princesa Imperial Dona Isabel e José do Patrocínio organizou uma guarda especialmente para a proteção da Princesa Isabel, chamada “A Guarda Negra”. Devido a abolição e até mesmo antes na Lei do Ventre Livre, a princesa recebia diariamente ameaças contra sua vida e de seus filhos. As ameaças eram financiadas pelos grandes cafeicultores escravocratas.

No ano de 1880 o Brasil era a 6º Economia do Mundo, a quarta maior marinha (perdendo apenas para Inglaterra, França e EUA) e a moeda brasileira tinha o mesmo valor do dólar e da libra esterlina sendo, o Brasil, o maior construtor de estradas de ferro do planeta com mais de 28 mil Km..

O Brasil foi o primeiro país da América Latina e o segundo no Mundo a ter ensino especial para deficientes auditivos e deficientes visuais.

Pedro II mandou acabar com a guarda chamada Dragões da Independência por achar desperdício de dinheiro público. Com a república a guarda voltou a existir.

Na época do golpe militar de 1889, D. Pedro II tinha 92% de aprovação da população em geral. Por isso o golpe não teve participação popular.

D. Pedro II tentou ao parlamento a abolição da escravatura desde 1846. Uma luta contra os poderosos fazendeiros por 42 anos. O Parlamento sempre negava o projeto de lei, pois muitos tinham influências diretas ou indiretas com os grandes cafeicultores escravocratas.

Neste sentido eu sempre me perguntava: Por quê ele não deu um "canetaço" e libertou os escravos? Ele não era imperador? Ocorre que, em se tratando de uma MONARQUIA CONSTITUCIONAL PARLAMENTARISTA, o imperador não tinha o poder para decretar leis sem aprovação da maioria do parlamento. Acredita-se, por isso, que sua decadência política não foi originária da Guerra do Paraguai mas sim pela insistência da família real na libertação dos escravos.  

D. Pedro II falava 23 idiomas, sendo que 17 era fluente. A primeira tradução do clássico árabe “Mil e uma noites” foi feita por D. Pedro II, do árabe arcaico para o português do Brasil.

D. Pedro II doava 50% de sua dotação anual para instituições de caridade e incentivos para educação com ênfase nas ciências e artes, sendo fã assumido de Chiquinha Gonzaga e sustentou o maestro e compositor Carlos Gomes, de “O Guarani” até atingir grande sucesso mundial.

A mídia ridicularizava a figura de Pedro II por usar roupas extremamente simples, e o descaso no cuidado e manutenção dos palácios da Quinta da Boa Vista e Petrópolis. Pedro II não admitia tirar dinheiro do governo para tais futilidades. Alvo de charges quase diárias nos jornais, mantinha a total liberdade de expressão e nenhuma censura.

 D. Pedro II andava pelas ruas de Paris em seu exílio sempre com um saco de veludo ao bolso com um pouco de areia da praia de Copacabana.

Foi enterrado com ele.

Fonte: Site História do Brasil e Postagem de Carlitos Dutra