Os preparativos para a
remoção e o início do trabalho de restauração do Laçador, um dos símbolos de
Porto Alegre, iniciaram nesta quarta-feira (23). A estátua, que está em uma
estrutura na Avenida dos Estados, ao lado do Aeroporto Salgado Filho, será isolada
com fitas e telas, e uma parte da base começará a ser quebrada.
Atualmente, o monumento
sofre com fissuras e rachaduras. Para resolver o problema, o portento de bronze
de 4,4 metros e 3,8 toneladas precisará ser transportado a outro local para ser
aberto, reparado, estruturado e fechado novamente.
Após os preparativos
desta semana, na próxima segunda-feira (27), o Laçador será colocado em uma
gaiola especial que foi preparada para o transporte e também contará com
suporte de um guindaste para finalizar a quebra da base. No mesmo dia, um
evento dará início oficial ao restauro, que está sendo viabilizado pelo
Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon-RS) em conjunto com a
prefeitura de Porto Alegre.
O custo total da obra é
de R$ 900 mil, sendo que R$ 810 mil foram captados por meio da legislação
criada pelo governo do Estado. Os problemas no monumento criado por Antônio
Caringi, tombado como patrimônio histórico de Porto Alegre em 2001, são
conhecidos desde 2016. Em março de 2017, uma pesquisa preliminar deu o
ultimato: era necessário que os reparos fossem realizados dentro de uma década,
antes que a estátua corresse o risco de desabar.
Participaram da análise
a engenheira metalúrgica Virginia Costa e o restaurador francês Antoine
Amarger, autoridade mundial no assunto. A responsável técnica pelo projeto, a
arquiteta Verônica Di Benedetti, afirmou à reportagem de GZH que as fissuras
eram consequência de um erro. Segundo ela, em 2007, quando o Laçador saiu da
Avenida Farrapos com a Avenida Ceará e passou a integrar o cenário da Avenida
dos Estados, obreiros teriam colocado argamassa de cimento com resto de tijolo
dentro do monumento até a altura da bombacha, a fim de tentar estabilizar a
estátua. Exposto às intempéries, o material trabalhou ao longo dos anos e
começou a se romper.
Agora, para o restauro,
o Laçador será aberto para que todo esse cimento seja retirado. Além disso, vai
ganhar uma estrutura interna em aço inoxidável para funcionar como uma coluna —
originalmente, a obra é oca. Antes de ser devolvida, a estátua ainda receberá
um tratamento com pátina química para deixar o acabamento sem cicatrizes
permanentes.