A máxima de que ‘quando
nasce um filho, nasce com ele um pai’ é a mais pura verdade. Ninguém vira pai
simplesmente, assim da noite pro dia. Ser pai é um evento contínuo, uma
descoberta e uma construção diária. Mas é uma desconstrução também. Já que é
preciso mudar a forma de sentir, o modo de agir e o jeito de pensar para abrir
espaço para a dimensão do amor por um filho.
Se a gente consultar o
dicionário, o termo pai, substantivo masculino, tem muitas definições. Aquele
que gerou um ou mais filhos; aquele que adotou uma ou mais pessoas; aquele que
cria; aquele que ajuda, que faz benfeitorias e pratica o bem. Mas, afinal, qual
seria a definição certa? Todas essas e muitas outras ainda.
O termo “pai” vai além
do ser. O sujeito pode ter um filho e nunca ser pai. Pode também ser pai sem
nunca ter gerado um filho. Isso sem falar de quantas e quantas mães, tias,
avós, madrinhas, irmãs exercem a função de pai! Ser pai, ser pai mesmo, é
entender a linha tênue entre ‘ser’ e ‘estar’.
No sentido literal,
precisamos do ‘indivíduo’ que recebe essa nomenclatura para existirmos. Mas o
vínculo entre pais e filhos não se faz com genética ou com um exame de DNA. As
linhas que costuram esse laço são feitas de um material precioso e resiliente:
o amor.
A função de pai exige
prática, afinal, filhos não vêm com manual de instruções. Ser pai é ler todos
os livros especializados, ver todos os vídeos do YouTube, ouvir todos os
conselhos dos amigos e, ainda assim, aprender que não existe regra. Se aprende
a ser pai… sendo!
Ser pai é ser
disponível, é querer ser protagonista e não expectador. É não ser pai de
Instagram, o famoso ‘pai de selfie’. Ser pai é ter medos, incertezas e
inseguranças todos os dias. Mas, apesar disso, ser o porto seguro dos filhos. É
instintivamente puxar o filho para o lado na calçada ou tomar sua frente quando
algo ameaçador acontece. É ter certeza que as adversidades do mundo não se
comparam à sua capacidade de lutar pelos filhos.