Texto de Leandro de Araújo
No Movimento Tradicionalista Gaúcho existem pessoas experientes e pessoas velhas.
As pessoas experientes
enxergam que suas instituições são constituídas pelos seres humanos que seus
galpões abrigam. As pessoas velhas pensam que a entidade é o galpão que abriga
as pessoas.
Os experientes entendem
que os jovens são o futuro da entidade, que a contemporaneidade de suas
atitudes não é uma ameaça à tradição, pois estes mesmos jovens escolheram estar
ali, mesmo tendo um universo de opções que os deixariam livres para ser o que
quisessem. Os velhos não. Eles querem dizer aos jovens o que devem ser, ouvir e
vestir, e deixam claro que as músicas que ouvem e as coisas que dizem não são
"compatíveis" com a tradição.
O experiente diz ao
jovem que a tradição pode somar, contribuir com sua formação como ser humano. O
velho diz ao jovem que ele tem que optar em ser o que é ou um
"tradicionalista de verdade".
A experiência ensina
que devemos abraçar a todos, para que aqueles que se encontrarem, permaneçam. O
pensamento do velho diz que temos que eliminar aqueles que não se enquadram
logo no começo, para que não contaminem os demais.
O experiente quer
aprender com o novo. E aprende! O velho acha que está aqui para ensinar. E
tenta empurrar o que acha certo goela abaixo, como se fosse o capataz da
verdade.
O experiente ama seus
jovens. O velho quer ser temido por eles.
Alguns tradicionalistas
experientes são jovens, não importando a idade que tem. Enquanto isso, alguns
com vinte e poucos anos já são velhos.
O experiente é
reconhecido como amigo. O velho quer ser chamado de patrão.
Os experientes deixarão
um legado. Os velhos, no máximo, uma foto em um quadro na parede do CTG.