RETRATO DA SEMANA

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Reis Magos Gaúchos - Berega

quinta-feira, 3 de junho de 2021

EXPERIENTES E VELHOS

 

Texto de Leandro de Araújo





No Movimento Tradicionalista Gaúcho existem pessoas experientes e pessoas velhas. 

As pessoas experientes enxergam que suas instituições são constituídas pelos seres humanos que seus galpões abrigam. As pessoas velhas pensam que a entidade é o galpão que abriga as pessoas.

Os experientes entendem que os jovens são o futuro da entidade, que a contemporaneidade de suas atitudes não é uma ameaça à tradição, pois estes mesmos jovens escolheram estar ali, mesmo tendo um universo de opções que os deixariam livres para ser o que quisessem. Os velhos não. Eles querem dizer aos jovens o que devem ser, ouvir e vestir, e deixam claro que as músicas que ouvem e as coisas que dizem não são "compatíveis" com a tradição.

O experiente diz ao jovem que a tradição pode somar, contribuir com sua formação como ser humano. O velho diz ao jovem que ele tem que optar em ser o que é ou um "tradicionalista de verdade".

A experiência ensina que devemos abraçar a todos, para que aqueles que se encontrarem, permaneçam. O pensamento do velho diz que temos que eliminar aqueles que não se enquadram logo no começo, para que não contaminem os demais.

O experiente quer aprender com o novo. E aprende! O velho acha que está aqui para ensinar. E tenta empurrar o que acha certo goela abaixo, como se fosse o capataz da verdade.

O experiente ama seus jovens. O velho quer ser temido por eles.

Alguns tradicionalistas experientes são jovens, não importando a idade que tem. Enquanto isso, alguns com vinte e poucos anos já são velhos.

O experiente é reconhecido como amigo. O velho quer ser chamado de patrão.

Os experientes deixarão um legado. Os velhos, no máximo, uma foto em um quadro na parede do CTG.