Quando vejo estas campanhas como da postagem abaixo sobre os índios um sentimento ambíguo me invade. Fico feliz com tantos gestos de humanidade e triste por me sentir sem iniciativa para participar destes movimentos.
Me pego matutando se a minha idade e outros fatores de risco não são justificativas falsas, desculpas rotas para me acomodar no sofá da sala bombeando a vida pela televisão. Até ajudo diversas pessoas com roupas, com alimentos, mas penso que teria que ir para linha de frente, para o "front" de batalha incorporar iniciativas do bem.
Não gosto de citar este exemplo pois quem faz sem esperar a volta não alardeia seus feitos mas teve uma época em que, junto com meus amigos Giovane, Sanabria e Joãozinho, saíamos todos os sábados, as 5 da matina, distribuir sanduiches e chocolate quente, feitos por nós mesmos na noite anterior, aos moradores de rua de Porto Alegre. Atendíamos em torno de 200 pessoas na av. Ipiranga, no Centro e na antiga Estação Ferroviária. Cada pessoa com uma história de vida de arrepiar, mas eu voltava para casa de alma lavada. E por que não faço isto agora?
O mundo está necessitado de ajuda. Fome na África, guerra no Oriente Médio, cheias no Amazonas, pandemia ceifando vidas. Isto não é hora de se achicar.
Lá em São Chico de Paula tenho um amigo que o seu apelido é "Eu Queria" porque ele planeja, planeja, e não faz. Um dia estávamos sentados na porta do meu rancho serrano, sol rachando de quente, sem uma nuvem no céu, quando ele largou essa: "eu queria" ir na roça colher um eito de feijão mas acho que vai desabar um temporal.
Acho que ando meio assim, tipo: Eu queria.