Uma obra de fundamento presenteada pelo amigo Nelson Blehn
Uma das passagens históricas que mais me fascina e sobre a qual constantemente busco conhecimento é a do Baiano Candinho (1846-1898), desertor da Guerra do Paraguai, que se estabeleceu na antiga colônia alemã de Três Forquilhas na década de 1870. Não é ficção. São fatos que fazem parte de nosso passado.
Cheguei a escrever uma poesia sobre este personagem.
Ainda hoje, tantos anos após sua morte, há quem idolatre e quem odeie suas atitudes de Robin Hood dos pampas. Corajoso, brigão, sempre armado e cercado de gente de sua iguala, liderou o Bando do Pinto, que levou este nome porque mandavam e desmandavam na região da Serra do Pinto, roubando gado em São Francisco de Paula e revendendo ou doando aos pobres por toda a encosta da Serra Geral.
O melhor e mais completo livro que li sobre o tema foi Noite de Reis escrito em 1935, e reeditado em 2007 pela AEC – Associação de Estudos Culturais, de Osório, obra do então intendente municipal de Osório Fernandes Bastos (1895-1938). Baiano Candinho, que na verdade era cearense, torna-se um personagem quase mítico no litoral gaúcho, muito em parte pela grande obra do escritor-intendente.
O título da obra tem origem na morte do herói/ladrão. Após a Revolução Federalista (1893-1895), quando lutou como maragato (do Partido Liberal), foi surpreendido e degolado na “Noite de Reis” de 1898.
Pois agora esta verdadeira relíquia chega às minhas mãos. Chama-se E a Vida Continua. É um livro de 380 páginas escrito por Elio Eugenio Müller, nada mais, nada menos, que bisneto de Baiano Candinho, e que me foi presenteada pelo amigo Nelson Blehn.
Mil gracias meu irmão.