RETRATO DA SEMANA

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Reis Magos Gaúchos - Berega

sexta-feira, 7 de maio de 2021

BAIANO CANDINHO

 

Uma obra de fundamento presenteada pelo amigo Nelson Blehn

 
Uma das passagens históricas que mais me fascina e sobre a qual constantemente busco conhecimento é a do Baiano Candinho (1846-1898), desertor da Guerra do Paraguai, que se estabeleceu na antiga colônia alemã de Três Forquilhas na década de 1870.  Não é ficção. São fatos que fazem parte de nosso passado. 
 
Cheguei a escrever uma poesia sobre este personagem.
 
Ainda hoje, tantos anos após sua morte, há quem idolatre e quem odeie suas atitudes de Robin Hood dos pampas. Corajoso, brigão, sempre armado e cercado de gente de sua iguala, liderou o Bando do Pinto, que levou este nome porque mandavam e desmandavam na região da Serra do Pinto, roubando gado em São Francisco de Paula e revendendo ou doando aos pobres por toda a encosta da Serra Geral. 
 
O melhor e mais completo livro que li sobre o tema foi Noite de Reis escrito em 1935, e reeditado em 2007 pela AEC – Associação de Estudos Culturais, de Osório, obra do então intendente municipal de Osório Fernandes Bastos (1895-1938).  Baiano Candinho, que na verdade era cearense, torna-se um personagem quase mítico no litoral gaúcho, muito em parte pela grande obra do escritor-intendente. 
 
O título da obra tem origem na morte do herói/ladrão. Após a Revolução Federalista (1893-1895), quando lutou como maragato (do Partido Liberal), foi surpreendido e degolado na “Noite de Reis” de 1898. 
 
Pois agora esta verdadeira relíquia chega às minhas mãos. Chama-se E a Vida Continua. É um livro de 380 páginas escrito por Elio Eugenio Müller, nada mais, nada menos, que bisneto de Baiano Candinho, e que me foi presenteada pelo amigo Nelson Blehn.

Mil gracias meu irmão.