O MAPA
(Mario Quintana)
Olho
o mapa da cidade
Como
quem examinasse
A
anatomia de um corpo...
(E
nem que fosse o meu corpo!)
Sinto
uma dor infinita
Das
ruas de Porto Alegre
Onde
jamais passarei...
Ha
tanta esquina esquisita,
Tanta
nuança de paredes,
Ha
tanta moca bonita
Nas
ruas que não andei
(E
ha uma rua encantada
Que
nem em sonhos sonhei...)
Quando
eu for, um dia desses,
Poeira
ou folha levada
No
vento da madrugada,
Serei
um pouco do nada
Invisível,
delicioso
Que
faz com que o teu ar
Pareça
mais um olhar,
Suave
mistério amoroso,
Cidade
de meu andar
(Deste
já tão longo andar!)
E
talvez de meu repouso...