RETRATO DA SEMANA

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Pinheiro Machado, ao centro, sentado, e seu estado maior - Revolução Federalista -

segunda-feira, 4 de janeiro de 2021

REPONTANDO DATAS / 04 DE JANEIRO

 

Na data de hoje, 04 de janeiro de 2021, completa-se 25 anos da morte de Honeyde Bertussi Siqueira. Tal fato ocorreu na cidade de Caxias do Sul no ano de 1996 em virtude de complicações pós cirurgia no coração. Faz tanto tempo mas lembro como se fosse hoje quando saímos, os gaiteiros Gonzaga dos Reis e Angelo Marques (Os Tiranos) de São Francisco de Paula, abaixo de chuva, no meu carro para dar o último adeus a este ícone da musicalidade gaúcha. O velório aconteceu na Loja Maçônica Duque de Caxias, abarrotada de gente, e o enterro no Cemitério de São Jorge da Mulada, local aonde nasceu. Hoje, seus restos mortais estão no Monumento Aos Bertussi, na mesma localidade.   


 

Músico tradicionalista gaúcho, compositor, cantor e acordeonista, Honeyde Bertussi nasceu em 26 de fevereiro de 1923 em São Jorge da Mulada, Criúva, localidade pertencente ao município de São Francisco de Paula e faleceu no dia 4 de Janeiro de 1996. Foi conhecido como o "Cancioneiro das Coxilhas", devido ao fato de este ser o nome de um dos maiores sucessos gravado no disco Coração Gaúcho  e, também, por apresentar um programa de Rádio em Caxias do Sul com o mesmo nome. Iniciou sua carreira artística em 1941. Deixou centenas de composições que tornaram-se verdadeiros clássicos gaúchos.
 
Junto com seu irmão Adelar Bertussi formou a primeira e mais famosa dupla de acordeonistas do Brasil. Foram, inclusive, os pioneiros a gravar um Bugio (Casamento da Doralice), único ritmo genuinamente gauchesco. Seu estilo campeiro/galponeiro deixou seguidores pelo Estado a fora sendo ícone deste estilo musical até os dias de hoje. Grandes nomes como Os Serranos, Os Monarcas, Porca Véia e tantos outros, iniciaram suas carreiras tendo por padrão o estilo Bertussi. 

 
 

Tive o privilégio de conhecer e ser amigo de Honeyde Bertussi e de escrever em versos um livro sobre sua vida artística. Editei tal livro como agradecimento a Honeyde por ter me mostrado o caminho da tradição gaúcha. 
 
A obra é composta por 301 sextilhas e para escrevê-la convivi com Honeyde mais a miúde, inclusive parando em sua casa em Caxias do Sul onde aprendi a admirá-lo ainda mais. No lançamento do livro em São Francisco de Paula, Honeyde Bertussi se fez presente. Saia gente pelo ladrão da Associação Atlética Banco do Brasil, local do evento. Inclusive cavalgadas foram organizadas para celebrar o ato.