Causou um mal estar muito grande na classe musical o pronunciamento do Governador Eduardo Leite em relação as novas regras para conter o Coronavirus no Rio Grande do Sul que, realmente, está tomando uma proporção preocupante.
No tocante aos restaurantes foram estabelecidas medidas em função de horários, distanciamento, número máximo de pessoas... tudo de pleno acordo. O destoante foi a proibição de música ao vivo sob alegação de ser, embora de forma indireta, disseminadora do vírus, ou seja, em função de sua altura as pessoas acabam, também, falando mais alto e a probabilidade de propagação é maior.
Não sei se existe algum estudo sobre isto mas vamos concordar que tenha fundamento. Contudo, se este é o motivo, não seria o caso de limitar a altura do volume? Cercear o trabalho de uma classe que foi a primeira a parar e vem sendo uma das mais prejudicadas neste ano louco não é algo injusto? Tenho a certeza de que os músicos concordariam pois o mais importante neste momento é o pão na mesa.
Aumenta a indignação ao percebermos que esse rigorismo não foi observado quando das eleições ao comemorarem as vitórias nas urnas com aglomerações, abraços, foguetórios, pessoas sem máscaras....
Os músicos já são discriminados naturalmente por grande parte da população ao não considerarem sua arte como uma profissão, os direitos autorais estão sendo quase que simbólicos e agora, ao invés de apoio, um senão oficial. Que o nosso governante tenha a sensibilidade de rever este posicionamento.
A música, principalmente nestes tempos de reclusão, de aquartelamento, é fundamental em nossas vidas imaginem, então, para quem depende dela.
