RETRATO DA SEMANA

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quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

CHAMAMÉ - PATRIMÔNIO IMATERIAL

 

DA HUMANIDADE


Desenho: Léo Ribeiro


O chamamé, tradicional música e dança do nordeste argentino, foi declarado nesta quarta-feira (16) Patrimônio Imaterial da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

Reunido por videoconferência, o Comitê do Patrimônio da Unesco, sob a presidência da Jamaica, aprovou o expediente proposto pelo Estado argentino.

“O chamamé põe em destaque toda uma série de valores essenciais: o amor à terra onde se nasceu e sua flora e fauna; a devoção religiosa; e a ñande reko guarani, quer dizer, a ‘forma de ser e de estar’ dos humanos em harmonia com a natureza e a espiritualidade”, diz a descrição desta manifestação cultural na página do organismo na internet.

A música e a dança, comuns nas celebrações comunitárias, festivas e religiosas na província argentina de Corrientes (nordeste) concorreu com 39 expressões culturais de vários países, entre eles o reggae da Jamaica, as parrandas cubanas, as tamboradas espanholas e o Mwinoghe, dança festiva do Malauí.

“Hoje ressoa em todo o mundo o sapucay de Corrientes, flui pelo (rio) Paraná e no sangue de todo o seu povo. O Chamamé é Patrimônio da Humanidade!”, comemorou em um tuíte o governo argentino, postando um vídeo de um casal dançando ao ritmo desta música festiva, cujo instrumento principal é o acordeão.

O sapucay – palavra em guarani que significa som ardente, que manifesta emoções intensas – é um grito prolongado e agudo, característico do chamamé, que pode significar alegria ou raiva, vitória ou rebeldia.

“Para todos os que amamos o chamamé, hoje é um dia de comemoração e júbilo”, comemorou o ministro da Cultura, Tristán Bauer, em um comunicado.

Raúl Barboza, Ramona Galarza, Chango Spasiuk, Teresa Parodi, Peteco Carabajal, Antonio Tarrago Ross são alguns músicos ‘chamameceros’ de destaque.

Gabriel Romero, presidente do Instituto Provincial de Cultura de Corrientes, disse que o chamamé é “uma manifestação cultural que não distingue classes sociais e que tem celebração própria: a Festa Nacional do Chamamé”, comemorada entre 15 e 24 de janeiro próximos.

“O chamamé tem a mensagem da fraternidade e da integração. Nos une em uma grande nação ‘chamamecera’ com parte do Brasil, Paraguai e Uruguai. O chamamé é patrimônio vivo que nos enlaça e nos identifica”, disse Romero.