DA HUMANIDADE
O chamamé, tradicional
música e dança do nordeste argentino, foi declarado nesta quarta-feira (16)
Patrimônio Imaterial da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a
Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
Reunido por
videoconferência, o Comitê do Patrimônio da Unesco, sob a presidência da
Jamaica, aprovou o expediente proposto pelo Estado argentino.
“O chamamé põe em
destaque toda uma série de valores essenciais: o amor à terra onde se nasceu e
sua flora e fauna; a devoção religiosa; e a ñande reko guarani, quer dizer, a
‘forma de ser e de estar’ dos humanos em harmonia com a natureza e a
espiritualidade”, diz a descrição desta manifestação cultural na página do
organismo na internet.
A música e a dança,
comuns nas celebrações comunitárias, festivas e religiosas na província
argentina de Corrientes (nordeste) concorreu com 39 expressões culturais de
vários países, entre eles o reggae da Jamaica, as parrandas cubanas, as
tamboradas espanholas e o Mwinoghe, dança festiva do Malauí.
“Hoje ressoa em todo o
mundo o sapucay de Corrientes, flui pelo (rio) Paraná e no sangue de todo o seu
povo. O Chamamé é Patrimônio da Humanidade!”, comemorou em um tuíte o governo
argentino, postando um vídeo de um casal dançando ao ritmo desta música
festiva, cujo instrumento principal é o acordeão.
O sapucay – palavra em
guarani que significa som ardente, que manifesta emoções intensas – é um grito
prolongado e agudo, característico do chamamé, que pode significar alegria ou
raiva, vitória ou rebeldia.
“Para todos os que
amamos o chamamé, hoje é um dia de comemoração e júbilo”, comemorou o ministro
da Cultura, Tristán Bauer, em um comunicado.
Raúl Barboza, Ramona
Galarza, Chango Spasiuk, Teresa Parodi, Peteco Carabajal, Antonio Tarrago Ross
são alguns músicos ‘chamameceros’ de destaque.
Gabriel Romero,
presidente do Instituto Provincial de Cultura de Corrientes, disse que o
chamamé é “uma manifestação cultural que não distingue classes sociais e que
tem celebração própria: a Festa Nacional do Chamamé”, comemorada entre 15 e 24
de janeiro próximos.
“O chamamé tem a
mensagem da fraternidade e da integração. Nos une em uma grande nação
‘chamamecera’ com parte do Brasil, Paraguai e Uruguai. O chamamé é patrimônio
vivo que nos enlaça e nos identifica”, disse Romero.