Nunca fui de comemorar minhas alegrias soltando foguetes. A única vez na vida em que fiz isto foi numa chegada da chama crioula em São Francisco de Paula. Fomos recepcionar na entrada da cidade o pessoal de Novo Hamburgo que trazia, de carro, o símbolo da revolução farroupilha. Noite alta, cerração e chuvisqueiro. O saudoso amigo Jari dirigindo uma variant e eu, com uma caixa de foguetes nos pés e um cigarro na boca para acender os pavios. Abria um pouco da janela, botava o foguete para fora, acendia, estourava e estava feito o carreto. Bando de gente acordando quem precisava dormir.
Numa destas achei que o pavio não tinha "pregado" fogo e trouxe o foguete para dentro do carro para ver o acontecido. Na verdade ele tinha acendido e quando fui devolver para a rua, já era tarde. Estourou dentro do carro. Foi aquela fumaceira. Saímos tapeando as bombachas.
Realmente não me agrada o tal de foguete. Talvez porque tive amigos que perderam dedos e até a mão neste folguedo sem graça.
Mas porque estou tocando neste assunto? Por que ontem, dia 11 de dezembro, após um ano de sua aprovação na Assembleia foi regulamentada pelo governador Eduardo Leite a lei de autoria da deputada Luciana Genro (PSOL) que proíbe a queima e soltura de fogos de estampido de "efeitos sonoros ruidosos", que ultrapassem os cem decibéis " à distância de cem metros de sua deflagração.
A polícia civil será responsável pela fiscalização da norma mas todo o cidadão terá a incumbência de ajudar nesta fiscalização. Quem descumprir a lei estará sujeito a multa que pode variar entre R$ 2 mil e R$ 10 mil, valor que será dobrado na hipótese de reincidência da infração em um período de 30 dias.
Os autistas, enfermos e animais agradecem.