RETRATO DA SEMANA

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Identidade Visual dos Festejos Farroupilha 2024 / Cintia Matte Ruschel

quarta-feira, 8 de julho de 2020

REPONTANDO DATAS / 08 DE JULHO


Num dia 08 de julho de 1999 morria, em Porto Alegre, aquele que foi o maior improvisador na forma de pajada, poeta, ex-presidente da Estância da Poesia Crioula, nascido na Timbaúva, São Luiz Gonzaga, Jayme Caetano Braun.

Faz hoje, portanto, 21 anos de sua morte, mas parece que foi ontem que fui dar meu último adeus ao mestre do canto puro, do verso terrunho, lá no Salão Nobre do Palácio Piratini, onde foi velado. 

E nunca esqueço, também, aquela cena em que um apresentador muito conhecido tirou o lenço vermelho do pescoço de Jayme alegando que ele nunca fora maragato. Na mesma hora foi impedido por um cantor não permitindo que tal apresentador lhe colocasse um lenço branco (chimango). A discussão só parou com a intervenção da viúva que colocou os dois lenços entre os dedos do pajador.

Nestes tempos de pandemia que proíbe aglomerações talvez as homenagens fiquem só nos corações de seus milhares de fãs mas é comum nesta data seus amigos reunirem-se diante de sua estátua lá em São Luiz Gonzaga. 


 
Jayme Caetano Braun concedendo uma entrevista


Também num dia 08 de julho, do ano de 2009, portanto 10 anos redondos após a morte de Jayme, morria em Porto Alegre o grande poeta, membro da Academia Rio-grandense de Letras, meu conterrâneo Rui Cardoso Nunes que, ao lado de seu irmão Zeno Cardoso Nunes escreveu um dos livros mais vendidos da cultura gaúcha, o Dicionário de Regionalismo do Rio Grande do Sul. Tive a honra de dividir uma obra com estes dois ícones da poesia terrunha.

Rui Cardoso Nunes nasceu na Fazenda do Chapéu, Jaquirana, então pertencente a São Francisco de Paula. Era meu amigo particular e com ele e seu irmão escrevi um livro intitulado Três Poetas Serranos (foto).

Por ocasião do velório de Rui, há três anos atrás, também aconteceu um fato pitoresco e que jamais eu tinha presenciado. Uma sessão de fotos de seus amigos em volta do caixão. Havia uma fila, principalmente de integrantes da Estância da Poesia, batendo chapas para recordação daquele momento. Não sei porque, mas eu não me senti a vontade para participar daquele ato e não me fiz presente em nenhuma foto. 
      
Zeno  Cardoso Nunes, Léo Ribeiro e Rui Cardoso Nunes