RETRATO DA SEMANA

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Identidade Visual dos Festejos Farroupilha 2024 / Cintia Matte Ruschel

domingo, 14 de junho de 2020

O ÚLTIMO BAILE


Nunca mais "atorar" um chotes a moda antiga ao som da gaita do Porca Véia. Que m... tudo isso!! Mas como ele mesmo dizia: - Prefiro viver dez anos a mil do que mil anos a dez!
 
Quem lucrou com tudo isso foi a peonada da Querência do Infinito! Jari, Honeyde, Adelar... Imaginem o encontro do Porca com o Zé Cláudio Machado... "Virge" do céu!!!
 

O ÚLTIMO BAILE
Letra: Léo Ribeiro
Música: José Claro (Zezinho)
 
 
No palco de um baile campeiro
o grande gaiteiro sua vida repassa.
Seus versos por vezes tristonhos
embalaram sonhos de toda uma raça.  
 
Nos olhos já brotam saudades
de uma mocidade, de lindos momentos
no peito são tantas lembranças
que ficam de herança pro resto dos tempos.  
 
Seu toque é do estilo mais puro
luzeiro no escuro, tem cheiro de chão.
Seu jeito de taura sem medo
brotou nos varzedos do velho Pontão. 
 
Agora o baile tem fim
a vida é assim, se cala o cantor,
não mais a negra cordeona
se abrindo chorona sobre o tirador. 
 
Pataquero da estirpe indomada
fez da pianada fiel companheira
levando ao peão lá de fora
a arte sonora terrunha e campeira.  
 
Na estampa o antigo Rio Grande
nas veias o sangue de quem faz história
descansa mas tua jornada
fica na invernada de nossa memória. 
 
 
Pois eu que admiro este taita
enxergo na gaita a alma do homem
afirmo: -  Não morre seu canto
num fundo de campo ecoa seu nome! 
 
Rebrota qual seiva nativa
mas verde e mais viva depois da queimada
voltando de novo o gaitaço
na força do braço desta gurizada 
 
Porca Véia amigo e parceiro
gaudério tropeiro de lindas canções
enquanto uma gaita se abrir
teu toque há de vir alegrar os galpões. 
 
Obrigado por tanta alegria
eu sei que um dia o mundo da volta
te esperamos com erva na cuia
e o teu grito de "uuiiiiaa" noutro baile tu solta.