RETRATO DA SEMANA

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Identidade Visual dos Festejos Farroupilha 2024 / Cintia Matte Ruschel

domingo, 10 de maio de 2020

MÃE. PALAVRA QUE NÃO TEM RIMA.




Na imagem da minha saudosa Mãe Doralice Ribeiro de Souza (foto) deixo um beijo no coração de todas as Mães do mundo, especialmente na minha esposa e Mãe de meus filhos, Miriam Asmuz Vallim de Souza.
 
Se viva estivesse, minha Mãe, no dia 09 de maio, ontem, estaria completando 97 anos. Criou-se na lida rude, nas intempéries de um tempo sem os confortos de agora. Mesmo assim, através de sua velha máquina de costura criou, educou e deixou dois cidadãos de bem para este Rio Grande Velho. Meu irmão Luis e eu. Varando noites sob a luz de lamparinas para enfeitar corpos alheios através de lindos vestidos, alinhavou o rumo destes dois gaúchos que hoje sentem uma saudade imensa de seus carinhos, de sua preocupação. Você, amigo, que tem Mãe viva. Abrace-a, beije-a, peça perdão por suas falhas e perdoe as falhas desta pessoa que só pensa no bem de seus filhos.

Parabéns Mães gaúchas, brasileiras e de todo este mundão sem fronteiras.
 
Abaixo da foto de minha Mãe Doralice, um poema de minha lavra. Só não me peçam rimas com a palavra MÃE pois está é única e nada se compara. 
 
       Doralice Ribeiro de Souza, minha Mãe.
 
Os meus sonhos se avivaram
de luzes, povo e distância
quando deixei minhas ânsias
seguirem seu rumo em frente.
No lugar onde nasci
ficaram restos de mim
e uma tristeza sem fim
nos olhos de minha gente.
 
Busquei horizontes largos,
cruzei fronteiras e serras,
na solidão das taperas
me fiz homem ainda guri.
Fui braço nas semeaduras,
fui folha ao sopro do vento
e pra contar falta tempo
histórias que já vivi.
 
Eu vi milênios de fé
nos arcanjos dos vitrais,
nas portas das catedrais
vi orgulho e vi pobreza.
Tive mulheres formosas,
razões de perder a calma,
tive outras que na alma
guardavam sua beleza.
 
De tudo, o que mais recordo
é alguém de cabelos brancos,
pureza de flor-do-campo,
ternura sempre ao dispor.
Minha Mãe, quanta saudade,
que trago tempos após....
Ainda escuto tua voz
falando coisas de amor.