RETRATO DA SEMANA

RETRATO DA SEMANA

domingo, 26 de abril de 2020

UM GAÚCHO CAGÃO


Cemitério de Campanha. Entro... não entro....


Começo o texto pedindo desculpas pelo termo chulo do título. Poderia usar os adjetivos assustado, vil, medroso, mas resolvi ser bem autêntico. E não se ofendam, gauchada, pois falo de mim mesmo. 
Eu sempre temi a morte, talvez porque, como dizia o mestre Jayme Caetano, "gosto de andar no mundo". Aliás, minto. Não é toda a morte que me assusta pois tenho consciência que, desde que nascemos, estamos sujeitos a isto. São dois tipos de visão do encapuzado com a foice que me borro todo.
A morte por falta de ar, talvez porque tive desvio de septo (nariz trancado), asma e sou claustrofóbico, não suportando ambiente fechado. Jamais fiz aqueles exames que tem que entrar num tubo pois me parece que estou sendo enterrado vivo.
O segundo tipo de morte que temo é a que não possa me despedir de minha gente.
Perdoem uma prosa tão fúnebre num momento como este mas é, exatamente, isto que acontece com o Coronavirus. A falta de ar... e o resto não precisa detalhar.
Por isso desde o dia 14 de março não finco os "garrão" na rua e venho, hoje, pedir a companheirada que aos poucos estão voltando ao trabalho com o intuito de manter seus empregos, que tem suas empresas, enfim, que necessitam dar andamento a cadeia produtiva, por favor se cuidem. Não facilitem. É um amigo que pede e reza por todos vocês diariamente.
E tenho certeza que, em seguidita, estaremos nos divertindo num baile gaúcho, tomando uma gelada e voltando a falar das coisas boas da vida.
Fiquem bem, com o Deus de cada um.