RETRATO DA SEMANA

RETRATO DA SEMANA
Recuerdos da companheirada e do velho parceiro (Mouro Negro).

terça-feira, 21 de janeiro de 2020

UM TEXTO DE FUNDAMENTO


DO CANTOR NILTON FERREIRA



Rio Grande do Sul. Estado em que a tradição é forte.
Sobre esse tema, cada um tem seus motivos para defende-lo como acha que deve.
Tá, mas o que é tradição?
A tradição do Litoral é a mesma da Serra Gaúcha, que por sua vez é igual à tradição de Uruguaiana, Bagé, Alegrete, Santa Rosa no Noroeste, Santa Maria, no centro do estado, Passo Fundo Erechim, Vacaria e Santa Vitória do Palmar, Chui, Livramento, Porto Alegre, Barra do Quarai?
Nessas minhas andanças já passei por lugares aqui no Rio Grande, que as pessoas não conhecem lida de campo e mangueira como na campanha gaúcha, e também passei por lugares que não conheciam a arte de fazer vinho como na Serra, ou a arte de fazer barcos de pesca como nas regiões pesqueiras se posso assim denominar.
Se saíres de São Borja costeando o Uruguai e passando por Itaqui, Uruguaiana, Quarai, Dom Pedrito, Bagé, por exemplo, vais entender, o motivo de ser normal falar de campo, criação de gado nas músicas com pitadas por allá.
Por outro lado, se andares pela região Noroeste do estado vais entender, que lá esses temas não são comuns, pois o dia a dia é outro e assim acontece em todas as regiões desse imenso estado, São Luiz Gonzaga na região Missioneira, rica em Histórias lendas, e fatos tem sua forma de cantar e tocar e viver.
Podemos e devemos defender o nosso assado, mas também devemos e podemos convidar os vizinhos para degusta-lo, da mesma forma, que nada nos atrapalha quando nos convidam para confraternizarmos na mesma mesa, o prato rico da cultura do vizinho.
Antes de incharmos o peito e gritarmos uma tradição única, quase que num desabafo ditador sobre tradição, vamos lembrar que o nosso estado é rico em culturas e tradições, assim mesmo no plural, como o próprio nome diz, comunicação oral de fatos, lendas, ritos, usos, costumes de geração para geração.
Viva o jeito de cada um, viva a música que cada um faz, viva a forma que cada gaúcho vive e claro, viva o rio Grande do Sul, de bota, bombacha e chapéu tapeado ou de calça remendada, chinelo de dedo e chapéu de palha,
Bom dia.
 
Nilton Ferreira