RETRATO DA SEMANA

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Recuerdos da companheirada e do velho parceiro (Mouro Negro).

quinta-feira, 16 de janeiro de 2020

DOAÇÂO HISTÓRICA


Reportagem do Correio do Povo sobre o nobre ato do meu conterrâneo Volmir Junior dos Santos de doar mais de mil peças de seu acervo farroupilha ao museu de Piratini. 

Previsão de exibição pública das peças é setembro de 2020

 
O Museu Histórico Farroupilha de Piratini irá receber um acervo com quase mil peças de um colecionador gaúcho. A doação será feita por Volnir Júnior dos Santos, natural de São Francisco de Paula, que coleciona, há mais de 20 anos, artigos da saga farroupilha. 
"Tudo começou com o propósito espiritual e pessoal em aprender sobre a República Rio-Grandense. Em 11 de setembro de 2019, aos 183 anos da Proclamação da República Rio-Grandense, após um sonho com Miguel Arcanjo, decidi doar o acervo, ao invés de construir um museu em Gramado", contou Volnir. 
O Museu Histórico Farroupilha conta, atualmente, com cerca de 600 peças no seu acervo. Questionado sobre a escolha do museu que receberá a coleção, Volnir foi enfático: "O Museu Farrapo é a pedra fundamental da República Rio-Grandense para as futuras gerações."
Coleção
A coleção é composta por itens de valor museológico arquivístico e bibliográfico incalculável. "São centenas de livros de grande qualidade técnica, alguns deles raros e artefatos que variam de balas de canhão, armamento de época e outras raridades, como as moedas com a cunhagem da República Rio-Grandense e o passaporte que dava acesso à república farrapa durante o período da Revolução Farroupilha", citou Francieli Domingues, diretora do Museu. 
Ao ter conhecimento da possível doação, a secretária de Estado da cultura, Beatriz Araujo, manteve contatos com o empresário do ramo hoteleiro, que reside há 19 anos em Natal, no Rio Grande do Norte.
O gaúcho esperou até 11 de setembro – mesma data em que foi proclamada, em 1836, a República Rio-Grandense – para registrar em cartório e enviar o documento ratificando sua decisão. 
Beatriz e Francieli viajaram, em outubro, para conhecer o doador e o acervo. "Foi um momento de grande alegria e emoção, uma vez que estávamos diante de peças históricas de tamanha relevância, que mudariam para sempre o Museu Histórico Farroupilha de Piratini, bem como contribuiriam para aprofundar o conhecimento acerca da saga farrapa", recordou a secretaria.
Catalogação
Antes de ser levado para Piratini, a coleção deve passar por catalogação e ser adicionado ao patrimônio do Estado. "O doador nos passou uma lista com a descrição dos materiais. Desta forma, pretendemos abrir uma caixa de cada vez, identificar cada item a partir da lista encaminhada, fotografar, numerar as peças e preencher uma planilha, já elaborada pelos técnicos da secretaria", disse Eduardo Hahn, assessor especial de Memória e Patrimônio da da Secretaria da Cultura (Sedac). 
"Após a catalogação, as peças serão devidamente acondicionadas, conforme as diretrizes dos conservadores e, novamente, encaixotadas para, posteriormente, serem encaminhadas ao Museu Farroupilha”, explicou Hahn.
Enquanto é feita a catalogação do acervo em Porto Alegre, serão realizadas melhorias físicas na reserva técnica do Museu. O acervo receberá o nome de "Coleção TcheVoni - perfil público do doador". A previsão de exibição pública das peças é setembro de 2020.