RETRATO DA SEMANA

RETRATO DA SEMANA
Prendas do Rio Grande do Sul 25/26

terça-feira, 7 de maio de 2019

CHEGA DOER NA ALMA...


... a falta de informação de nossas redes de comunicações locais a respeito dos costumes tradicionais do Rio Grande do Sul.  Ontem, no Jornal do Almoço da RBS, fizeram uma bonita matéria sobre o festival de chula ocorrida neste final de semana na cidade de Alegrete.
 
A reportagem ia bem até que deram uma definição da origem da dança. Segundo a emissora, que já noticiou uma vez que a origem do nome Revolução Farroupilha veio do fato de que os soldados republicanos lutavam com fome, sem armas e cavalos e "esfarrapados" (sic)... a dança da chula teve origem nos Centros de Tradições aonde "dois peões que desejavam dançar coma a mesma prenda a disputavam na chula."
 
Meu Deus do céu. Isto nunca aconteceu. Mulher não é um objeto a ser disputado e o gaúcho sabe bem disto.
 
Alguns defendem a teoria de que a chula, assim como o Chico do Porrete, Dança dos Facões, e outras tantas, é uma dança beriva, ou beriba, ou biriva, isto é, originária do tempo das tropas aonde, nas rondas fechadas (gado preso) os peões se divertiam. Nem mesmo nesta época havia disputa por prendas, ou chinas, ou chinocas, ou chinitas. Não tinha mulheres na função do reponte de gados e muares.

Outra corrente defende que esta manifestação provavelmente possui origem em Portugal, nas proximidades da região do Douro e do Minho, no entanto, ainda existem algumas imprecisões com relação a esta versão. Outra hipótese seria que chula teria se originado com os grupos do Natal e Reis, que em caso de recusa as ofertas, apregoavam um canto, que seria da chula (CASCUDO, 2012). Por suas características de desafio, a chula se aproxima do “malambo” dos platinos, e pela necessidade de habilidade de dança sobre a lança, aproxima-se de algumas danças dramáticas brasileiras, como os “moçambiques” (CÔRTES; LESSA, 1956).
 
Este repasse de informações em cima da veracidade dos fatos é muito importante para que as novas gerações tenham conhecimento de como é nossa cultura autêntica.