RETRATO DA SEMANA

RETRATO DA SEMANA
Gênero musical Bugio é reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial do Rio Grande do Sul

terça-feira, 30 de abril de 2019

REPONTANDO DATAS / 30 DE ABRIL



Praça 30 de Abril, ou Praça da Cruz do Barro Vermelho

 
Num dia 30 de abril, do ano de 1838, acontece o Combate do Barro Vermelho, na Tomada de Rio Pardo, uma das maiores vitórias dos farroupilhas na Guerra dos Farrapos.

Cerca de 5 mil homens se enfrentaram, numa das maiores vitórias dos rebeldes gaúchos em toda a campanha.

Bento Gonçalves, bento Manuel Ribeiro, Antônio de Souza Netto e Domingos Crescêncio comandaram os farrapos que atacaram Rio Pardo. O marechal Sebastião Barreto e o major José Joaquim de Andrade e Neves, ao perceberem que não conseguiriam defender a cidade, ordenaram que os soldados resistissem, enquanto reuniam os outros oficiais para fugir de barco pelo Rio Jacuí, segundo o historiador militar Lucas Alexandre Boiteux.

Tomando a cidade, Souza Netto capturou a banda imperial e encomendou ao seu maestro, Joaquim José de Mendanha, a composição de um hino para os separatistas. O músico entregou o hino em cinco dias. A letra foi escrita pelo poeta Serafim de Alencastro, capitão das forças rebeldes, e a música mais tarde se tornou o Hino Riograndense.

No local existe hoje a Praça 30 de Abril, também chamada de Praça da Cruz do Barro Vermelho. No ano do centenário do confronto foi erguida uma cruz como monumento aos mortos. Em 2011 a praça ganhou uma escultura do arquiteto e artista plástico Sérgio Coirolo (foto).




 

ALEX HAR LANÇA SEU PRIMEIRO TRABALHO


 
O cantor e compositor de Santana do Livramento, Alex Har, está lançando o primeiro álbum solo, em formato de EP musical, denominado “Argumento”. O trabalho foi feito em parceria com o poeta Anomar Danúbio Vieira e conta com a participação especial de Joca Martins. O EP possui cinco canções.

Sobre o artista
 
Alex Har é cantor e compositor nativista. Natural de Santana do Livramento, o artista acumula participações e premiações em eventos consagrados, como: Sapecada da Canção Nativa, Um canto para Martin Fierro, Ponche Verde da Canção Gaúcha, Coxilha Nativista, Tertúlia Musical Nativista, Gauderiada da Canção Gaúcha, Reponte da Canção Nativa, Estância da Canção Gaúcha, Tafona da Canção Nativa, Casilha da Canção Farrapa, Acampamento da Canção Nativa, Levante da Canção Gaúcha, Canto Missioneiro, dentre outros.
 

Com onze anos de carreira musical, Alex Har já foi destaque em conhecidos álbuns e projetos que falam do cancioneiro gaúcho tendo como parceiros musicais grandes intérpretes do cenário. Recentemente, o artista foi destaque como o intérprete com mais vitórias nos festivais nativistas de 2018.



Mais informações sobre o lançamento: https://www.youtube.com/watch?v=j4lJ6xf2Vhc

Contatos:
Telefone/Whatsapp: (55) 3242-1127 / (55) 99985-2920
 

 
Qualquer dúvida estamos à disposição.
 
Esperamos que apreciem este novo trabalho.


Abraço,


Daiana Silva - Jornalista


Celular/Whatsapp: (51) 98187-0085
 
 
 

segunda-feira, 29 de abril de 2019

CONVITE


 
O deputado-cantor Luiz Marenco vai expressar-se sobre uma das metas de sua legislatura no Grande Expediente do dia 02 de maio, "A economia criativa e seu potencial de desenvolvimento humano e econômico". 

Será fundamental a presença de artistas, produtores culturais, organizadores de festivais, secretários municipais de cultura, diretores e presidentes de entidades culturais e imprensa cultural, não necessariamente para apoiar o deputado, mas o que ele vai defender na tribuna, a cultura como potencial econômico e humano. Compareça, porque a quantidade e a qualidade da plateia vai legitimar sua fala, através do interesse da classe.​
 
 
 

REPONTANDO DATAS / 29 ABRIL



Num dia 29 de abril, do ano de 1754, Sepé Tiarajú ataca o Forte de Rio Pardo, depois de ter incendiado o Forte de Cachoeira em 20.04.1754

Também num dia 29 de abril, mas do ano de 1976 morria em Porto Alegre o grande poeta Guilherme Schultz Filho.   
 

 Guilherme Schultz Filho nasceu no dia 02 de abril de 1911 na cidade de Carazinho, mais precisamente na Vila Santa Terezinha, distrito de São Bento, e morreu num dia 29 de abril de 1976, em Porto Alegre. Foi um grande poeta gauchesco, autor do clássico poema Gesta De Um Clarim. Filho de Guilherme Schultz (médico alemão, de Westphalia, e bandoleiro da Revolução de 1923) e de Ponciana Fiúza Schultz. Ele foi casado com Maria Borges de Almeida Peres Schultz e não teve filhos.

Guilherme Schultz Filho foi Secretário de Turismo do Estado, Presidente da Estância da Poesia Crioula e, por duas gestões, Presidente do Movimento Tradicionalista Gaúcho. O nome da biblioteca do M.T.G. leva seu nome.

Uma das poesias mais conhecidas de Guilherme se chama Pingos.

 
Em cada ronda da vida
eu tive um pingo de lei.
Montado, sou como um rei,
pelo garbo e o entono.
Cavalo pra mim é um trono:
e neste trono me criei. 
 
De piazito já encilhava
um peticinho faceiro,
que era cria de um overo
e de uma egüinha bragada:
era da cor da alvorada
o meu petiço luzeiro! 
 
Rosado como as manhãs,
do pêlo da própria infância,
mascando o freio com ânsia,
parece que até sorria...
Chamava-se “Fantasia”
E era a flor daquela estância. 
 
Já mocito, o meu cavalo
era um ruano, ouro nas crinas,
festejado pelas chinas
que o chamavam - “Sedutor".
Formava um jogo de cor
sob os reflexos da aurora
com os cabrestilhos da espora
e os flecos do tirador. 
 
Naqueles tempos de quebra,
nos bolichos, ao domingo,
sempre floreando meu pingo
todos me viram pachola
com o laço a bate-cola
e virando balcão de gringo. 
 
O meu cavalo de guerra
chamava-se “Liberdade"!
Chomico! Ouanta saudade
me alvorota o coração!
Era um mouro fanfarrão,
crioulo da própria marca
e eu ia como um monarca
na testa de um esquadrão. 
 
Em uma carga das feias
(como aquela do Seival)
o mesmo que um temporal
rolamos por um lançante
e até o próprio comandante
ficou olhando o meu bagual. 
 
Homem feito e responsável,
o meu flete era um tostado,
tranco macio, bem domado,
êta pingo macanudo!
desses que "servem pra tudo",
segundo um velho ditado. 
 
Mui amestrado na lida,
um andar de contradança;
de freio, era uma balança,
campeiro, solto de patas...
Gaúcho, mas sem bravatas,
e o batizei de "Confiança".
 
O cavalo que encilho
nesta quadra da existência,
dei-lhe o nome de "Experiência".
É um picaço de bom trote
e levando por diante o lote
rumbeio à Eterna Querência. 
 
E, assim, vou descambando,
ao tranco e sem escarcéu,
sempre tapeado o chapéu
por orgulho de gaúcho,
e se Deus me permite o luxo
entro a cavalo no céu!
 

 

26ª CAVALGADA DA TALA




Mais de três mil cavaleiros percorreram 16 quilômetros na manhã de ontem durante a 26ª edição da Festa de São Jorge. O trajeto partiu do Belém Novo foi até o Lami, no Extremo-Sul da Capital, encerrando o percurso no Templo Universal da Paz Pai Francisco de Luanda - Tala. O dia do santo foi comemorado na terça-feira, dia 23. 


Fotos: André Avila / Agência RBS


É DA 5ª RT O PEÃO FARROUPILHA


ESCOLHIDO NO 31º ENTREVERO DE PEÕES

Micael Feliciano Machado Lopes


Peões do Rio Grande do Sul 2019/2020:

1º: Micael Feliciano Machado Lopes, 5ª RT, PL Delfino Carvalho, Cachoeira do Sul
2º: João Vitor Silviera Menzes, 4ª RT, Centro Farroupilha de Tradições Gaúchas, Alegrete
3º: Tiago Luigi Guadagnin Radin, 11ª RT, CTG Pousada do Imigrante, Nova Bassano

Guris do Rio Grande do Sul 2019/2020

1º: Raphael Luciano Scarton, 11ª RT, CTG Pousada dos Carreteiros, Cotiporã

2º: João Gabriel Hundertmarck Moreira, 13ª RT, DTCE Marcas do Pampa, Santa Maria
3º: Guilherme Ribeiro Rossi, 4ª RT, CTG Amizade de Vasco Alves, Alegrete

Piás do Rio Grande do Sul 2019/2020:

1º: Henrique Gehres Moraes, 1ª RT, CTG Tiarayú, Porto Alegre
2º: Pedro Henrique Machado Nunes, 26ª RT, CTG Sinuelo do Sul, Pelotas
3º: Bruno Bohrer Strack, 30ª RT, CTG Essência da Tradição, Novo Hamburgo
 
Fonte: Rogério Bastos / Noticias do Tradicionalismo Gaúcho  
 
 

domingo, 28 de abril de 2019

COMO SURGIU A LENDA


DO NEGRINHO DO PASTOREIO

Negrinho do Pastoreio do artista Vasco Prado
Av. Júlio de Castilhos - São Francisco de Paula
 
 

O Negrinho do Pastoreio é uma lenda afro-cristã muito contada no final do século XIX pelos brasileiros que defendiam o fim da escravidão, sendo muito popular na região Sul do Brasil.
 
O primeiro registro conhecido da lenda foi feito por Antônio Maria do Amaral Ribeiro, em 1857, que a caracterizou como "uma superstição, que tem tanto de absurda quanto de ridícula e exótica". O Negrinho do Pastoreio também apareceu nas obras de Alberto Coelho da Cunha, em 1872, e de Apolinário Porto Alegre, 1875, que por vezes é considerado o primeiro registro da lenda, e por Alfredo Varela, em 1897. Em 1906, João Simões Lopes Neto publicou a lenda em folhetim na imprensa pelotense e, em 1913, no livro Lendas do Sul, sendo esta versão a mais esteticamente rebuscada e a mais popularizada. Além dos brasileiros, publicaram versões da lenda o escritor uruguaio Javier Freyre em 1890,o espanhol Daniel Granada em 1896 e o argentino Juan Ambrosetti em 1917.
 
Na versão da lenda escrita por João Simões Lopes Neto, o protagonista é um menino negro e pequeno, escravo de um estancieiro muito mau; este menino não tinha padrinhos nem nome, sendo conhecido como Negrinho, e se dizia afilhado da Virgem Maria. Após perder uma corrida e ser cruelmente punido pelo estancieiro, o Negrinho caiu no sono, e perdeu o pastoreio. Ele foi castigado de novo, mas depois achou o pastoreio, mas, caindo no sono, o perdeu pela segunda vez. Desta vez, além da surra, o estancieiro jogou o menino sobre um formigueiro, para que as formigas o comessem, e foi embora quando elas cobriram o seu corpo. Três dias depois, o estancieiro foi até o formigueiro, e viu o Negrinho, em pé, com a pele lisa, e tirando as últimas formigas do seu corpo; em frente a ele estava a sua madrinha, a Virgem Maria, indicando que o Negrinho agora estava no céu. A partir de então, foram vistos vários pastoreios, tocados por um Negrinho, montado em um cavalo baio.
 
No livro “Como Nasceram as Estrelas”, de Clarice Lispector, a história “O Negrinho do Pastoreio” , entre outras lendas, foi abordada. Nessa versão, a história é escrita para o público infanto juvenil, sendo mais branda que a adaptação de Simões Lopes Neto, e mais detalhada que outras adaptações lançadas em formato de história em quadrinhos focadas no público infantil.
 
A lenda o negrinho do pastoreio possui muitas cenas fortes e duras, como muitos contos de fadas europeus. Assim como esses contos, a lenda gaúcha possui algumas adaptações que abordam a história de forma branda e bastante lúdica, em formato de livro infantil ou história em quadrinho. Como por exemplo: Lendas Brasileiras da Turma da Mônica, da Editora Girassol, e Coleção Folclore Mágico, da editora Ciranda Cultural. Nessas adaptações infantis o filho do patrão, uma criança, não abordado como vilão, e as formigas são amigas do Negrinho e não o matam.

Hoje em dia o Negrinho do Pastoreio é lembrado quando se perde algum objeto. As pessoas que campeiam algo extraviado acendem uma vela e fazem uma oração em seu louvor e, invariavelmente, o que se procura é encontrado. 

Um bom domingo a todos.


 
 
 

sábado, 27 de abril de 2019

PRIMEIRO MANANCIAL DE POESIA


Romeu Weber, Valdemar Camargo e Wilson Araújo

Aconteceu ontem, sexta-feira, no Centro de Eventos Cultura e Lazer do município de Portão, o Primeiro Manancial de Poesia, um festival diferente, somente para convidados, que visa escolher dentre declamadores consagrados os melhores daquele evento sendo que os poemas recitados são de livre escolha de cada intérprete.  
 
Os vencedores foram os seguintes:
 
Primeiro Lugar: Wilson Araújo
Poema: camboatã Farrapo (Aureliano de Figueiredo Pinto)
Amadrinhador: Luidhi Moro
 
Segundo Lugar: Romeu Weber
Poema: Ode às mãos do bem (Vaine Darde)
Amadrinhador: Luidhi Moro
 
Terceiro Lugar: Valdemar Camargo
Poema: O Romance do Pala Branco ((Marco Polo Giordani)
Amadrinhador: Luidhi Moro
 
 
 
 
 

sexta-feira, 26 de abril de 2019

MAL COMPARANDO

 
 
 
 
 
 


AUGUSTE DE SAINT - HILAIRE NO RS


Resumo 38 - Viagem ao Rio Grande do Sul / Por Jeandro Garcia
Maio de 1821 - Auguste de Saint-Hilaire
 


 Animais de caça - Firmino o botocudo

Saint Hilaire relata que havia outrora muitas avestruzes e veados nas Missões, mas foram quase inteiramente exterminados pelos índios que os caçam para comer a carne.

Neste momento faz um longo relato sobre seu empregado Firmiano, um botocudo trazido quase como um irmão, onde apesar de nem saber ao menos contar, sempre lhe mostrou muita obediência e boa vontade.

Mas com o passar dos dias este começou a incorporar os maus hábitos aprendidos ou convividos, seja com habitantes locais, outros empregados ou soldados que os acompanham. Por duas vezes teve que lhe bater, para que fosse contido, certamente não reagia pois sabia que todos eram pagos para proteger Saint Hilaire e também por saber que em sua tribo os pais vendem os filhos aos portugueses por algumas patacas.

Firmino se tornou incapaz de qualquer afeição ou reconhecimento, por diversas vezes pensa em dispensa-lo, mas como fazer isso com alguém que retirou de sua aldeia? Como este pobre homem irá sobreviver em uma terra em meio a conflitos recentes. Há pouco mais de um ano pretendia levá-lo consigo a França e agora não vê a hora de poder dispensa-lo.
 
 
 
 
 
 

quinta-feira, 25 de abril de 2019

REPONTANDO DATAS / 25 DE ABRIL


MORRE BORGES DE MEDEIROS




Num dia 25 de abril, do ano de 1961, morria em Porto Alegre o "Pai dos Chimangos" Antônio Augusto Borges de Medeiros, afilhado político de Júlio de Castilhos e o gaúcho que mais tempo governou o Rio Grande. Tal personagem serviu de mote para o livro satírico Antônio Chimango, do poeta Ramiro Barcelos, seu inimigo político.


Borges de Medeiros nasceu no dia 19 de novembro de 1863, nos Cerros de Caçapava, advogado, iniciou seus estudos universitários na Faculdade de Direito de São Paulo em 1881, tomando contato com as idéias positivistas de Augusto Conte e fazendo parte ativa no Clube Republicano Acadêmico. Em 1885, bacharelou-se na Faculdade de Direito de Recife, para onde havia se transferido no ano anterior.

Em seguida, voltou ao seu estado natal para exercer a advocacia em Cachoeira do Sul. Ali, continuou sua militância política e logo tornou-se o chefe local do Partido Republicano Rio-Grandense (PRR), agremiação liderada por Júlio de Castilhos. Com a Proclamação da República, em 1889, foi imediatamente nomeado delegado de polícia da cidade e, no ano seguinte, integrou a bancada gaúcha na Assembléia Nacional Constituinte de 1890/1891.

Com a eclosão, no Rio Grande do Sul, da Revolução Federalista em 1893, que pretendia afastar Floriano Peixoto da presidência da República, Borges combateu ao lado das forças legalistas, o que lhe valeu a patente de tenente-coronel do Exército, concedida por Floriano.

Em 1898, foi indicado por Júlio de Castilhos para sucedê-lo na chefia do governo estadual, cargo para o qual seria reeleito em 1902 ainda por indicação de Castilhos. Somente após a morte desse último, em 1903, Borges assumiu de forma definitiva a liderança do partido, que conservaria de forma absoluta por mais de duas décadas. Seu comando sobre o PRR foi efetivo mesmo durante o tempo em que se afastou do comando do executivo estadual para dedicar-se à agricultura, entre 1908 e 1913. 

Em 1917 reelegeu-se ao governo do Estado. Em 1922, apoiou a candidatura oposicionista de Nilo Peçanha à presidência da República, lançada pela Reação Republicana, contra Artur Bernardes, apoiado por mineiros e paulistas. Bernardes venceu o pleito, mas no Rio Grande do Sul a vitória coube à Reação Republicana por larga diferença. Ainda em 1922, Borges voltou a apresentar seu nome para uma nova reeleição ao governo gaúcho. Dessa vez, porém, a oposição, liderada por Joaquim Francisco de Assis Brasil, apresentou-se mais forte, já que contava com o apoio do governo federal comandado por Bernardes e beneficiava-se com a insatisfação de muitos fazendeiros atingidos pela crise da pecuária, principal atividade econômica do Estado. Realizado o pleito, Borges obteve a vitória mais uma vez, que, contudo, foi contestada pelos partidários de Assis Brasil que acabaram recorrendo ao confronto armado, deflagrado em janeiro de 1923. O conflito se estendeu por todo o ano e somente no mês de dezembro as facções em luta chegaram a um acordo, oficializado no Pacto de Pedras Altas. Por esse acordo, a oposição aceitava o novo mandato de Borges de Medeiros que ficava, porém, impossibilitado de buscar uma nova reeleição.

Em 1924, Borges enviou efetivos da Brigada Militar gaúcha para combater o levante tenentista deflagrado, naquele ano, na capital paulista contra Bernardes. Logo, porém, foi obrigado a enfrentar rebeliões semelhantes em seu próprio Estado quando guarnições do Exército localizadas em cidades do interior se sublevaram sob o comando do capitão Luís Carlos Prestes.

Cumprindo o acordo de Pedras Altas, Borges afastou-se do governo gaúcho em 1928. Comandou, entretanto, o processo de sua sucessão, indicando o nome de Getúlio Vargas para substituí-lo. No decorrer de 1929, as articulações em torno das eleições presidenciais do ano seguinte levaram à ruptura entre mineiros e paulistas que, de acordo com a chamada "política do café com leite", vinham detendo a hegemonia sobre a política nacional nas décadas anteriores. Contrariados pela indicação do paulista Júlio Prestes como candidato situacionista à sucessão do também paulista Washington Luís, os mineiros decidiram articular uma chapa de oposição encabeçada por um gaúcho - Borges de Medeiros ou Getúlio Vargas. O próprio Borges, entretanto, optou pelo nome de Vargas. Formou-se, então, a Aliança Liberal. A campanha eleitoral foi a mais concorrida da República Velha, com grandes comícios sendo realizados em várias capitais brasileiras. Realizado o pleito em março de 1930, Júlio Prestes foi declarado vencedor. Borges pronunciou-se a favor do reconhecimento do resultado, declarando-se contrário qualquer tentativa de questioná-lo pelas armas. Dentro da Aliança Liberal, contudo, ganhavam força os elementos favoráveis a uma solução armada, destacadamente os seus membros mais jovens e os militares oriundos do movimento tenentista da década anterior, que desde a campanha eleitoral haviam, na sua quase totalidade, dado apoio a Vargas. Borges só decidiu apoiar os revolucionários dias antes do movimento contra Washington Luís ser deflagrado.

Com a instalação do Governo Provisório liderado por Getúlio Vargas e a anulação da Constituição de 1891, Borges logo começou a trabalhar para que o país voltasse ao regime constitucional. Nesse sentido, apoiou a Revolução Constitucionalista de 1932 em São Paulo, articulando, junto com outros líderes gaúchos, um levante no Rio Grande do Sul contra o interventor federal no Estado, Flores da Cunha, que, fiel a Vargas, enviara tropas para combater os paulistas. Por conta disso, Borges foi preso, passando a liderança do PRR a Maurício Cardoso.

Anistiado em maio de 1934, em julho do mesmo ano concorreu à presidência da República na eleição indireta realizada pela Assembleia Nacional Constituinte, reunida desde o ano anterior. Nessa ocasião, foi o segundo mais votado com 59 votos contra os 175 dado ao vencedor, Getúlio Vargas. Em seguida, elegeu-se deputado federal pelo Rio Grande do Sul. Na Câmara fez parte das Oposições Coligadas (ou Minoria Parlamentar), bloco de oposição a Vargas no Congresso. Foi cassado em 1937 pelo golpe do Estado Novo, decretado por Vargas, mas mesmo assim divulgou manifesto de apoio à nova ordem. Afastou-se, então, da vida política.

Em 1945, foi aclamado como presidente de honra da seção gaúcha da União Democrática Nacional (UDN), mas não retomou a atividade política.