4ª FEGACHULA aconteceu este fim de semana em Canoas
Por ser uma dança biriva, a lança não seria a baliza correta
Foto: Arquivo RBS
Aconteceu neste final de semana, em Canoas a quarta edição do Festival Gaúcho de Chula, evento importante e bem organizado, onde a peonada de todas as idades puderam demonstrar suas habilidades através dos sapateios. Esta dança tem origem nos tropeiros birivas (ou beribas) que, nos pousos de ronda fechada, onde a preocupação em cuidar da tropa era bem menor, distraíam-se após longas jornadas. O bailado consiste em colocar uma vara no chão e dois chuleadores (sapateadores) se desafiam. O grau de dificuldade do "passo", bem como evitar de tocar na vara, vão determinar o vencedor.
Se fôssemos seguir o que "manda o figurino" estas competições não poderiam conter uma lança no lugar da vara pelo simples fato de que os tropeiros não carregavam lanças. Era cortado um galho de árvore ou mesmo uma taquara para servir de baliza aos dançadores. Da mesma forma, tem grupos tradicionalistas que, em suas apresentações de chula, disputam uma prenda. Isso jamais ocorreu, primeiro porque as mulheres não faziam parte das comitivas tropeiras mas, principalmente, porque o gaúcho jamais colocaria algo que ele venera tanto como sua china, chinita, chinoca, numa disputa de dança.
Isto tudo é apenas uma observação, pois a evolução faz parte até da tradição, como a própria palavra "Movimento" diz.
A preocupação é: - Será que estas crianças que participam destes belos concursos sabem a origem, daquilo que praticam? Acredito que sim....
