No dia 03 de julho, do ano de 1838, a Câmara de Vereadores de Cachoeira do Sul instala o Regime Republicano em suas sessões, mostrando sua fidelidade a causa farroupilha.
Paço Municipal de Cachoeira do Sul
Cachoeira do Sul optou pelos republicanos em episódios da Revolução Farroupilha. Terra adotiva de um dos principais líderes da insurreição, nos primeiros meses o município dormia farroupilha e acordava legalista. Instituída a República Rio-Grandense, Antônio Vicente da Fontoura, natural de Rio Pardo, futuro ministro da Fazenda de Bento Gonçalves, foi nomeado chefe de Polícia das vilas de Rio Pardo e Cachoeira. Era tudo que o município precisava para ficar por dois anos nos braços da nova nação. O 20 de setembro repercutiu seis dias depois em Cachoeira.
Assim que os revolucionários tomaram Porto Alegre, um esquadrão e uma companhia da Guarda Nacional, comandados por Fontoura, seguiram para Rio Pardo. Um grupo de legalistas se negava a reconhecer a autoridade de Marciano Pereira Ribeiro, presidente da Província, escolhido por Bento. Quando voltaram, os cachoeirenses foram saudados com a celebração de um Te Deun na Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição. Mas os imperialistas recuperaram a capital e destituíram o presidente farrapo. Foi a vez de a Câmara de Vereadores se rebelar, até ser fechada em 01 de março de 1836. Dois anos depois, Vicente da Fontoura assume como chefe de Polícia de Rio Pardo e Cachoeira e no dia 03 de Julho de 1838 reinstala a Câmara sob o Regime Republicano, que três anos depois prestava juramento de fidelidade à República instalada em Piratini. Mas, sob a ameaça do exército imperial, no dia 01 de maio de 1840 os vereadores realizaram a última sessão da Câmara Republicana.
Em 10 de junho, uma brigada legalista chegou à Cachoeira e um dia depois o major Manoel Adolpho Charão era designado para restabelecer o regime monárquico na cidade. Os vereadores foram obrigados a reconhecer Dom Pedro IIcomo Imperador e a entregar a correspondência trocada com o governo farroupilha. "As atas do período revolucionário foram arrancadas do livro da Câmara", conta a professora Ione Carlos 48 anos.