RETRATO DA SEMANA

RETRATO DA SEMANA
Recuerdos da companheirada e do velho parceiro (Mouro Negro).

quinta-feira, 21 de junho de 2018

VIAGEM AO RIO GRANDE DO SUL


DE AUGUSTE SAINT HILAIRE - PARTE IV
   
20 de Agosto a 11 de setembro 1820
 
Cavaleiros - Pelotas - Charque\charqueadas - Escravos


 
 
Descreve sobre as habilidades dos cavalarianos, sendo o principal e constante meio de transporte, especialmente como montaria, além de grande habilidade na lida de campo, onde se diz "fazer rodeio", também muito acostumados a percorrer grandes distâncias em curto espaço de tempo.
 
Hospeda-se na Fazenda São João em Pelotas e relata sobre a produção de charque que até pouco tempo era deficitária devido ao charque Uruguaio que era melhor e mais barato. Cenário que mudou com a guerra, obrigando a compra dos estancieiros da região.

Para produzir o Charqueador compra o gado do estancieiro, a carne é salgada e mantida em tanques, depois estendida sobre varais por oito dias, o charque é a comida dada aos negros. Sendo exportada para diversos lugares. 

Sobre os escravos não tem como resumir um trecho tão rico em detalhes:

"Sr. Chaves é considerado um dos char que a do res mais humanos, no entanto ele e sua mulher só falam a seus escravos com extrema severidade, e estes parecem tremer dia te dos seus patrões. Há sempre na sala um negrinho de dez a doze anos, que permanece de pé, pronto a ir chamar os outros escravos, a oferecer um copo de água e a prestar pequenos serviços caseiros. Não conheço criatura mais infeliz do que esta criança. Não se as senta, nunca sorri, jamais se diverte, passa a vida triste mente apoiado à parede e é, frequentemente, martiriza do pelos filhos do patrão. Quando anoitece, o sono o domina, e quando não há ninguém na sala, põe-se de joelhos para poder dormir; não é esta casa a única onde há este de suma no hábito de se ter sempre um negrinho perto de si para dele utilizar-se, quando necessário. Já tenho de clara do que nesta capitania os negros são trata dos com brandura e que os brancos com eles se familiarizam mais do que noutros lugares. Isto é verdadeiro para os escravos das estâncias, que são poucos, mas não o é para os das charqueadas que, sendo em grande número e cheios de vícios trazidos da capital, de vem ser trata dos com mais rigor."
 
Resenha de Jeandro Garcia / Extraído do Blog do Rogério Bastos