RETRATO DA SEMANA

RETRATO DA SEMANA
Recuerdos da companheirada e do velho parceiro (Mouro Negro).

sábado, 30 de junho de 2018

OS TROPEIROS


O COMEÇO DO NATIVISMO
 
 
 
Por: Daniel Fanti
Colaboração: Jaime Ribeiro

Voltamos a história de “Os Tropeiros”. Uma vez consolidado o conjunto musical, sem nome de batismo, semanalmente se apresentava na Rádio Charrua, com grande sucesso, dentro da programação do Sinuelo do Pago. A partir da inclusão das duas prendas, Rosa Maria e Diná, é que veio a denominação completa e definitiva: Conjunto Vocal e Tradicionalista “Os Tropeiros”. As cinco vozes se entrosavam: o repertório foi crescendo; João Batista Machado transmitia a alma campeira com sua cordeona em cada execução; Mozar Dornelles e Adão Knelmo Alves emprestavam o som das guitarras, num profundo sentimento da música da querência, complementados pelas vozes femininas de Rosa Maria e Diná Machado, num arranjo ritmado do som de esporas. No jornal “A Platéia” de Livramento e com circulação nesta cidade, comentava a professora Cely Lisboa, em sua coluna “Na Passarela dos Pampas”: “O CTG Sinuelo do Pago, sob a orientação do patrão Luiz Stabile e João Rodrigues, num gesto simpático de cordialidade, prestou significativa homenagem, apresentando “Os Tropeiros”, o quinteto formidável que já vem tendo repercussão mesmo fora dos pagos. Entre os números constam “Roda Carreta”, harmonização perfeita pela interpretação desses jovens”. “Os Tropeiros” passam a ser reconhecidos como o 1º grupo musical de canções nativas de Uruguaiana. Certo dia, um funcionário da Gravadora Continental, que andou por esses pagos, impressionou-se com a harmonia e segurança do grupo. Gravou numa fita algumas músicas e viajou para São Paulo para mostrar ao chefe da gravadora, o que ele descobrira em Uruguaiana. Noutra coluna do jornal da cidade “Disco..Mentando” dizia: “O Conjunto “Os Tropeiros”, que orgulha os uruguaianenses, estava um pouco parado.Motivo: luto e doença, agora é com satisfação que recebi a alegre noticia de que os “Tropeiros” voltam a ensaiar e com grande afinco. Motivo: chegou a proposta de duas gravadoras, são elas CONTINENTAL e TODA AMÉRICA, por outro lado informo que o diretor do conjunto, o amigo João Machado, estará avionando para Porto Alegre, acertar o contrato com uma das companhias gravadoras. Desejamos, êxito e grande sucesso”. Começa o grupo a sonhar mais alto, na eminência e perspectiva de gravar um disco. Nunca antes alguém, nesta cidade, teria gravado um disco, era um pioneirismo sem tamanho, uma pretensão difícil, mas não impossível, precisariam ir a São Paulo. Começa a mobilização em busca de recursos e de apoio: Em 1º de janeiro de 1960, Mário Pinto envia ofício ao dr. Adhemar de Barros, prefeito de São Paulo, correligionário de partido político do PSP, que desse o necessário apoio ao conjunto Regionalista “Os Tropeiros”, grupo artístico de sua rádio, que iriam gravar um disco. Em 1º de novembro de 1960, o grupo recebe uma missiva do sr. Mário Duarte, do Departamento de Repertório das “Gravações Elétricas S. A., de São Paulo ,dizendo: “De acordo com o combinado com o nosso representante em Porto Alegre, ficou estabelecido de gravarmos um disco de 45 rpm. Para cuja gravação, pedimos nos comunicar as datas em que estão disponíveis”.
 
 “Os Tropeiros”, no auditório da Rádio Charrua: Adão Knelmo Alves,
Diná Machado, João Batista Machado, Rosa Maria Machado e Mozart Dorneles.