Em uma de nossas visitas de aprendizado com
Telmo de Lima Freitas
Não costumamos
notificar aniversários pelo simples fato de que, se exaltamos o natalício de alguns
e esquecermos de outros, estaremos cometendo um pecado. Contudo, pedindo
escusas, não podemos deixar passar em branco os 85 anos desta legenda do Rio Grande
que se chama Telmo de Lima Freitas, um sãoborjense de quatro costados, poeta,
músico, compositor, lenda viva do gauchismo da pura cepa crioula.
Filho do oficial do
exército Leonardo Francisco Freitas e da campeira Mariana de Lima Freitas,
Telmo desde cedo demonstrou que seguiria a carreira musical. Aos dois anos de
idade, estampou a capa da Revista Cacimba tendo na mão um cavaquinho, presente
de sua madrinha. Mais tarde, recebeu um violão de presente de um amigo.
Aos 14 anos, participou
do grupo Quarteto Gaúcho. Nos anos 50, apresentou o programa gauchesco Porongo
de Pedra, na Rádio ZYFZ-Fronteira do Sul, de São Borja. Em 1969, participou do
primeiro Festival de Música Regionalista organizado pela Rádio Gaúcha.
No cinema, participou
do filme A Lenda do Boitatá.
Em 1973, lançou seu
primeiro disco, intitulado O Canto de Telmo de Lima Freitas. Morou durante anos
em Uruguaiana e outras cidades do interior como por exemplo Itaqui, durante 4
anos aonde se aposentou como agente da policia Federal.
Com seus amigos Edson
Otto e José Antônio Hahn, criou o grupo Os Cantores dos Sete Povos, com o qual
conquistou o troféu Calhandra de Ouro da Califórnia da Canção Nativa de
Uruguaiana, em 1979, com a canção Esquilador. Com o grupo, Telmo participou das
11 primeiras edições do festival.
Em 1980, lançou Alma de
Galpão, produzido de maneira independente e financiado pelo grupo Olvebra.
Com o álbum A Mesma
Fuça, recebeu o Troféu Açoriano em duas categorias: Melhor Compositor e Melhor
CD Regional. É autor do livro de poesias crioulas "De Volta ao Pago",
lançado pela Gráfica e Editora Treze de Maio.
Em 2006, Telmo gravou
uma compilação de sua discografia, denominada Aparte, com a participação de
seus familiares e de antigos parceiros, como Joãozinho Índio, Luiz Carlos
Borges e Paulinho Pires.
No começo de sua
carreira conciliou-a com diversas outras profissões. Foi enfermeiro, peão de
estância e trabalhou em lavouras de arroz, além de ter sido agente da Polícia
Federal de Porto Alegre.
Discografia
1973 - O Canto de Telmo
de Lima Freitas
1994 - De Marcha Batida
1980 - Alma de Galpão
1993 - Tempos de Praça
1996 - Rastreador
2000 - A Mesma Fuça
2002 - Carteio da Vida
2006 - Aparte