Num dia 24 de maio, do ano de 1870, o Presidente da Província do Rio Grande de Sâo Pedro cria as colônias Conde D'Eu (atuais Garibaldi e Carlos Barbosa) e Dona Isabel (Bento Gonçalves).
Joca Tavares (segundo sentado da esquerda para a direita)
Também num dia 24 de maio, mas do ano de 1818 nascia em Herval, RS, João Nunes da Silva Tavares, o Joca Tavares, primeiro e único barão de
Itaqui, Herval, 24 de maio de 1818. Foi general , presidente do estado do Rio
Grande do Sul de 17 de junho a 4 de julho de 1892 e o responsável por iniciar
uma guerra civil, que se transformaria, posteriormente, na Revolução
Federalista (1893-1895).
Sentou praça em 19 de setembro de 1835, na véspera de
estourar a Revolução Farroupilha, tendo acompanhado seu pai e se juntado ao
lado legalista. Três dias mais tarde teve seu batismo de fogo no arroio Telho,
combatendo as forças revolucionárias de Gervásio Verdum. Em seguida seguiu para
Pelotas e no caminho, próximo a São Lourenço, ajudou no combate às forças do
coronel Antônio Gonçalves da Silva, em 19 de outubro.
Refugiou-se no Uruguai, retornando em 1836 para tomar parte
no combate do Rosário, sendo feito prisioneiro pelo coronel Corte Real.
Na Batalha do Seival é novamente preso, instado pelo
farroupilhas a mudar de lado, recusa-se inclusive a permanecer neutro, motivo
pelo qual é mantido preso. Mais tarde é libertado, através da intermediação do
chefe uruguaio Calengo. Após um curto descanso na fazenda da família em Taquari
retorna ao combate, junto à seu pai. Atacado e sitiado, perto de Arroio Grande,
pelas forças de Davi Canabarro, é obrigado a capitular, sendo feito, novamente
prisioneiro, com seu pai. Ambos fogem e formam uma nova brigada.
Em 1840 combate o coronel Florentino Manteiga, em 1841,
comandante de guerrilha, ajuda na derrota do major Félix Vieira, e em seguida,
sob o comando do coronel Serafim Inácio dos Anjos, derrota o major Quero-quero.
Mais tarde serve nas forças do general João Paulo, e depois
do coronel Manuel dos Santos Moreira. Encarregado da defesa de Pelotas, ali
recebe ao Barão de Caxias, nomeado presidente da província e comandante das
armas. Com Tratado de Ponche Verde, termina a revolução, Joca Tavares tinha o
posto de major, com 27 anos de idade e 10 de combate, tendo conquistado todas
suas promoções por atos de bravura.
Quando da Guerra contra Aguirre, em 1864, se voluntaria às
tropas do general João Propício Menna Barreto, participando da tomada de
Paiçandu, Uruguai.
Promovido à coronel, ao iniciar a Guerra do Paraguai, no ano
seguinte, organiza um corpo de voluntários para libertar Uruguaiana. Após a
retomada da cidade, 18 de setembro de 1865, segue para Bagé como comandante de
brigada. Incorpora-se, pouco depois, ao 3° corpo de exército, comandado pelo
General Osório, com o qual marcha para o Paraguai.
Participou nos reconhecimentos de Passo-Pucu, Espinillo e da
trincheira de Humaitá. Depois, em 1868 combate em Palmas, recebendo a medalha
do mérito militar por sua ação no combate de 11 de dezembro. No dia 21 combate
em Lomas-Valentinas, na linha Paqueceri, até o forte render-se.
Em 1869 segue para Assunção, onde aguarda a chegada do novo
comandante em chefe, Conde D'Eu. Combate sucessivamente em Peribebui, Campo
Grande, Picada de Caraguataí, bate em Itopitanguá as forças do coronel Caneto,
vence em Loma-Uruquá ao coronel Chênes. Braço direito do visconde de Pelotas,
comandava sempre a vanguarda de suas forças.
Em uma das ocasiões, ao transpor o arroio Negla, aprisiona o
coronel Salinas e por ele toma conhecimento do paradeiro de Solano López, na
margem esquerda do arroio Aquidaban. Após avisar seus superiores, que para lá
deslocaram as tropas, chega em 28 de fevereiro de 1870 a Aquidaban. Ataca o
acampamento de Solano, que morre em fuga.
Terminada a guerra foi nomeado brigadeiro honorário do
Exército, em 11 de maio de 1870, recebendo também o título de barão de Itaqui e
cavaleiro da Imperial Ordem do Cruzeiro, além de receber a medalha da Campanha
do Paraguai, com passador de ouro.