... MAS A PORTEIRA NÃO SE FECHA!
Penso que já fiz bastante pela cultura gaúcha e muito mais, até por motivos de idade, não tenho a fazer. Oito livros de poesias editados, centenas de letras gravadas, membro de diversas instituições voltadas para nosso folclore, dezenas de gravuras em quadros e capas de CDs... enfim, se parasse agora minha missão, nesta seara, estaria cumprida.
O que me consola é que uns vão indo mas as porteiras não se fecham pois a juventude vem metendo os cavalos e, embora os tempos sejam outros e mais complicados devido a miscigenação cultural promovida pela globalização, com dedicação e competência vão buscando o seu espaço.
De tudo isso me agrada saber que o pouco que fiz não foi em vão e o pagamento, o soldo desta minha labuta cultural, se não me rendeu pataca alguma, proporcionou-me a satisfação de chegar em minha terra e ser acolhido pelos velhos amigos, receber o pedido das prendinhas para autografar suas faixas, inaugurar placa alusiva a nosso Festival Ronco do Bugio, ou simplesmente ser solicitado pelos pequeninos para tirar uma foto.
Não abneguei de vivenciar outros momentos que vão além dos nossos costumes mas me honra saber que levei adiante o ideal de cultivar a memória e perpetuar a história da minha gente.
