RETRATO DA SEMANA

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Pinheiro Machado, ao centro, sentado, e seu estado maior - Revolução Federalista -

quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

FALECE O TIO PEDRINHO


Tio Pedrinho

Faleceu no dia de ontem o grande gaiteiro de botoneira e também exímio executor de bandoneon Pedro Augusto de Carvalho Vieira. 
 
Tio Pedrinho, como era carinhosamente conhecido, nasceu em 29 de junho de 1921 no distrito de Clemente Argolo na cidade de Lagoa Vermelha.

Foi casado com Celeste Feijó Vieira com quem teve 06 filhos, Guaraci, Jussara, Jacira, Maria Arajuiara, Jaíra e Caubi. Foi oficial de justiça da comarca de Lagoa Vermelha. Demonstrou seus dotes artísticos pela primeira vez em um cavaquinho com 07 anos de idade que havia ganho de seu irmão Tio Góes (João Alexandre de Góes Vieira) e, logo com 10 anos, já se apresentava tocando gaita de 08 baixos.

Tio Góes e Tio Pedrinho formaram a dupla "Irmãos Pato" e animaram muitos bailes na região dos campos de cima da serra e demais regiões do Estado. Gravaram diversos discos, entre estes, um com Fioravante Bertussi a pedido de Adelar Bertussi. Foram eles, também, que tocaram o baile principal da segunda edição da Califórnia da Canção de Uruguaiana junto com o grupo " Os Fandanguistas".

O mestre Paixão Cortes conheceu Tio Pedrinho em uma visita a Lagoa Vermelha que fazia parte de seus estudos sobre a história e os costumes do gaúcho, onde nessa ocasião Tio Pedrinho lhe apresentou a "Vaneira Marcada" que tempos depois o cantor e compositor Leonardo viria a compor a letra e gravar a canção em disco.

O Pedrinho foi homenageado várias vezes, entre elas está a canção "Bugio do Tio Pedro" composta por Leonardo e gravada em disco pelo conjunto Os 3 Xirus. Leonardo também homenageou Tio Pedrinho e Tio Góes com a canção "Meus velhos Queridos” onde cita também Tio Bilia, Virgílio Pinheiro , Tio Mederico, entre outros tantos.

Os Irmãos Pato tocavam bailes com as gaitas de 08 baixos Todeschini (foto abaixo) que foram fabricadas com afinação exclusiva para a dupla. Tempos depois, passaram a dedicar-se aos estudos do bandoneon e assim seguiu Tio Pedrinho até o dia de ontem.

Uma das maiores alegrias do Tio Pedrinho era se unir aos jovens Jauro Ghelen (gaiteiro e amigo) e Glenio Vieira (que é neto e toca violão) para juntos relembrarem antigos temas e matarem as saudades dos bailes com os Irmãos Pato.

Tio Pedrinho seguirá tocando seu bandoneon nas sesmarias do infinito, ao lado de outros tantos gaiteiros como o próprio Honeyde Bertussi que, por coincidências da vida, também no dia de ontem, completou vinte e um ano de sua morte.
 
Aos meus Irmãos Qüeras, de Passo Fundo, grupo de amigos que neste momento está enlutado, os meus sinceros sentimentos.
 
Irmãos Pato