Que o Brasil é o País
dos corruptos não precisa reforçarmos aqui. Basta olhar os índices mundiais.
Quem não gostar de gráficos que bombeie, diariamente, os noticiosos de rádios,
televisões e jornais. A retrospectiva de
2016 foi só em cima dos graxains, dos mãos-peladas, dos amigos do alheio.
Mas não é só na política
que a raposada mora. Está em nosso dia-a-dia, em nós mesmos. Aprendemos bem com
os graúdos de Brasília. Somos um bando de contraventores, embora em escala de
volumes menores. Infração de leis é com a gente mesmo.
Passei a virada do ano
aqui por nosso litoral norte e é impressionante a malandragem, o subterfúgio às
normas.
Há pouco foi proibido o
som alto nos carros. Se o agente fiscalizador escutar a música além do vidro
fechado do carro, recolhe-se o veiculo. O que vimos, no entanto, foi um
festival de carros a beira do mar numa disputa de qual tinha a maior
parafernália de som e as músicas mais ridículas para todos que estivessem na
volta escutassem o dia inteiro. A tal de bate-estaca, o rap e o sertanejo
universitário deram o tom.
De outra parte, é
proibido cachorro na praia em virtude de doenças que os animais possam deixar
na areia. Pois nunca vi tanto cachorro se banhando comigo aos olhos orgulhosos
de seus donos (e olhem que sou cachorreiro).
Outro fato irritante. É
destinado aos pescadores uma área específica para a prática de seu esporte.
Pois eles insistem em pescar no meio dos banhistas, como se fossem os donos do
pedaço num perigo iminente para quem está na volta.
Para terminar meu
início de ano de mau humor um gambá (bêbado, borracho, pau-de-cana) resolveu
fazer "zerinho" com seu chevete nas areias povoadas de pessoas. Não
deu outra. Atropelou um jovem sentado em sua cadeira. O salva-vidas teve que
intervir, deixando sua obrigação de bombear o mar de lado. Pois o pinguço
atropelador ainda quis bater no moço, como dono da razão. A brigada foi chamada
e estamos até hoje, dia 02, esperando. Simplesmente porque não tem brigadianos.
Estamos acéfalos em matéria de segurança.
E assim caminha sem
mudar o tranco o nosso Rio Grande velho. Que Deus nos proteja porque, se
dependermos da cultura de nosso povo e dos desmandos do governo, estamos sem
pai nem mãe.